Hoje é dia de eleições. Portanto, cá vai a minha opinião sobre os mais importantes candidatos.
Vital Moreira, PS
- Um erro de casting
- Pode ter boas ideias, mas não as sabe transmitir, provocando ruído na comunicação
- Estraga o PS. Todos esperam que as eleições terminem rapidamente
Paulo Rangel, PSD
- Forte nas suas convicções
- Apesar da sua frescura política, está amarrado à ignóbil presidente de partido
- Imagem sólida e segura
Nuno Melo, CDS-PP
- Rapaz betinho que suja a camisa (e a credibilidade) nas feiras e nos mercados
- Uma campanha bipolar (não se sabe bem quem é o candidato – se Nuno Melo, se Paulo Portas)
- Óptimo produtor de soundbytes (à semelhança do seu chefe). As suas frases ficam no ouvido e sabe-se perfeitamente quais as suas ideias
Miguel Portas, BE
- É fácil concorrer pelo BE. Basta virar o tabuleiro ao contrário e criticar tudo
- Muito favorecido pelo dom da palavra de Francisco Louçã
- Velho com saudades do Woodstock
Ilda Figueiredo, CDU
- Transporta as ilusões próprias de um discípulo de Marx
- Pouco segura nas ideias concretas para a Europa
- Postura muito frágil e crítica perante tudo o que mexe
5 comentários:
Olá André.
Hoje decidi comentar um post teu.
Quanto ao Vital Moreira concordo contigo. No entanto penso que o maior problema não é não saber transmitir as ideias mas sim não o poder fazer...pois está a concorrer pelo partido errado.
Do Paulo Rangel não gosto, penso que o que dizes para o Nuno Melo também se adequa neste caso. É um menino que mais parece uma marioneta.
O Nuno Melo acho que é um dos mais coerentes, no entanto lá está, ter Paulo Portas como presidente do partido pelo qual se concorre não ajuda nada.
Estes últimos 4 anos que o Miguel Portas passou na Assembleia Europeia fizeram-lhe bem. Regressou mais calmo e perdeu alguma daquela atitude bloquista negativa de que tu falas. Se compararmos com o Francisco Louça, apesar de este ultimo ter um nível mais elevado, continua a perder muita da credibilidade por dizer mal de tudo e todos.
A Ilda Figueiredo, apesar de ser reconhecida como a deputada europeia que mais trabalha e mais projectos apresenta ainda não conseguiu deitar cá para fora a cassete que todos os militantes do PCP parece que engoliram. Até pode começar a falar de pevides e tremoços que a conversa vai parar ao desemprego e aos pobrezinhos.
Mesmo estando longe (Florida), vou tentar acompanhar pela net as eleições...que desta vez não vão ter o meu voto...o meu e cá para mim de muitos portugueses...espero estar enganado!
Abraços
Caro André,
a tentar influenciar sentidos de voto? ou a apelar à abstenção em dia de eleições? sim, porque pela descrição que faz de cada candidato, mais vale não sair de casa. Até porque está a chover, ou a fazer sol, e mais vale ir até ao café, ou à praia, ou ao centro comercial... ou sei lá ver o Federer no Roland Garros...
Posso falar à vontade... fui das primeiras a votar. Sim, porque apesar de marionetas vítimas de partidos e dos media, obtusos e cassetistas... precisamos que se fale português na Europa.
Sónia Sebastião
Obrigado pelos comentários,
Estas eleições transportam-nos para um nível de confusão tal, que nem sabemos para que servem. Votamos num ou noutro partido, criticamos o governo, aplaudimos o PS, abençoamos o Tratado de Lisboa, chumbamos a legalização das drogas... Ninguém sabe, à partida, (nem ao partido) que vai. E isso é triste. A classe política não se esforça por explicar o que quer e o que promete, e a classe jornalística preocupa-se mais com debates do que com a explicação que atinja todas as pessoas. Este é, sem dúvida, um dos factores que promove a abstenção.
