A seis jornadas do final do campeonato, este jogo assumia-se como um ponto crucial para as aspirações de ambos os clubes. Se, por um lado, o Benfica procurava manter-se na luta pelo título, por outro, a Académica pretendia assegurar a manutenção na principal liga do futebol português.
Após uma vitória bastante sofrida na Amadora, o Benfica tinha como obrigação não apenas vencer, mas apresentar um futebol que correspondesse às legítimas expectativas da massa adepta. Já a Académica havia registado uma vitória caseira frente ao Belenenses, fruto de um golo do capitão Nuno Piloto. E foi Nuno Piloto que, a meio da semana, assumiu o leme do confronto com o Benfica, ao dizer que os encarnados “não lutam pelo título”. Quique Flores e sus muchachos reagiram com palavras de vingança e uns pozinhos de magia espalhados pelo balneário que albergava as provocações do academista. Plim Zás Pás. Efeito nulo. As preces não se cumpriram e o Benfica deitou por terra as esperanças (muito remotas) de ser campeão nacional.
Ao longo da época o Benfica tem praticado um futebol regular, sendo que esta regularidade se situa alguns pontos abaixo do razoável. A equipa não funciona como um todo, a falta de fio de jogo é notória e nem os rasgos individuais de determinados jogadores salvaram a época.
Porém, não foi assim que o Benfica se apresentou no sábado passado. Apesar deste recente (?) historial, a equipa encarnada foi persistente e chegou mesmo a praticar um futebol rápido e agradável. No entanto, foi notória a ineficácia nos lances capitais. David Luiz, Cardozo, Aimar ou Reyes foram excelentes exemplos dessa ineficiência.
Já a Académica apresentou-se no Estádio da Luz coerente consigo mesma. Um bloco defensivo bem montado e um elevado espírito de entreajuda. A aposta no contra-ataque era de esperar, tendo em conta o cariz do jogo e os jogadores utilizados por Domingos Paciência. Esta foi a primeira vitória fora da Académica, precisamente um ano depois de ter vencido o Benfica por três bolas a zero, também em Lisboa.
O Benfica jogou melhor, mandou duas bolas ao ferro e pode-se queixar da equipa de arbitragem. No entanto, tal não apaga a falta de ideias e de objectividade no seu futebol. Já cansa ouvir os responsáveis do Benfica culparem os árbitros pelos maus desempenhos desportivos da própria equipa.
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