quarta-feira, 11 de junho de 2008

Greve dos camionistas

De há uns dias para cá que tenho assistido a uma greve prolongada dos camionistas portugueses e espanhóis, o que sinceramente não compreendo. Se há alguém que deveria fazer greve, deveriam ser os próprios camiões e não os camionistas. Aguentar com um brutamontes de manga cava, palito nos dentes, mau-hálito, chapéu do Benfica e posters misteriosamente usados da Pamela Anderson não é para todos os veículos.

Muitos se queixam dos tunings, que mais parecem umas discotecas ambulantes, em altos decibéis e com luzes néon azuis a iluminar a estrada numa noite escura, ou até mesmo num dia claro. E os camiões, esses veículos desprezados pela sociedade? Enfim, estes tractores (sim, foi assim que aprendi quando tirei a carta) não são apenas discotecas, mas autênticas boites. Antes do famoso “Avião”, já o camião espalhava alegria e prazer pelos quatro cantos do mundo (nunca percebi esta expressão, até porque o mundo é redondo. Onde estão os cantos numa coisa redonda, onde?!?!?!).

Será que todos os camiões são comprados em França? Se não, qual a razão para serem “camions”? E os camionistas? Também haverá um Joôn em vez de João? E o Quim Barreiros, toca acordeão ou acordion? Questões dignas de um Platôn, quero dizer, Platão.

Mas os camionistas são uma espécie curiosa. Enquanto os restantes cidadãos possuem bilhete de identidade eles têm matrícula (de preferência no tablier).

Retomando ao tema da greve, não sei a verdadeira razão destes indivíduos. Será que já se cansaram de fazer horas ilegais ao volante e agora querem cumprir a lei? Será que vão deixar de transportar mais do que aquilo que deveriam não estragando, assim, as estradas? Será que vão deixar de exceder os limites de velocidade diminuindo a sinistralidade rodoviária? Será que estão contra a sua própria conduta arrogante de quem manda no asfalto?

Ah, dizem-me que é o preço dos combustíveis. Assim tudo bem, concordo. Aliás, qualquer um de nós tem o direito a fazer greve, ainda para mais quando se trata do constante aumento do preço dos combustíveis. Mas, proibir os outros de trabalhar? Obrigar todos os trabalhadores a fazerem greve? Algo aqui não bate certo. Aqui já não se trata de defender os seus direitos, mas sim de “pensar ter o direito de defender os direitos dos outros”. E esta perspectiva vai contra aquilo que supostamente deveriam defender: direitos iguais para todos.

Ora, eu tenho o direito de escolha entre fazer ou não fazer greve. Eu, que até cumpro os limites de velocidade, não faço aldrabices no meu contador de quilómetros, nem tenho a colecção completa do Luís Filipe Reis em cassete, opto por não fazer greve. É verdade que não conduzo nenhum camião chassis, mas, não fosse a minha boa conduta ao volante, poderia conduzir.


Imagem: Direitos Reservados

14 comentários:

Clara disse...

Realmente muita coisa esteve mal na paralização dos camionistas. Apesar de se perceber a ideia, a concretização não terá sido melhor. Ainda assim, e sendo o teu papel de facto criticar, a imagem estereotipada que deixas dos camionistas não será transversal a essa classe profissional. E se eu também não sou a fã número um das matrículas, dos posters ou das luzinhas na cabine, reconheço que não terão a melhor das vidas e que muitos deles nada têm a ver com os gostos musicais e decorativos de outros. Agora quanto a serem donos da estrada, proponho aqui outra coisa, em Lisboa quem se considera dono das estradas da capital é o taxista, sendo simultaneamente o pior condutor. Se é para criticar porque não pegar também por aí?

Clara disse...

Bem, uma correcção, onde se lê paralização deve ler-se paralisação... Paciência.

André Pereira disse...

Reconheço que a imagem que transmito dos camionistas não corresponde à total realidade. Claro que há camionistas que em nada se coadunam com o seu estereótipo.

Quanto aos taxistas, penso que mereciam ter sido condecorados no dia 10 de Junho. Novidades irão surgir. Lol

Bjs e obrigado por comentares :)

Anónimo disse...

siceramente acho que foi um exagero este artigo.
se ainda tivesse no outro blogue talvez me risse um pouco com as "piadas".
apesar de não terem tido as atitudes mais correctas nesta paralização, concordo plenamente porque não é a melhor vida. horas e horas sozinhos ao volante. gstavas?
de certeza que não.

Anónimo disse...

depois de ler tal comentario,apenas posso ter pena pensando que ha pessoas que nao entendem nada do assunto,se nao sei do que falo,fico calado!os acidentes nao sao sempre culpa dos camionistas(os camiões até andam devagar,o fulano que vem a mandar 1 sms e a conduzir o seu carro a 140 km/h é que nao vê o obstaculo a tempo),o peso nao estraga o alcatrao,mas sim a falta do mesmo,quando as empresas têm que fazer 1 tapete numa via,é preciso ver o transito que nele vai circular(na alemanha é aplicada 1 camada de betão com 20 cm.depois 1 camada de alcatrão com a mesma espessura.)mas bom,nem todos têm bom senso para não fazer 1 comentário tão ignorante.quando distribui a inteligencia este fulano devia estar dormindo.boa viagem ó companheiro!

Anónimo disse...

Que grande ignorante!!!!!a tua burrice nao cabia nem num barco qunto mais num "camion"

André Pereira disse...

Senhores anónimos (ou será apenas um?),

Antes de mais, agradeço o facto de terem lido o meu texto. É sinal de que a burrice de que me acusam não vos atinge. E fico muito feliz por isso, acreditem!

Quanto ao primeiro comentário (do anónimo das 00h00), reconheço que andar horas e horas sozinhos ao volante não deve ser tarefa fácil, mas o grau de facilidade é relativo em todas as profissões. Ser guarda-nocturno ou economista também tem as suas dificuldades. Já viu o que é guardar um local que, por necessitar de segurança, deve ter (ou ser) algo de enorme valor? E o senhor guarda também anda sozinho e à noite. E um economista? Passar horas e horas a fio de volta de números, divisões, irc’s, irs’s? À partida, quem escolhe a profissão de camionista, guarda-nocturno, economista (ou uma outra qualquer) tem consciência das suas vantagens e desvantagens.

Anónimo das 00h01,

Não sei se o seu monitor está com algum problema ou se o senhor tem alguma deficiência ocular (ou de outro tipo), mas em lado algum no meu artigo disse que todos os acidentes são culpa dos camionistas. Agora, quem me parece estar a generalizar é o senhor… (como se chama? Anónimo, é isso), ao dizer que os camionistas andam devagar e que culpadas são as pessoas que mandam sms, enquanto conduzem a 140km/h. Não defendo as pessoas que mandam sms durante a condução ou que excedam os limites de velocidade (antes pelo contrário, condeno veementemente!), mas dizer que todos os camionistas andam devagar… Quanto à “distribuição da inteligência”, não sei se já reparou, mas esta não foi distribuída, assim à toa, por um qualquer ser divino. A inteligência é algo que se adquire e não que se apanhe do ar ou que provenha de uma qualquer empresa de distribuição. Peço desculpa por lhe ter revelado este segredo, mas é esta a verdade. Mas talvez, inconscientemente, já soubesse. Anos e anos a olhar para o céu e nada, não é?

Anónimo das 00h07,

De facto, a minha burrice é enorme. Se bem que não entendo a analogia entre barco e camião (ou “camion”, como preferir). Há barcos maiores do que camiões, daí a sua ofensa poder funcionar de forma inversa. Da próxima vez que utilizar a sua inteligência para ofender, faça-o de uma forma… pensada.

Anónimo disse...

olha lá ó "prodígio" tu queres comparar esse tipo de profissões?ou queres que eu te dê razão e te bata palmas?todas as profissões têm os seus inconvenientes é verdade. mas só um ignorante é que faz observações como as que estão nesse comentário.
poupa-me com as desculpas e admite que não estiveste bem.
e já agora para de copiar piadas gastas que todos já ouvimos e que fikas todo contente de po-las no blogue. tou a ver que o "treino" todo não te está a ajudar.

André Pereira disse...

Sr. Anónimo,

Se é que não entendeu, eu comparei mesmo as profissões. Qual é o espanto? Os inconvenientes de ser camionista são mais agravados do que os inconvenientes de ser economista, guarda-nocturno ou sapateiro? Se me pudesse esclarecer neste ponto agradecia. Agradeço, ainda, a sua disponibilidade em aplaudir-me, mas por enquanto pode-se manter sentado a criticar. Chegará, certamente, o tempo em que me irá aplaudir.

Penso que para falar consigo seja necessário um gravador (da sua parte, claro), uma vez que tenho de dizer as coisas duas vezes para você entender. Mas eu não me importo, e penso que você também não. Sempre vai aprendendo alguma construção frásica, o que acaba por ser positivo.

Quanto às “piadas gastas”, gostaria de saber a quais se refere. Peço desculpa por me intrometer num assunto o qual deve dominar, o humor, no entanto, deixe que lhe diga que ler os seus comentários tem-me provocado mais gargalhadas do que muitas das piadas que escrevi. É um facto. E aí dou-lhe os meus parabéns.

Anónimo disse...

ouve lá "prodígio" não há sequer comparação nessas profissões. deves viver noutro mundo de certeza. simplesmente não admito a imagem que passaste dos camionistas. entendeste ou queres uma foto pa exemplificar?
Mas nem vou por aí. criticas a minha "construção frásica"?não me digas que sabes mais do que eu. talvez o teu "amigo" te tenha ensinado mais do que a outros. não sei. e acho muito bem que me trates por você. respeitinho. e já que gostas de te rir com os meus comentários aqui vai:
porque é que a galinha entrou na igreja?
porque a porta estava aberta!!
não sei onde vou buscar tanta inspiração.

Anónimo disse...

ah e já agora só uma pequena correcção. eu só escrevi o anónimo das 00h00,das 22h36 e agora este ultimo
os outros não sei

André Pereira disse...

Sr. Anónimo,

Agradeço o facto de me chamar de “prodígio”, mas não tem de o fazer. Penso que já percebemos quais as características de cada um, não há a necessidade de nos adjectivarmos.

Como deve calcular, há assuntos que recebem mais inteligência da parte de umas pessoas do que da parte de outras, mas isso não significa que podemos considerar alguém como o mais inteligente.

Não sei a que “amigo” se refere, mas noto um certo travo de inveja nas suas palavras.

Trato-o por você porque, entre muitas outras coisas que aprendi, o respeito e a boa educação são as que mais estimo e cultivo. Pena não termos tido o mesmo “professor” (como reparei que gosta muito de palavras entre aspas, pensei demonstrar-lhe, desta forma, um sinal de apreço).

Quanto à sua piada, sinceramente não condeno, mas penso que poderia ser mais inteligente. Ou será que o tamanho do seu cérebro é equivalente ao do do animal que entrou na igreja?

Obrigado por me ter esclarecido quanto às horas em que fez os comentários, não tive qualquer intenção em confundi-lo com pessoas que não se identificam.

Com os melhores cumprimentos,

PS- Se me puder enviar a tal fotografia agradecia. Talvez se explique melhor por imagens do que por palavras.

Anónimo disse...

vamos esclarecer de uma vez por todas as coisas:
não gostei minimamente da imagem que transmitiste dos camionistas. foi um texto infeliz porque até nem escreves mal. inveja?não meu.gosto de ter o nariz limpo.
continuarei a vir ao teu blogue para ver os teus textos.

André Pereira disse...

Sr. Anónimo,

Tem todo o direito em não ter gostado do meu texto, mas quanto a isso não posso fazer nada. Eu não escrevo para agradar a outros, mas sim para me agradar a mim. Agradeço o facto de ter comentado, reconheço que gostei desta troca de ideias.

Volte sempre, e comente!

Cumprimentos