Acabei de votar, e de plena consciência!
Bjs e abraços
Olá André, acho que estamos perante um monte de equívocos...
Acho que dá para trocar alguns dos pontos que concedeste a cada um dos candidatos.
Vital Moreira, PS
- Como deu para perceber há umas semanas...foi um tremendo erro...há pessoas que só servem para determinada função. Acho que se chama a isto o princípio de Peter;
- A probabilidade de ter boas ideias acabou quando trocou o nome das minas. Perecebeu-se que andava ha tempos com o discurso escrito por outros e a falar de cor;
- Assumiu as responsabilidades. Algo que, por certo, já estava escrito no "contrato" com o PS;
Paulo Rangel, PSD
- É forte nas suas convicções. Sim. Mas quem não o é?
- É verdade, traz um ar de frescura política. Mas, para além de estar amarrado à "ignóbil presidente de partido", está também amarrado ao apoio a Durão Barroso e às políticas que tiveram grande influência na situação actual do país;
- A imagem sólida e segura não se faz apenas de gravatas e palavras que a maioria da população não percebe. E isto aplica-se à restante panóplia de políticos;
Nuno Melo, CDS-PP
- A credibilidade não se perde a caminho das feiras, perde-se quando se aposta em temas como a imigração. Então mas quer-se ser europeu e cidadão do mundo e depois o principal pobjectivo é limitar a imigração?
Miguel Portas, BE
- É fácil concorrer pelo BE. É verdade. O movimento aumenta a sua força e os tentáculos tocam cada vez mais as consciências descontentes com o desenrolar da situação do país. Não percebo porque se acusam apenas os partidos de esquerda de serem críticos frequentes. O mesmo tipo de acusações são feitas diariamente quer pelo PSD quer pelo CDS e, por vezes, com maior desrespeito e vocabulário trauliteiro.
- Não me parece correcto invocares algo como um "Velho com saudades do Woodstock". Tal como se considera que José Sócrates não precisa ser humilde ou simpático para governar o país, também não me parece que seja preciso ter como requesitos gostar apenas de música clássica e usar sapatos de 3000€ (não que uma coisa tenha a ver com a outra);
Ilda Figueiredo, CDU
- E se em vez de "Transporta as ilusões próprias de um discípulo de Marx", trocarmos por: "Transporta as convicções próprias de um discípulo de Marx"
- Ilda Figueiredo é a eurodeputada com mais experiência, lida diariamente com as ideias e as medidas para a Europa;
- É óbvio que, com a tendência anti-europeísta, o deu discurso é crítico e contestatário. Mas afinal, o que ganhámos nós com a entrada na Europa?
- E mais uma vez, estar na oposição é criticar, de modo constructivo e combativo, diariamente e não em ápoca de eleições;
- Já chateia quem critica a CDU e o PCP de falar nos trabalhadores e nos "pobrezinhos", como vi descrito num comentário de alguém a outro post. Então mas se o objectivo deste partido é a protecção dos trabalhadores e do trabalho como meio de desenvolvimento sustentado, queriam que falassem de quê? De moda? De futebol? (como os cânticos da JSD enquanto discursava o Rangel);
P.S. (não o partido): Medíocre não é ser de esquerda e não ganhar eleições, é querer alinhar-se à direita por falta de convicções e desconhecimento das realidades que não se encontram em alguns números.
VOTO BRANCO
Anónimo, obrigado pelo comentário!
De facto, os candidatos são tão pouco originais que as suas características se chegam mesmo a misturar. Nota-se uma apatia geral na política que pode ser perigosa. O político do futuro será aquele que, com ideias simples, as consiga transmitir sem rodeios. Talvez a fuga dos eleitores para os extremos (BE e CDU - PP), uma vez que estes partidos são pródigos em soundbytes - especialmente o PP - e isto aproxima muito as pessoas do confuso sistema político.
Nestas eleições não votei em branco. Mas já o fiz exactamente pelas razões que referi acima.
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