Gostava de iniciar esta crónica com uma mensagem de Ano Novo, mas não estou muito a par do estatuto dos Açores… Por outro lado, tenho um conhecimento bastante aprofundado do estatuto da Madeira. Mas não sei se será correcto iniciar o ano a falar de regimes autocráticos.
Por falar em autoridade, ou na falta dela, outro estatuto que tem estado na agenda mediática é o da carreira docente. O Governo diz uma coisa, os professores outra. Eu resolveria da mesma forma que resolvia as equações de Matemática: ia ao final do livro ver as soluções.
Mas acho que nós, em Portugal, não temos muito jeito para ver soluções. Nem sequer para as imaginar. Acordamos com um "bom dia" que termina sempre em "se deus quiser", vamos para o trabalho com um "lá tem que ser" e chegamos a casa com um "isto está cada vez pior". Até pode estar, mas das duas uma: ou confiamos em deus, ou melhoramos. Com isto não estou a dizer que não devamos confiar em deus, mas depositar as nossas esperanças em alguém que nasceu há pouco mais de três semanas é uma atitude quase tão inteligente como pagar um bilhete para ir ver o União de Leiria. E a comparação até é adequada, uma vez que são duas entidades cuja existência é duvidosa.
Resumimos a nossa maneira de viver às batinas e aos horóscopos da Maya, atirando a responsabilidade para outro. Nunca temos culpa de nada, e tudo vai acontecendo por obra e graça do Espírito Santo. E não me estou a referir ao Banco, que em entidades dessas já deixámos de acreditar.
E acreditar é o que Santana Lopes não deixa de fazer. Ele mesmo usufrui da chamada "existência Duracell", "existe, existe, existe...". Ou melhor "insiste, insiste, insiste"... É esse o seu estatuto, o de existir, e insistir, para além de qualquer súplica dos portugueses.
Assim começa um novo ano com coisas tão novas e originais como crise, greves e Santana... Olhem, seja o que deus quiser, não é?
*Director's Cut
1 comentário:
:) Obrigado!
Forte abraço
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