Olho para o lado e vejo cinco criaturas verdes a saltarem no meu sofá. Não têm mais de 60 centímetros, as orelhas largas que estreitam no topo e dois pés achatados em forma de raquete de ténis. No nariz tinham um funil e em cada orelha um crocodilo bebé pendurado. Ao ombro, cada um tinha um papagaio que, por sua vez, tinha ao ombro um ser humano (mas muito muito pequenino). Olharam-me nos olhos, avançaram com os dedos compridos e pegajosos sobre o meu queixo e franziram o nariz. Naaaaa… não é este!, disse o crocodilo que estava pendurado na orelha esquerda daquele que parecia ser o chefe. Pelo menos era o que dizia o autocolante que tinha colado na testa, “Eu sou o chefe”. De se ter chegado tão perto na busca de informação, senti o hálito do crocodilo… Cheirava a sardinha assada e pernas de ser humano. Não me perguntem qual é o cheiro das pernas de um ser humano, mas depois de ter visto um vestígio de pé entre os dentes do crocodilo, o meu nariz criou todos os cheiros possíveis.
Imagem: Hugo Castro
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