Passados e presentes cidadãos:
Temos nas nossas mãos
O terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
No jardim da perpétua primavera.
Flor da Liberdade, Miguel Torga
Os cidadãos da cidade que atravessou o coração do poeta desfrutaram, no passado sábado, de um vasto colorido visual e aromático. O Mercado de Flores e Plantas teve lugar na Praça 8 de Maio e na Rua Visconde da Luz, prolongando-se até à Ferreira Borges. Flores ornamentais, medicinais e odoríficas, arranjos florais e plantas, (de várias formas, odores e texturas) deram um novo colorido à Baixa. Esta iniciativa contou com a participação de cerca de quatro dezenas de vendedores e produtores de flores.
Esta é uma iniciativa inédita em Coimbra, tal como aconteceu no domingo anterior com o Mercado de Artesanato. Mais de 60 artesãos, oriundos de várias zonas do país, apresentaram uma vertente urbana e contemporânea do artesanato nacional. A diversidade das peças demonstrou parte da nossa riqueza cultural, desde a vertente dos acessórios de moda, a trapologia e bonecas em tecido, aos trabalhos em pasta de papel, casca de ovo de avestruz, velas ou sabonetes.
Paralelamente à realização do mercado, aliou-se o Mercado de Doçaria Tradicional, que contou ainda com animação musical. A participação de grupos folclóricos da região trouxe novas cores para os nossos ouvidos. A Associação de Agricultores do Vale Mondego (orizicultores) também marcou presença neste mercado que ofereceu aos transeuntes um vasto programa cultural.
As flores e a doçaria tradicional, aliados a uma programação cultural onde não faltou a música, a poesia ou as danças, animaram a Baixa da cidade. Tendo promovido a Feira Artesanal do passado fim-de-semana, o departamento da cultura apoiou, também, este Mercado. No dia anterior, o vereador da cultura da Câmara Municipal de Coimbra já previa o que iria acontecer: “Será um dia de excelência. A junção das flores com música, doces e poesia só pode dar bom resultado. Esperamos um elevado número de visitantes, até porque é uma iniciativa inédita na cidade”, assegurou. A ideia surgiu em viagens feitas ao estrangeiro, nomeadamente a Amesterdão, onde mensalmente se realiza uma feira que enche de alegria as ruas da cidade.
O dia começou com uma arruada e um concerto da banda filarmónica Adriano Soares e pregões tradicionais, seguida da actuação do Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Assafarge e do Grupo Folclórico de Taveiro. Mais tarde, realizou-se uma sessão de trechos musicais pela “Arte à Parte”, uma leitura de poemas alusivos às flores por João Rasteiro e uma actuação do Grupo Folclórico Moleirinhas de Casconha.
Outra novidade a realçar é o concurso “Melhor Composição Floral” que decorreu durante o Mercado de Flores e Plantas. O vencedor levou para casa 250 euros, enquanto que o segundo e terceiro classificados arrecadaram 200 e 175 euros, respectivamente.
As flores e as plantas sempre tiveram diversas utilidades na História Mundial. Uma rosa escondida atrás das costas, um girassol numa tampa de pedra ou um lírio em cima da mesa… As flores acompanham-nos nos momentos de alegria, solenidade, tristeza e até de debilidade física, sendo algumas utilizadas como alimento e, também, na saúde e na estética.
Desde tempos longínquos que as flores têm servido como inspiração de poetas, pintores, tecelões e tecedeiras. Porque não é só na altura da floração que se cria alegria e cor, o Mercado de Flores e Plantas é um convite a viver sabores, formas, texturas e cores variadas, diferentes da época da floração.
A flor que és
A flor que és, não a que dás, eu quero,
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perene
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.
Ricardo Reis
Temos nas nossas mãos
O terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
No jardim da perpétua primavera.
Flor da Liberdade, Miguel Torga
Os cidadãos da cidade que atravessou o coração do poeta desfrutaram, no passado sábado, de um vasto colorido visual e aromático. O Mercado de Flores e Plantas teve lugar na Praça 8 de Maio e na Rua Visconde da Luz, prolongando-se até à Ferreira Borges. Flores ornamentais, medicinais e odoríficas, arranjos florais e plantas, (de várias formas, odores e texturas) deram um novo colorido à Baixa. Esta iniciativa contou com a participação de cerca de quatro dezenas de vendedores e produtores de flores.
Esta é uma iniciativa inédita em Coimbra, tal como aconteceu no domingo anterior com o Mercado de Artesanato. Mais de 60 artesãos, oriundos de várias zonas do país, apresentaram uma vertente urbana e contemporânea do artesanato nacional. A diversidade das peças demonstrou parte da nossa riqueza cultural, desde a vertente dos acessórios de moda, a trapologia e bonecas em tecido, aos trabalhos em pasta de papel, casca de ovo de avestruz, velas ou sabonetes.
Paralelamente à realização do mercado, aliou-se o Mercado de Doçaria Tradicional, que contou ainda com animação musical. A participação de grupos folclóricos da região trouxe novas cores para os nossos ouvidos. A Associação de Agricultores do Vale Mondego (orizicultores) também marcou presença neste mercado que ofereceu aos transeuntes um vasto programa cultural.
As flores e a doçaria tradicional, aliados a uma programação cultural onde não faltou a música, a poesia ou as danças, animaram a Baixa da cidade. Tendo promovido a Feira Artesanal do passado fim-de-semana, o departamento da cultura apoiou, também, este Mercado. No dia anterior, o vereador da cultura da Câmara Municipal de Coimbra já previa o que iria acontecer: “Será um dia de excelência. A junção das flores com música, doces e poesia só pode dar bom resultado. Esperamos um elevado número de visitantes, até porque é uma iniciativa inédita na cidade”, assegurou. A ideia surgiu em viagens feitas ao estrangeiro, nomeadamente a Amesterdão, onde mensalmente se realiza uma feira que enche de alegria as ruas da cidade.
O dia começou com uma arruada e um concerto da banda filarmónica Adriano Soares e pregões tradicionais, seguida da actuação do Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Assafarge e do Grupo Folclórico de Taveiro. Mais tarde, realizou-se uma sessão de trechos musicais pela “Arte à Parte”, uma leitura de poemas alusivos às flores por João Rasteiro e uma actuação do Grupo Folclórico Moleirinhas de Casconha.
Outra novidade a realçar é o concurso “Melhor Composição Floral” que decorreu durante o Mercado de Flores e Plantas. O vencedor levou para casa 250 euros, enquanto que o segundo e terceiro classificados arrecadaram 200 e 175 euros, respectivamente.
As flores e as plantas sempre tiveram diversas utilidades na História Mundial. Uma rosa escondida atrás das costas, um girassol numa tampa de pedra ou um lírio em cima da mesa… As flores acompanham-nos nos momentos de alegria, solenidade, tristeza e até de debilidade física, sendo algumas utilizadas como alimento e, também, na saúde e na estética.
Desde tempos longínquos que as flores têm servido como inspiração de poetas, pintores, tecelões e tecedeiras. Porque não é só na altura da floração que se cria alegria e cor, o Mercado de Flores e Plantas é um convite a viver sabores, formas, texturas e cores variadas, diferentes da época da floração.
A flor que és
A flor que és, não a que dás, eu quero,
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perene
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.
Ricardo Reis
André Pereira
1 comentário:
Lindas as flores de Coimbra!... Parabéns pelo texto.
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