sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra festeja 18º aniversário

A Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra (EHTC) e o Centro Novas Oportunidades (CNO) atravessam momentos de festa. Se a EHTC festeja o seu 18º aniversário, o CNO tem apenas seis velas para soprar.

Localizada na Quinta da Boavista, a EHTC foi inaugurada a 29 de Novembro de 1989. Dotada com os requisitos para uma formação técnica e profissional de qualidade, esta escola está vocacionada para possibilitar uma preparação integral dos futuros profissionais, incutindo-lhes espírito de iniciativa, autonomia, polivalência e inovação, factores fundamentais para um correcto desempenho e valorização da sua actividade.

A Escola de Turismo tem já uma longa história para contar, apesar da sua tenra idade. No seu primeiro ano, a Escola abriu um curso – Recepção, Portaria e Animação – vocacionado para recepcionistas de hotel. Foram 33 os alunos que frequentaram o curso que apresentava apenas uma valência profissional. Hoje em dia, a generalidade destas três dezenas de alunos dirige hotéis. Cursos de bar e de restaurante também começaram a ser ministrados.

O ano lectivo de 1992/93 marcou o início de cursos de valência profissional e escolar. Foram os casos do curso de “Restaurante/Bar” e “Cozinha/Pastelaria”. No ano seguinte, a Escola introduziu uma outra oferta formativa, a oferta pós-12ºano, em que todos os cursos passaram a possuir dupla certificação (escolar e profissional). Inicia-se o curso de “Direcção de Restauração” (mais tarde “Técnicas e Gestão de Restauração”) que forma alunos para cargos de chefia para a direcção de restauração. Este curso manteve-se durante oito anos, tendo sido reformulado e mudado de nome para “Técnicas e Gestão Hoteleira”.

No presente ano lectivo, o curso de Turismo sofreu uma pequena reestruturação. O nome alterou para Hotelaria e Turismo, ganhando, com esta mudança, a valência do alojamento hoteleiro, abrindo o leque de hipóteses de trabalho aos estudantes.

Quanto ao emprego, a directora da EHTC Ana Paula Pais mostra-se bastante orgulhosa. “Após o primeiro mês de concluído o curso, todos os formados têm emprego”, afirma. Para promover a empregabilidade, todos os anos, no mês de Maio, há uma semana que aproxima os jovens estudantes e os empresários da área.

“São as próprias empresas que vêm cá buscar os alunos”, assegura Ana Paula Pais que, com um sorriso nos lábios mostra o seu orgulho ao dizer que os ex-alunos “têm emprego em todo o lado – na região centro, por todo o país e até no estrangeiro”.

“Como exemplos mais próximos podemos apontar a directora da Quinta das Lágrimas, o director do Astoria, e a directora do Hotel Almedina, todos eles ex-alunos da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra”, conclui.

Actualmente, a Escola possui 17 turmas e 391 alunos. “O futuro será mantermo-nos por aí. Não tanto crescer em quantidade, mas sim em qualidade”, assegura a directora. Diminuir o número de desistências e fazer com que os alunos formados permaneçam no sector são os principais objectivos da direcção da Escola. Para ajudar nestas tarefas, existe um Gabinete de Apoio Psico-pedagógico ao aluno, que tem um conjunto de actividades com um cariz mais social e psicológico

“O futuro passa, ainda pela modernização da escola, com vista a acompanhar a evolução do próprio sector turístico”, realça Ana Paula Pais. “Esta evolução impõe que a escola antecipe as necessidades do mercado, através, por exemplo, do desenvolvimento de projectos mais criativos”, refere.

Desde sempre que a Escola possui formação contínua. No entanto, até ao ano de 1999, esta formação era desenvolvida pelos serviços centrais, em Lisboa, através de um projecto denominado “Brigadas Móveis” – grupos de formadores em determinadas áreas que se deslocavam pelo país. Em 1999, a EHTC iniciou a sua própria formação contínua específica, desenvolvida dentro da própria Escola. Actualmente, a EHTC faz formação em toda a Região Centro, em parceria com restaurantes, unidades hoteleiras, autarquias, regiões de turismo, entre outras entidades.

