A cadeia de televisão belga RTBF interrompeu quarta-feira a programação para anunciar que «a Flandres proclamou a independência», «o rei deixou o país!» e «a Bélgica já não existe», num exercício de ficção política que fez disparar as audiências.
«Isto pode não ser uma ficção»... A mensagem de alguns segundos precedeu o genérico de uma edição especial do telejornal que anunciava a secessão da Flandres.O anúncio inesperado provocou, ao que parece, estupefacção e até o pânico de alguns telespectadores.Muitos ficaram convencidos pelos directos, as reportagens a quente nos eléctricos bloqueados na nova fronteira e as reacções de verdadeiras personalidades políticas belgas a congratularem-se ou a denunciarem a proclamação unilateral desta independência pelo parlamento flamengo.
O número para telefonar indicado pela RTBF no início da edição especial cedo ficou saturado. «A nossa central foi inundada de chamadas e os jornais francófonos recebem também muitas reacções», indicou o porta-voz da RSBF, Bruno Deblander.
«As pessoas acreditaram e quando lhe explicamos que é uma ficção, algumas dizem que é um escândalo, outras ficam tristes ou contentes que isso seja falso», acrescentou, reconhecendo que a iniciativa podia ser «contestável e que ela seria contestada».
Mas nesta emissão que recria à sua maneira a Guerra dos Mundos de Orson Welles, a RTBF apostava em «pôr na praça pública o debate que anima todos os belgas».
Governo francófono exige investigação
Esta quinta-feira surgiram as reacções mais violentas ao que o gabinete do primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt já classificou como «uma piada de mau gosto».«É dever da televisão pública informar correctamente o público, não criar confusão», afirmou o porta-voz de Verhofstadt.
O governo da Valónia, a região francófona da Bélgica, pede uma investigação sobre o «escandaloso» programa de meia-hora que surpreendeu o país, e questiona a ética dos jornalistas participantes.
Um país dividido
A Bélgica é um reino dividido entre três comunidades linguísticas (flamenga, francófona e alemã) e três regiões federais (Flandres, Valónia e Bruxelas). A Flandres, que é simultaneamente uma comunidade e uma região, representa metade mais de metade de todos os belgas e quase metade do território nacional.
Nesta região, que ocupa o Norte da Bélgica, vivem 6 milhões de flamengos, um povo germânico que fala uma série de dialectos próximos do Neerlandês (a língua da Holanda). Quase metade dos flamengos não fala o Francês, o idioma da zona Sul da Bélgica.A Flandres é também historicamente mais rica e industrializada que a Valónia (a região francófona do Sul), factor apontado pelos independentistas como mais um motivo para a separação, uma vez que estes argumentam que os francófonos vivem à custa da região do Norte.
«Isto pode não ser uma ficção»... A mensagem de alguns segundos precedeu o genérico de uma edição especial do telejornal que anunciava a secessão da Flandres.O anúncio inesperado provocou, ao que parece, estupefacção e até o pânico de alguns telespectadores.Muitos ficaram convencidos pelos directos, as reportagens a quente nos eléctricos bloqueados na nova fronteira e as reacções de verdadeiras personalidades políticas belgas a congratularem-se ou a denunciarem a proclamação unilateral desta independência pelo parlamento flamengo.
O número para telefonar indicado pela RTBF no início da edição especial cedo ficou saturado. «A nossa central foi inundada de chamadas e os jornais francófonos recebem também muitas reacções», indicou o porta-voz da RSBF, Bruno Deblander.
«As pessoas acreditaram e quando lhe explicamos que é uma ficção, algumas dizem que é um escândalo, outras ficam tristes ou contentes que isso seja falso», acrescentou, reconhecendo que a iniciativa podia ser «contestável e que ela seria contestada».
Mas nesta emissão que recria à sua maneira a Guerra dos Mundos de Orson Welles, a RTBF apostava em «pôr na praça pública o debate que anima todos os belgas».
Governo francófono exige investigação
Esta quinta-feira surgiram as reacções mais violentas ao que o gabinete do primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt já classificou como «uma piada de mau gosto».«É dever da televisão pública informar correctamente o público, não criar confusão», afirmou o porta-voz de Verhofstadt.
O governo da Valónia, a região francófona da Bélgica, pede uma investigação sobre o «escandaloso» programa de meia-hora que surpreendeu o país, e questiona a ética dos jornalistas participantes.
Um país dividido
A Bélgica é um reino dividido entre três comunidades linguísticas (flamenga, francófona e alemã) e três regiões federais (Flandres, Valónia e Bruxelas). A Flandres, que é simultaneamente uma comunidade e uma região, representa metade mais de metade de todos os belgas e quase metade do território nacional.
Nesta região, que ocupa o Norte da Bélgica, vivem 6 milhões de flamengos, um povo germânico que fala uma série de dialectos próximos do Neerlandês (a língua da Holanda). Quase metade dos flamengos não fala o Francês, o idioma da zona Sul da Bélgica.A Flandres é também historicamente mais rica e industrializada que a Valónia (a região francófona do Sul), factor apontado pelos independentistas como mais um motivo para a separação, uma vez que estes argumentam que os francófonos vivem à custa da região do Norte.
Fonte: Sol
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