Comecemos pela política. Esta, com certeza, não era uma das principais preocupações de Nietzsche. Apesar de se opor ao Absolutismo, também não era partidário da Democracia, uma vez que entendia que o poder deveria pertencer a um pequeno grupo de indivíduos, os verdadeiros nobres, capazes de exercer a vontade de potência.
No que respeita aos Judeus, Nietzsche, na sua obra “Humano, Demasiado Humano”, faz algumas referências a este povo: “Diga-se de passagem que o problema dos judeus existe apenas no interior dos Estados nacionais, na medida em que neles a sua energia e superior inteligência, o seu capital de espírito e de vontade, acumulado de geração em geração em prolongada escala de sofrimento, devem preponderar numa escala que desperta inveja e ódio, de modo que, em quase todas as nações de hoje – e tanto mais quanto mais nacionalista é a pose que adoptam –, aumenta a grosseria literária de conduzir os judeus ao matadouro, como bodes expiatórios de todos os males públicos e particulares. Um povo que, não sem a culpa de todos nós, teve a mais sofrida história entre todos os povos, e ao qual devemos o mais nobre dos homens (Cristo), o mais puro dos sábios (Spinoza), o mais poderoso dos livros e a lei moral mais eficaz do mundo. E além disso: nos tempos mais sombrios da Idade Média, quando as nuvens asiáticas pesavam sobre a Europa, foram os livres pensadores, eruditos e médicos judeus que, nas mais duras condições pessoais, mantiveram firme a bandeira das Luzes e da independência intelectual, defendendo a Europa contra a Ásia.” Através deste excerto, podemos admitir que Nietzsche e Hitler olhavam os judeus de forma bastante diferente. Hitler considerava os judeus como “retrógrados, parasitas da humanidade, abomináveis e mestres da mentira”, como descreveu na sua obra “Mein Kampf” (“Minha Luta”).
(continua)
André Pereira
Quinze
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