Elizabeth, ao assegurar a difusão do Pensamento de Nietzsche através da criação do Nietzsche-Archiv, em Weimar, acabou por transformar o seu irmão no que ele tão intransigentemente combateu. Com a subida de Hitler ao poder, em 1933, a colaboração entre o Nietzsche-Archiv e o programa cultural do Partido Nacional-Socialista intensifica-se. A obra é apresentada ao público como prenúncio filosófico do pangermanismo e do anti-semitismo, abrindo caminho para aquilo que seria uma espécie de destino de grandeza do povo alemão.
Conta-se que Elizabeth, numa visita que fez a Hitler, lhe entregou a bengala de Nietzsche, como símbolo de passagem de testemunho. Também em 1933, por ocasião dos seus 50 anos, Benito Mussolini recebeu da direcção do Nietzsche-Archiv o seguinte telegrama: "Ao magnífico discípulo de Zaratustra, sonhado por Nietzsche; ao genial restaurador dos valores aristocráticos, no espírito de Nietzsche, envia o Nietzsche-Archiv, em profundíssima veneração e admiração, os mais fervorosos votos de felicidades".
Pelo carácter não-sistemático da obra de Nietzsche, pode ver-se o que se quiser em inúmeros circunstâncias. Porém, tomando-se a obra como um todo, as acusações de alicerce do Nazismo mostram-se totalmente absurdas, porque o que se revela é uma filosofia em luta contra qualquer forma de absoluto. Sem este conceito, não há espaço para religiões ou sistemas totalitários.
André Pereira
3 comentários:
Obrigado! Também adorei ler o teu texto sobre os jogadores que fintaram Hitler. Espectacular! Parabéns, puto.
Ótimo artigo, só consegui encontrar esta foto em seu blog!
Muito obrigado Lucas!
Um abraço
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