“Formar, Qualificar e Certificar”

Este é o lema conjunto da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra e do Centro Novas Oportunidades. Se a formação engloba o processo de aprendizagem, direccionado aos jovens, a qualificação é destinada aos activos que se encontram fora do processo de escolarização, mas no processo de qualificação das suas competências. Já a certificação encontra-se voltada para a área do Centro Novas Oportunidades e certificação escolar e profissional. A EHTC trabalha, desta forma, com estes três públicos: jovens, activos e adultos.

A EHTC acolheu, até à data, 1630 alunos. Destes, 872 obtiveram certificação, “um número que gostaríamos de aumentar”, afirma a directora Ana Paula Pais. Passaram ainda 8972 activos em formação e foram leccionados 527 cursos em formação contínua, uma área a reforçar.

“No entanto, encontramos algumas lacunas nos nossa população escolar. São elas a área linguística e o atendimento ao público”, garante Ana Paula Pais. Com o objectivo de colmatar estas falhas, “estamos a trabalhar para certificar a Escola como entidade formadora nos próximos dois anos”, conclui a directora. Esta certificação da Escola trará mais-valias ao nível da melhoria dos procedimentos e dos serviços aos alunos. Presentemente, a escola tem sob sua alçada duas escolas: Escola de Hotelaria e Turismo do Fundão, que já tem seis anos, e conta com 120 alunos; e a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, localizada em Óbidos e nas Caldas da Rainha. A de Óbidos foi inaugurada este ano, e conta com 60 alunos. Já a de Caldas da Rainha ainda se encontra em fase de construção.

Centro Novas Oportunidades comemora 6º aniversário

O ano de 2001 marcou a criação do Centro Novas Oportunidades, que na data se chamava Centro de Reconhecimento de Validação e Certificação de Competências, proporcionando a aquisição de certificação escolar e profissional.

O Centro Novas Oportunidades, coordenado por Sandra Simões, tem tido uma procura bastante elevada. Esta é uma consequência natural da “necessidade pessoal e profissional da pessoa”, afirma a directora do Centro. “A certificação das suas competências não só permite ao indivíduo um reconhecimento profissional como eleva a sua auto-estima”, continua. As áreas mais procuradas para certificação centram-se na “Cozinha e Empregados de mesa”. O processo de certificação inicia-se com a apresentação de um portfólio reflexivo de aprendizagens. Este dossier será entregue a profissionais especializados na área em causa, que analisam as competências do candidato. Poderá ser necessária uma formação complementar, que o indivíduo terá de efectuar. Após este processo, o candidato será confrontado perante um júri de certificação de competências, que o irá avaliar.

André Pereira
O Despertar

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O Benfica jogou com quem?

O Glorioso empatou ontem com o AC Milan. Assisti ao jogo no café “Rekinte”, na bela cidade de Coimbra, acompanhado de dois grandes amigos benfiquistas, pois claro! O jogo até começou de feição para a equipa da casa, mas foi Andrea Pirlo que inaugurou o marcador com um golaço de fora da área. O Benfica respondeu da melhor forma com um excelente golo do uruguaio Maxi Pereira.

A partir daí, o Benfica jogou, jogou e jogou, vulgarizando, por completo, a equipa italiana. É um facto que a equipa de Maldini, Pirlo, Seedorf e companhia não atravessa um bom momento no campeonato italiano (ocupa o 9º lugar!), mas esta é sempre uma equipa a temer, não sendo por acaso considerada por muitos, eu incluído, como a melhor equipa do mundo.

Porém, tenho alguns apontamentos a fazer:

- Os meus olhos, e os olhos de qualquer ser humano ou extraterrestre, são indignos de ver jogar RUI COSTA. Defendo, ainda, com a plena consciência do que estou a dizer, que os portugueses deveriam descontar para um imposto denominado “Rui Costa”, no artigo 3º, alínea c).

