terça-feira, 1 de março de 2011

A minha geração

Não sei se esta geração de que se fala é rasca, se está à rasca ou se, simplesmente, não se desenrasca. Não faço ideia. Porque, simplesmente, não sei a que geração se referem. Sei apenas que não é a minha. As manifestações desta tal geração não são originadas, ponto um, por toda a geração, ponto dois, pela maioria da geração, ponto três, por mim. Portanto, que não se tome a parte pelo todo. Não me marquem com o carimbo dos coitadinhos e dos refilões. Não faço parte. Faço parte de mim e daquilo que penso. E eu penso que isto está mal e que se deve lutar por melhor. Sem dúvida. Mas deixem-me ser eu a pensar. E não me rotulem.

Eu sinto as dificuldades inerentes à crise, à governação e à tradicional má gestão lusitana, mas não me revejo no que me tentam impingir. Lamento, mas não me incluam nesta reles campanha de marketing e de revivalismo revolucionário dos anos 60.

A geração que marca manifestações pelo Facebook, a geração que é vomitada em cada página de jornal, a geração que é cantada em músicas de suposta intervenção, a geração que abre telejornais… não é a minha. Tenho opiniões e não preciso que me metam numa caixa e me tratem como "frágil". Não quero que falem de mim utilizando o todo e não quero que falem do todo utilizando-me a mim. Ponto.

Esta é a minha liberdade. E exijo-a porque tenho direito a ela e porque a mereço. Porque luto por ela, porque não baixo os braços, porque me levanto sempre que me empurram. Tal como agora. Tanto não admito que me tratem mal profissionalmente, como também não admito que me tratem mal humanamente. Não preciso de cartazes, obrigado. Não preciso de megafones, obrigado. Não preciso de músicas, obrigado. Preciso, sim, de vontade. Preciso de empenho. Preciso de iniciativa. Preciso de honestidade. E preciso de todas as gerações. Da minha, da tua, das deles e das dos outros. Porque só com uma isto não vai lá.