terça-feira, 17 de outubro de 2006

Praça do Comércio Português: “Queremos trabalhar, mas sem sair do lugar!”

Esta semana o Diário de Fictícias decidiu vir para a rua, sentir o cheiro a castanha assada e ouvir o burburinho constante da capital de Portugal. Depois de muito caminho percorrido, deparámo-nos com a estátua de D. Sebastião de Melo.

Tudo estava normal: as pessoas corriam de um lado para o outro, num stress desenfreado, os cafés apinhados de gente com cigarro na mão, e o rio, lá atrás, compunha a paisagem da bela cidade de Lisboa.

Mas algo se diferenciava naquele retrato paisagístico. Sim, era uma pequena mancha vermelha muito pequenina mas que fazia um barulho desproporcional ao seu tamanho.

Eram pessoas, que se encontravam com bandeiras e faixas de protesto contra o desemprego, contra o Governo, contra a oposição, contra os salários, contra as reformas, contra os subsídios, contra os contratos, contra os estrangeiros, contra o país, contra tudo! Aliás, não havia nada que estas pessoas não criticassem. Quando se propunha alguma medida, elas contra-atacavam de imediato com uma contra-proposta. Exemplar, o abrangente vocabulário destes senhores de punho cerrado.

Após largas horas de tentativa de comunicação com um dos seus líderes (têm muitos), devido ao intenso ruído sonoro, a conversa resumiu-se a pequenas frases de protesto, pois claro:

“Queremos trabalhar, mas sem sair do lugar!”

“Menos horas no emprego para termos mais sossego!”

“Trabalhar é uma seca, preferimos jogar à sueca!”

“O melhor para o empregado é poder trabalhar sentado!”

André Pereira

2 comentários:

Anónimo disse...

Quem serão estes contestatários?
De facto trabalhar é uma seca, é bem preferível jogar à sueca.

Anónimo disse...

E eu aqui a pensar!
Se amanhã ao trablaho vou faltar.
Mas como justificar?
Um atestado hei-de arranjar.