- Para meu extremo espanto, o lateral-direito Luís Filipe realizou um bom jogo de futebol, chegando mesmo a roçar a categoria de “muito bom”. Eu, que entendo que deveria existir uma lei que proibisse o jogador Luís Filipe de jogar na mesma equipa que o Rui Costa, tenho de dar a mão à palmatória e admitir que ontem o Luís até jogou bem.

- “É um muro? Uma vassoura? Um aspirador? Não, é o David Luiz!” Bem-dito sejas, David Luiz! Que grande regresso.

- Por fim, gostaria de realçar a exibição daquele que, para mim, foi o melhor jogador em campo, Kostas Katsouranis. Apesar de ter passado despercebido durante todo o jogo, conseguiu anular o meio-campo do AC Milan, que é composto por jogadores tão banais como Pirlo, Seedorf, Gattuso ou Kaká.

*Tenho plena consciência de que mais jogos virão e o Maior Clube do Mundo (leia-se Benfica) me irá provocar ataques de fúria e desejos em ter a licença de porte de arma para eliminar uns quantos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Hélio Passos - Morena do Rio Turvo

Pontos fortes: a música, a roupa, a dança, o vídeo-clip, o strip-tease, os últimos acordes desesperados, a VOZ, a letra da canção (deliciosa) e por fim, mas talvez o principal…

a sensualidade...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Fade to Black

Life it seems, will fade away
Drifting further every day

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Observatório Astronómico da Universidade visita o Sol

“O mistério das coisas? Sei lá o que é mistério! O único mistério é haver quem pense no mistério. Quem está ao sol e fecha os olhos começa a não saber o que é o sol, e a pensar muitas coisas cheias de calor. Mas abre os olhos e vê o sol e já não pode pensar em nada porque a luz do sol vale mais que os pensamentos de todos os filósofos e de todos os poetas. A luz do sol não sabe o que faz, e por isso não erra e é comum e boa.”

Alberto Caeiro, “Guardador de Rebanhos”

O Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra desenvolve, desde 1997, o projecto Dia da Astronomia na Escola. Desde esta data, o Observatório já visitou quase três centenas de escolas tendo sido abrangidos mais de cinquenta mil alunos, para os quais a astronomia mostrou ser um veículo privilegiado na aprendizagem das ciências em geral.

Segundo Artur Soares Alves, director do Observatório, “esta iniciativa pretende proporcionar a alunos, professores e restante comunidade educativa uma forma agradável e interactiva de apoiar, complementar e consolidar as matérias abordadas nos programas oficiais”.

Todos os anos, durante a Semana da Ciência e da Tecnologia, de 19 a 25 de Novembro, instituições científicas, universidades, escolas, associações e museus abrem as portas a um mundo tão longe quanto fascinante, proporcionando actividades desenvolvidas, através de um contacto directo com o público.

O projecto “Sol para Todos”, financiado pelo Programa Ciência Viva, tem como objectivo a promoção da ciência em geral e da astronomia em particular junto dos alunos de escolas do ensino não superior. O motor do projecto é o espólio de mais de 30.000 imagens do Sol (espectroheliogramas) existentes no Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, fruto de um trabalho de mais de 80 anos de observações diárias do Sol iniciado em 1926. Actualmente, encontram-se digitalizadas e disponíveis ao público aproximadamente 15.000 imagens, fruto de um projecto igualmente financiado pelo Ciência Viva, que decorreu entre 2002 e 2004.

Trata-se de uma colecção de observações solares de enorme valor científico. O Observatório Astronómico dispõe de um acervo museológico constituído por um vasto número de instrumentos de observação e medição astronómica e terrestre. Conta ainda na sua colecção com mapas e cartas celestes, sendo a maioria do espólio constituída por peças dos séc. XVIII e XIX.

Para João Fernandes, coordenador deste projecto, “este tema leva-nos para algo longe daquilo que é terreno, fazendo-nos imaginar”. Também astrónomo e docente no Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra e Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, João Fernandes afirma que “as pessoas costumam aderir a este tipo de iniciativas”, perspectivando-se “um excelente feedback por parte de todos”.

