Espera lá... um SUCESSO?!?!?!
Vivemos no tempo dos assassinos, tempo de todos os hinos, e ouvimos dobrar os sinos, quem mais jura é quem mais mente. Vou arquitectar destinos, sou praticamente demente.
sábado, 31 de julho de 2010
Um sucesso
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Dor Crónica XLII
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Dor Crónica XLI
terça-feira, 27 de julho de 2010
Inception - A Origem
"Não podias antes ter sonhado com uma praia?"
A premissa é muito boa, os enredos papam-se, a forma de os contar fraquinha.
Não sou crítico de cinema, mas tendo em conta que faço parte do público, sou parte integrante e essencial de toda esta indústria. Portanto, tenho todo o direito em dar a minha opinião. E aqui vai ela (dividida por vários pontos).
Fiquei com a sensação horrível de não perceber por que raio a música para chamar à realidade as "almas" era o "Non, je ne regrette rien" da Edith Piaf. Lançar a curiosidade várias vezes no início do filme, outras tantas durante o filme e no fim não haver uma explicação é um claro exemplo do que não se deve fazer numa boa história. Compreendo que possa ser uma private joke do realizador, especialmente dirigida a Cobb (o personagem interpretado por Di Caprio). A música fala de arrependimentos ("Não, eu não lamento nada", numa tradução muito livre) e toda a história de Cobb no filme assenta no arrependimento de ter sido o "culpado" da morte de Mal, a sua mulher. De qualquer das formas, isto deveria ser explicado no filme. Não exaustivamente explicado - porque o bom cinema e o bom argumento é aquele que faz pensar - mas colocar Edith Piaf num filme que retrata uma situação "actual" é inadequado, não faz sentido. Está fora do contexto. Pelo menos se não for explicado. E não foi. Bastava um simples apontamento "Porquê esta música?", seguido de um "Não é a música, são as palavras" do Cobb e estava tudo resolvido. Ou bastava ficar pela pergunta. Deixar isto em aberto é que não. Dá um ar de "colocada ali à pressão porque a letra até faz sentido e nós somos muita bons a mandar private jokes entre nós que o público não compreende porque é burro demais para isso".
Na ponte, Yusuf apercebe-se de que está lixado e liga a música para acordar a malta. Dá uns tiros, vê que não tem hipótese e atira-se da ponte com a carrinha. Tudo muito rápido. No máximo demorou 30 segundos (o que no segundo nível equivale a 9 minutos). Aqui lanço o desafio: quem conseguir atravessar um longo corredor, lutar com um homem, matá-lo, entrar no quarto, apreciar cinco corpos a levitar, ver as gotas de sangue a sair da boca de um deles, engendrar um plano, ir buscar um fio, enrolar todos esses corpos num só, tirá-los do quarto, conduzi-los pelo longo corredor, levá-los para o elevador, abrir um alçapão, cortar um dos fios, colocar explosivos em vários pontos-chave, e esperar pelo "empurrão", tudo isto em 9 minutos e com gravidade zero, merece uma estátua. 9 minutos demorei eu a escrever este parágrafo (de notar que fui várias vezes à casa-de-banho e escrevi só com uma mão).
O Saito demora uma eternidade a morrer. Esteja em que nível estiver (1º: 10 segundos, 2º: 3 minutos ou 3º: 60 minutos), o ferimento da bala (exactamente no peito) ter-lhe-ia custado a vida de imediato.
Robert Fischer faz a pergunta que melhor define o filme: "Não podias antes ter sonhado com uma praia?". A pergunta foi dirigida a Eames e funcionou como piadinha-a-meio-do-filme-para-aligeirar-as-coisas. No cinema a malta acha graça, ri-se e pensa: "Caraças, é verdade! Por que é que ele, em vez de ter sonhado estar no meio dos "Alpes" cobertos de neve e cheios de frio de arma em punho para abater o exército escondido num forte blindado, não sonhou com uma praia paradisíaca? Os militares podiam, na mesma, ser mauzões (porque eram defensores da mente do Fischer), não teriam era de ter melhores armas que eles. Por que não sonhar com bazookas e shotguns, em vez daquelas mariquices de armas automáticas e facas?
