sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Guerra de 1908

"Cheguei à guerra eram sete horas da manhã... Estava a guerra ainda fechada."

Hoje tive o privilégio de estar a menos de dois metros deste Senhor! Obrigado...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

De livre vontade!

Hoje é o Dia Nacional da Prevenção do Cancro da Mama. Porém, ainda muitas mulheres se descuidam na prevenção da doença.

Eu, lutador pela saúde da humanidade (especialmente da parte feminina), disponibilizo-me a proceder ao processo de palpação.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Entrevista a Pedro Tochas

“Andar pelo mundo de mochila às costas é romântico”
Pedro Tochas é um comediante bastante versátil. Desde o stand-up comedy até ao teatro de rua, Tochas destaca-se pela sua capacidade de improviso. O Quinze chegou à conversa com o artista que gosta de ser palhaço. Tem actuação marcada no Teatro José Lúcio da Silva, no próximo dia 6 de Novembro (quinta-feira). Ao palco levará o espectáculo “Já tenho idade para ter juízo”.

Como nasceu o gosto pela comédia?
É difícil apontar um dia em específico, mas as coisas tornaram-se mais claras para mim quando tinha dezanove anos. Estava numa festa de Natal e havia palhaços e música. Para alegrar ainda mais o ambiente, decidi fazer algumas brincadeiras e uns malabarismos. As pessoas gostaram e eu não mais parei. Fiz festas para os amigos, para as crianças, nas feiras e, com o tempo, fui adquirindo a minha independência nesta área. Mais tarde, fui estudar teatro para Inglaterra, deixando para trás o curso de Engenharia Química que estava a tirar em Coimbra.

Como é actuar na rua?
É bastante diferente de actuar num teatro ou numa sala, por exemplo. A interacção com o público é muito maior e, no meu caso, sinto-me muito mais “artista” desta forma. Eu escolho uma rua, de preferência com algum movimento, e faço o meu papel. Passear pelo mundo de mochila às costas é espectacular e romântico.

Por onde já andaste?
Já actuei em dezassete países, incluindo Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Estados Unidos, Escócia, Inglaterra e Suécia. Porém, o meu sonho é actuar no Japão.

Qual foi o espectáculo mais marcante?
Foi, sem dúvida, na Escócia. Todos os anos, em Edimburgo, se realiza o maior (e, na minha opinião, o melhor) espectáculo do mundo de artistas de rua. Actualmente, são 800 os espectáculos diários. Na primeira vez, estava a fazer interrail e, chegado à estação de Edimburgo, deparei-me com um grandioso espectáculo. “Um dia hei-de actuar aqui”, pensei. Passados alguns anos, aconteceu.

De todos os locais onde actuaste, terás certamente bastantes histórias para contar…
Sim, lembro-me de, na Nova Zelândia, quando terminei o meu espectáculo, um miúdo de cinco anos ter vindo ter comigo: “You are a cool clown!”. Fiquei sem palavras. Foi um dos maiores elogios que recebi, ainda para mais vindo de uma criança.

Ouves muitas críticas?
Eu trabalho para o público. Se as pessoas não gostam, não trabalho para ninguém. Reconheço que o meu trabalho suscita amor/ódio, mas eu gosto disso porque odeio indiferença. Admito que as pessoas possam não gostar do espectáculo, mas podem ter a certeza de que eu dou sempre o meu melhor.

Normalmente tem-se a ideia de que os comediantes são pessoas muito tristes… Isso é verdade?
Comigo é claramente mentira. Sou tão alegre no palco como o sou fora dele. A diferença é que o ritmo que coloco em cada actuação é alucinante. E, como é óbvio, não transporto essa energia para o meu dia-a-dia. Acho que, se o fizesse, não aguentaria muito tempo.

Como é o teu processo de criação?
Como criador, dá-me gozo fazer coisas diferentes, mas é um processo bastante doloroso. Preciso de ter um deadline, para sentir pressão.

O que te faz rir?
A vida, as pequenas coisas… Tento ver o mundo de um ponto de vista positivo. Hoje ainda nada me fez rir. Mas ajudei um senhor a comprar o bilhete do metro. Ele ficou contente e eu também. Não é só o rir, mas também o sorrir.