No Observatório Astronómico é realizada investigação em Astronomia e Astrofísica nas áreas da Física Solar, Física Estelar, Mecânica Celeste e Astrofísica Extragaláctica. Alguns destes trabalhos visam a preparação dos programas científicos de missões da Agência Espacial Europeia como COROT e GAIA.

O Sol

O Sol é a estrela mais próxima da Terra. O nosso planeta está, por isso, e desde a sua formação, dependente do Astro-Rei. Esta dependência não se resume apenas ao facto da Terra ter o seu movimento anual, de translação, em torno do Sol. É muito mais do que isso. O Sol é a principal fonte de calor e de luz de que a Terra dispõe e fundamental para toda a Vida que ela comporta. Os fenómenos que ocorrem no interior e na superfície solar têm impacto na superfície terrestre.

André Pereira
O Despertar

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Dificilex

A Selecção Nacional conseguiu o apuramento para o Europeu de Futebol de 2008, após um empate a zero com a Finlândia. Se, por um lado, os portugueses podem aplaudir Scolari por mais uma qualificação, por outro, terão de atirar tomates e todo o tipo de fruta ao nosso primeiro-ministro. Porquê? Porque o jogo não foi assim tão simplex.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Epílogo

Primeiro, foi o Big Bang quando, após uma feijoada divina, o Espírito Santo puxou o dedo errado da mão de Deus...

domingo, 18 de novembro de 2007

Corpo de Cristo

A ASAE fez uma investigação numa igreja. Foram apreendidos 20 kg de carne estragada. Jesus já foi constituído arguido.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

ASAE investiga Bento XVI

Bento XVI já não é Papa. A ASAE foi investigar o Vaticano e descobriu que não havia licença para um pastor alemão.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Boa vista

Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa.


É ou não é, Jaime?

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

AAC: 120 anos de Capa e Batina

Fundada no dia 3 de Novembro de 1887, a Associação Académica de Coimbra comemora este ano o seu 120º aniversário. A luta pelos direitos dos milhares de estudantes da Universidade de Coimbra marca a longa vida da Academia mais antiga de Portugal e uma das maiores da Europa. Desde a Tomada da Bastilha, passando pelas crises de 62 e 69, até à luta actual contra as propinas.

Diversas comemorações tiveram lugar por toda a cidade, culminando no sábado passado, com um espectáculo no Teatro Académico de Gil Vicente. Evocar o passado e projectar o futuro foram os principais objectivos da comissão organizadora que levou a cabo exposições, lançamentos de livros, tertúlias e uma gala no Casino Estoril. Foram oito meses de festejos, iniciados no dia 24 de Março – Dia do Estudante –, com o descerramento de uma placa comemorativa à porta da AAC.

Ainda no âmbito das comemorações, foi lançado um livro, da autoria de Rafael Marques – presidente da delegação de Coimbra da Cruz Vermelha – que relata alguns momentos marcantes da história da Academia. Os lucros reverterão para a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM).

São essas histórias que constroem as bases daquilo que é hoje a Associação Académica de Coimbra. O primeiro momento de relevante interesse surge no ano de 1836, quando os estudantes se vêem impossibilitados de representar uma peça no antigo teatro de Santa Cruz. Devido a esse facto, a Academia deliberou a construção de um novo teatro, que viria a nascer nos baixos do Colégio das Artes.

Nos finais de 1837, após graves divergências no seio do grupo, surgiu a Nova Academia Dramática, que se instalou no Edifício do Colégio de São Paulo “O Apóstolo”, onde é hoje a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

A Nova Academia Dramática era composta por três institutos: dramático, de música e de pintura. No dia 17 de Abril de 1849, os estatutos da Nova Academia Dramática são revistos e os institutos agregados num único – “O Instituto” –, com autonomia quase total, passando a Academia a denominar-se Academia Dramática de Coimbra.

Mais tarde, o nome sofre alterações para Instituto de Coimbra, alojando-se, em 1868, no Colégio de São Paulo, na Rua Larga. Já sete anos antes, havia sido fundado o Clube Académico de Coimbra, que, também alojado no Colégio de São Paulo, acaba por se fundir com a Academia Dramática de Coimbra, dando origem à Associação Académica e Dramática. Esta, em 1887, após uma revisão de estatutos, passa a designar-se Associação Académica de Coimbra.

