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A sua vitalidade - é certo - não era a de outros tempos, mas o génio sempre esteve lá. Quantas vezes "A Guerra" passou na televisão em horário nobre? Quantas vezes se ouviu a história do violino ou da maternidade nas rádios nacionais? E a ida ao médico? O cabeleireiro? A cirurgia? Quem conhece Raul Solnado? (Para além dos nossos pais, que cresceram com ele). Será que hoje em dia as crianças, os adolescentes, os jovens adultos conhecem a obra de Raul Solnado? Duvido. E é, uma vez mais, com pena. Muita pena.
.Agora sim, podem reeditar os seus álbuns, voltar a passar na televisão os seus sketches, fazer-lhe homenagens, dedicar-lhe aberturas de telejornais, pedir testemunhos de anónimos, de familiares e até mesmo de figuras públicas para mostrar o quão genial era este homem. Porque até dá audiência. Agora, depois da sua morte, todos "lembram com saudade o excelente profissional e ser humano que ele era". Uma rua em seu nome? Uma medalha póstuma? Não me admiraria. E era tudo bem merecido. Mas enquanto esteve vivo. Porque daqui por uns dias será larvas, terra e ossos e, infelizmente, não estará cá para agradecer.
.Agradeço eu, não só a título pessoal, mas também a título profissional. Porque isto de fazer comédia não é tão fácil quanto parece. E Raul Solnado foi, é e será sempre uma das minhas referências. Obrigado! (E sim, tentarei fazer o favor de ser feliz)
2 comentários:
É sempre assim. Há imensas homenagens a título póstumo. Não damos o devido valor às pessoas em vida e depois quando falecem são as maiores.
Abraço
Sem dúvida. Não gosto de ser mais um a falar mal da forma como nós tratamos as nossas pessoas, mas a verdade é que há coisas que não se compreendem...
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