Por agora é só. Terei de rever o filme. Com certeza que houve pormenores que não apanhei. Estes marcaram-me pela negativa. Outros surgirão que podem dar outro peso à balança. No entanto, não compreendo a febre que este filme tem provocado. Imagino se tivesse vampiros. Melhor, vampiros que também viajavam dentro dos sonhos. Era a loucura! No Top 250 do IMDB está em 3º lugar! 3º lugar! De certezinha que estou a sonhar. Esta não é a "verdadeira" realidade. Não pode ser! Quero acordar. Põe a tocar Edith Piaf, pá!
Dor Crónica XL
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Dor Crónica XXXIX
Um casal nigeriano teve um filho branco. Esta é a prova matemática de que menos com menos dá mais.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Dor Crónica XXXVIII
A Dor de hoje é dedicada à voz que melhor soube cantar a Dor de um povo. Faria hoje 90 anos.
O Grito
Silêncio!
Do silêncio faço um grito
O corpo todo me dói
Deixai-me chorar um pouco.
De sombra a sombra
Há um céu tão recolhido...
De sombra a sombra
Já lhe perdi o sentido.
Ao céu!
Aqui me falta a luz
Aqui me falta uma estrela
Chora-se mais
Quando se vive atrás dela.
E eu,
A quem o céu esqueceu
Sou a que o mundo perdeu
Só choro agora
Que quem morre já não chora.
Solidão!
Que nem mesmo essa é inteira
Há sempre uma companheira
Uma profunda amargura.
Ai, solidão!
Quem fora escorpião
Ai, solidão!
E se mordera a cabeça!
Adeus!
Já fui para além da vida
Do que já fui tenho sede
Sou sombra triste
Encostada a uma parede.
Adeus!
Vida que tanto duras
Vem morte que tanto tardas
Ai, como dói
A solidão quase loucura!
quarta-feira, 21 de julho de 2010
terça-feira, 20 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
1º Espectáculo Curso Humor e Comédia - O Coiso
Ontem, no Teatro da Comuna, criei um novo Homem! Que tal?
Vídeo: Altino Pinto
terça-feira, 13 de julho de 2010
Curso de Humor e Comédia ao vivo no Teatro da Comuna
LOCAL: Café-teatro da Comuna (Praça de Espanha)
HORA: 21h
PREÇO: 5 € (com direito a bebida)
TEXTOS: Alunos
DIRECÇÃO DE ACTORES: Ana Bola, Manuel Marques e César Mourão
Não faltem e confirmem a minha falta de jeito para o humor!
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Dor Crónica XXXI
sábado, 10 de julho de 2010
CIRCO DE LETRAS
Portugal dá trabalho
Mas este país não é para trabalhadores. É para empregados. Empregados de mesa, empregados de balcão, empregados de limpeza… Trabalhar é um verbo que não está no nosso dicionário genético, uma assinatura que está fora do nosso Bilhete de Identidade. E digo Bilhete de Identidade porque dá muito trabalho ir fazer o Cartão do Cidadão. Tirar senha, esperar na sala, ir para a fila, preencher papéis, tirar outra senha porque aquela era para a Electricidade, esperar outra vez, ir para outra fila ainda maior, preencher outros papéis e pagar. Está feito. Dá trabalho, claro. Tudo dá trabalho, particularmente em Portugal. Nós é que não gostamos. Preferimos emprego. Tem mais pinta e dá outro estatuto.
É isto que nos distingue dos outros países: nós somos a criança rabugenta da creche. Se nos dizem bem, julgamo-nos os maiores e exigimos ser o último a ir à baliza, se nos dão um puxão de orelhas, fazemos birra e mandamos a bola para a estrada. Podemos é ter o azar de acertar no carro do director. E aí corremos o sério risco de ir para casa… de férias.
Foto: DR