Dois anos mais tarde, a AAC é transferida para o Colégio da Trindade. Este acontecimento foi uma verdadeira tragédia para a Academia, pois ditou o quase total desaparecimento das actividades culturais estudantis, já que as novas instalações não permitiam a realização de espectáculos, que eram a principal fonte de receitas da AAC. Assim, singraram as actividades desportivas como a ginástica atlética e acrobática, esgrima, jogo do pau, luta greco-romana, além de longos passeios a pé, a cavalo e de velocípede.

Em 1892, no seguimento de um Guarda-Mor ter detido um estudante por três dias na prisão académica por ter recebido, em oposição às ordens da reitoria, um novato na Porta Férrea com o tradicional Canelão, reúnem-se os estudantes em Assembleia Geral na Igreja da Trindade, votando uma greve geral. Como consequência, encerraram-se as instalações e suspenderam-se as actividades da AAC. A paralisação durou três anos. Os estudantes fundaram o Clube Académico Irmãos Unidos, para logo depois, em Setembro de 1896, retomarem o nome de Associação Académica de Coimbra.

Durante sete anos a AAC não teve casa fixa. A última localizava-se na esquina da Rua do Norte com a Rua do Cosme, para aí levada pelo então académico Egas Moniz. Mais tarde, em 1901, a AAC arrendou novamente o Colégio da Trindade, de onde tinha sido expulsa anos antes.

Em 1913, o Senado Universitário concedeu à AAC o rés-do-chão do Colégio de São Paulo, onde já estava instalado o “Clube dos Lentes”, oriundo da mesma raiz: a Academia Dramática. As instalações no Colégio eram já escassas para toda a actividade académica, que já incluía a dos organismos autónomos então existentes: o Orfeon e a Tuna. A relação com o Clube dos Lentes não era boa e o primeiro andar que ocupavam já tinha sido destinado à Academia, mas a entrega tardava, o que muito desagradava os dirigentes da AAC.

No dia 25 de Novembro de 1920, pela madrugada, cerca de quarenta estudantes ocuparam os andares superiores do Colégio, num assalto que se tornou famoso e que a academia denominou Tomada da Bastilha. O Colégio passou a ser conhecido como a Bastilha e o dia 25 de Novembro passou a ser considerado o dia da Academia de Coimbra, data ainda hoje comemorada pela AAC.

A data de 25 de Novembro tem sido anualmente comemorada com o Cortejo dos Archotes, no qual os estudantes evocam esta data tão importante para a Academia de Coimbra.

Durante as décadas do Estado Novo em Portugal, a AAC foi uma instituição de clara oposição ao regime vigente. Reuniões secretas, tomadas de posição públicas e privadas e algum bloqueio ao Governo eram as formas mais usadas. O crescimento do descontentamento estudantil, nomeadamente devido à Guerra Colonial, fez com que muitos estudantes fossem presos e perseguidos pela PIDE. Em 1969, a crise estudantil atinge o seu auge, culminando no dia 17 de Abril, que representou um importante passo rumo à Revolução dos Cravos.

Após o 25 de Abril de 1974, os estudantes tiveram uma voz preponderante na construção do Ensino Superior em Portugal. Novamente, a liderança deste movimento coube à AAC, como mais prestigiada Associação de Estudantes em Portugal. Durante os anos que se seguiram à Revolução dos Cravos, muitas foram as greves e as tomadas de posição dos estudantes em Coimbra.

Hoje, a Associação Académica de Coimbra mantém a força que a caracteriza, erguendo bem alto a capa negra de saudade, mas também de confiança num futuro melhor.

Fonte: Site da AAC

André Pereira
O Despertar

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

"Ídolo das Palavras"

Cena 1
NOTA PRÉVIA:
Todos os personagens entram em cena a cantar, à excepção da actuação de Gonçalo Gabriel. No palco, está uma rapariga com um timbre lindo e completamente afinado. No entanto, canta demasiado bem para conseguir falar em palco. Os júris falam a cantar:

Júri 1 - Sim, tu cantas muito bem/ Mas aqui é para falar.
Júri 2 - E se queres ser alguém/ Ou falas ou pões-te a andar.
Júri 3 - Eles têm razão/ Põe-te mas é na alheta.

