Vou andando por aí, sobrevivendo à bebedeira e ao comprimido
Vou dizendo sim à engrenagem e ando muito deprimido
E é difícil encontrar quem o não esteja, quando o sistema nos consome e aleija
Trincamos sempre o caroço, mas já não saboreamos a cereja.
Já houve tempos em que eu tinha tudo não tendo quase nada
Quando dormia ao relento ouvindo o vento beijar a geada
Fazia o meu manjar com pão e uva, fazia o meu caminho ao sol ou à chuva
Ao encontro da mão miúda que me assentava como uma luva.
Se ainda me queres vender, se ainda me queres negociar, isso já pouco me interessa
Perdemos o gosto de viver, eu a obedecer e tu a mandar, os dois na mesma triste peça
Os dois à espera do fim
Tu tens fortuna e eu não, podes comer salmão e eu só peixe miúdo
Mas temos em comum o facto de ambos vermos a vida por um canudo
Invertemos a ordem dos factores, pusemos números à frente de amores
E vemos sempre a preto e branco o programa que afinal é a cores.
Se ainda me queres vender, se ainda me queres negociar, isso já pouco me interessa
Perdemos o gosto de viver, eu a obedecer e tu a mandar, os dois na mesma triste peça
Os dois à espera do fim
Só à espera do fim…
Vou dizendo sim à engrenagem e ando muito deprimido
E é difícil encontrar quem o não esteja, quando o sistema nos consome e aleija
Trincamos sempre o caroço, mas já não saboreamos a cereja.
Já houve tempos em que eu tinha tudo não tendo quase nada
Quando dormia ao relento ouvindo o vento beijar a geada
Fazia o meu manjar com pão e uva, fazia o meu caminho ao sol ou à chuva
Ao encontro da mão miúda que me assentava como uma luva.
Se ainda me queres vender, se ainda me queres negociar, isso já pouco me interessa
Perdemos o gosto de viver, eu a obedecer e tu a mandar, os dois na mesma triste peça
Os dois à espera do fim
Tu tens fortuna e eu não, podes comer salmão e eu só peixe miúdo
Mas temos em comum o facto de ambos vermos a vida por um canudo
Invertemos a ordem dos factores, pusemos números à frente de amores
E vemos sempre a preto e branco o programa que afinal é a cores.
Se ainda me queres vender, se ainda me queres negociar, isso já pouco me interessa
Perdemos o gosto de viver, eu a obedecer e tu a mandar, os dois na mesma triste peça
Os dois à espera do fim
Só à espera do fim…
Letra: Jorge Palma
Fotografia: João Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário