Estavam quatro amigos a jogar às cartas. Em lados opostos da mesa estavam o Paulo e o Guedes. A outra equipa era composta pelo Sampaio e pelo Castro. O jogo estava emocionante mas, a dada altura, o Guedes faz um sinal ao Paulo, levanta-se da cadeira, põe as cartas em cima da mesa e abandona a sala. O Paulo apercebe-se do sinal, pisca o olho ao companheiro e lança uma carta.
O jogo continua durante várias horas, mesmo sem um elemento. Passam horas, passam dias, passam semanas, passam meses! Os três continuam sentados à mesma mesa a jogar o mesmo jogo. O Paulo lá vai conseguindo iludir os dois adversários com as suas jogadas ensaiadas e com o seu poder de entertainer (até porque, para jogar sozinho contra uma dupla é preciso alguma imaginação). Mas o Paulo, já cansado de tanto malabarismo, deixa cair a bola colorida que tinha na ponta do nariz e faz com que o Sampaio e o Castro se apercebam da ausência do Guedes.
Zangados, com os olhos da cor do sangue e a deitar fumo do nariz e dos ouvidos, Sampaio e Castro levantam-se nervosamente e mandam as cartas ao chão. “Já não jogo mais!”, grita o Sampaio, enquanto dá um murro na mesa. “Assim é inadmissível! Por que é que não nos disseste antes que estavas a jogar sozinho?!”, interroga Castro com um ar bastante ameaçador. Paulo manteve-se sentado, o olhar tranquilo, mãos em cima dos joelhos, a tapar as cartas que tinha debaixo da mesa.
1 comentário:
E são todos tão inteligentes estes cromos! Tem é fata de vista, ou não! Estavam muito concentrados!...
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