Rapariga - Mas eu até tenho apresentação/ E sei conversa da treta.
Todos os júris - (Cantando a música do Toy “Estupidamente apaixonado”) Estupidamente interpretado/ não sabes o que fazer/ como tu há muitas mais/ vai-te embora, não voltes mais/ que já não te queremos ver.

Rapariga chora desconsoladamente e sai da sala a correr.

Cena 2
Encontramo-nos na sala de espera.

Voz-off - Gonçalo Gabriel/ vai ser avaliado/ o que será feito dele/ se for enxovalhado?
Apresentação do candidato, no sofá.

Gonçalo Gabriel - (Cantando música do Marco Paulo “Dois Amores”) Eu tenho dois amores/ que nada são iguais/ um é declamar poemas/ o outro é vender jornais/ um é declamar poemas/ o outro é vender jornais.

Cena 3
Gonçalo Gabriel encontra-se no palco.

Júri 1 - (Cantando música de Tozé Brito e Paulo de Carvalho “Olá, tu por aqui?”) Olá! Tu por aqui?
Gonçalo Gabriel - Olá, então como vai?
Júri 1 - Tudo vai bem?
Gonçalo Gabriel - Olhe, tudo vai mal para mim.
Júri 1 - Mas tudo vai mal porquê?
Gonçalo Gabriel - Estou muito nervoso aqui/ não sei se passarei…/ se falar bem, diz-me que fico aqui.
Júri 1 - Se falares bem, direi.

Cena 4
Analepse de Gonçalo Gabriel no sofá da sala de espera.

Gonçalo Gabriel – Sempre sonhei falar em público.

Cena 5
Gonçalo Gabriel inicia a sua performance.

Gonçalo Gabriel - (Falando) Eu sou o Gonçalo Gabriel, tenho 32 anos e adoro jogar computador. Um dia, andava eu a passear e tropecei numa pedra. “Sacana da pedra!”, resmunguei. Mas ninguém me ouviu porque eu estava sozinho. Depois fui jogar paintball e cortar o cabelo.

Cena 6
Nova analepse. Entrevista à mãe do Gonçalo Gabriel.

Mãe do Gonçalo Gabriel - (Cantando música do José Cid “20 anos”) Há muito muito tempo/ era ele uma criança/ que brincava num baloiço/ e nos escorregas./ Andava pelos cantos/ a ler Ary dos Santos/ e a declamar poemas como o Viegas.

Cena 7
Em palco. O júri chora de emoção à medida que Gonçalo Gabriel vai falando.

Gonçalo Gabriel - (Falando) Fiz um corte “à homem” e depois decidi ir pintar as unhas. Cheguei a casa e cumprimentei o meu colega de quarto. Ele não respondeu porque é um gato, mas eu não liguei. À noite, fui jantar debaixo da ponte porque estava cheio de frio. Adormeci em cima de uma revista cor-de-rosa, que me borrou o casaco de pele que tinha comprado em saldos. E é esta a minha história.

Cena 8
Após a actuação, ainda no palco.

Júri 1 - Então tu falas assim/ e cantas no coro nacional/ não é preciso pensar, tu para mim/ saltas já para a final.
Júri 2 - Estou completamente/ espantada com o que ouvi/ por mim também segues em frente/ encontramo-nos no Tivoli.
Júri 3 - A tua voz é feia / e música não é contigo/ estou aqui a pensar numa ideia/ queres lançar um disco comigo?

Cena 9
Gonçalo Gabriel abandona o palco bastante emocionado e abraça a família.


André Pereira e Nelson Antunes

Miaaaaaaaaaaaaauuuuuu

Ah e tal... Venho lá de baixo dizem-me que não sei quê, chego cá acima já me dizem que não! Mas que é isto?! Sem muitas palavras para descrever este dia... "estranho".