E o que te faz chorar?
Não há nada que me faça chorar, mas fico triste com muitas situações… O momento que o nosso país atravessa não é de muitas alegrias, por exemplo. Quando alguém me questiona sobre Portugal eu respondo que é um bom sítio se não tiveres problemas de saúde ou problemas legais. É necessário que o sistema legal funcione com maior rapidez. A justiça em Portugal é muito lenta.
Gostavas de fazer papéis dramáticos?
Penso que seria uma experiência curiosa. Se bem que optaria por fazer papéis mais ligeiros, em séries ou cinema. Já o teatro não é algo que esteja dentro dos meus planos.

Já tens um longo percurso profissional, mas tornaste-te “conhecido do público” com os anúncios da Frize…
Sim, foi um anúncio marcante para mim. Mas há pessoas que avaliam o meu trabalho apenas por essa “gota de água” no mar que é todas as outras coisas que faço.

No “Programa da Maria”, tinhas o teu quarto a preto e branco. Terminado o programa, gradualmente deixaste a televisão. Foste à procura de cor?
Não (risos), eu sempre tive cor. Mas encaro a televisão como um meio para passar o meu trabalho e não como um fim.

Quem são os teus ídolos?
Em Portugal, sem dúvida, o Herman José e o Raul Solnado. A nível internacional, venero Charlie Chaplin, Daniel Keaton e Dave Gorman, entre muitos outros.

No próximo dia 6 de Novembro vais actuar no Teatro José Lúcio da Silva (TJLS), levando a palco o espectáculo “Já tenho idade para ter juízo”. Esse título reflecte mesmo o que sentes?
Muita gente me faz essa pergunta, mas na verdade não sei responder. Para quem anda pelo mundo inteiro de mochila às costas a pedir esmola… (risos). Em relação ao espectáculo, espero que as pessoas vão de espírito aberto e ouçam a minha mensagem. Este é o espectáculo mais positivo que já escrevi em toda a minha vida e vou entregar-me de corpo e alma. Só espero levar mais gente ao TJLS do que o futebol leva ao estádio.

Sendo de Avelar (Ansião), sentes algo de especial ao actuares em Leiria?
Sim, será uma actuação perto de casa. Gosto das pessoas de Leiria e tenho uma boa relação com o Académico, que já me contratou para alguns eventos.

Quem é o Pedro Tochas?
É um artista de rua comediante performer, por esta ordem. Artista de rua sempre em primeiro lugar, uma vez que actuar na rua é a melhor sensação do mundo. Adoro o que faço e tenciono fazer isto até aguentar. Trabalhando, não trabalho. O meu hobbie e a minha profissão são a mesma coisa.

Que conselho podes dar aos jovens que te vêem como ídolo?
Se descobrirem alguma coisa que vos dá prazer e satisfação pessoal, agarrem-na e não deixem que ninguém nem nada se meta à frente. Acreditem em vocês! Falo em qualquer área. Se gostam do processo e do fim, óptimo. Se optam apenas pelo fim, talvez não valha a pena.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ontem

Hoje bebi leite quente. Meti as mãos à volta da chávena, aqueci os dedos, senti o vapor a tocar-me o nariz e queimei a ponta da língua. Horas antes, havia puxado o cobertor, abraçado a minha almofada e levado os joelhos ao peito. Sinto o abanar das árvores, as folhas a baterem na janela, o vento a soprar nos ouvidos. Saio à rua. Vôo no mesmo sítio, semi-cerro os olhos para andar, sinto o cheiro a terra molhada.

Já tinha saudades de mim.

Imagem: Nelson Afonso

Remembering InterRail


Algures num dos muitos carris do velho continente!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Dos gardenias

Em 1996, o músico Ry Cooder fez uma das viagens mais úteis da humanidade. Foi a Cuba e, juntamente com Wim Wenders, deu a conhecer ao mundo "Buena Vista Social Club".

Obrigado!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Pensemos senhor...

Bater palmas quando o avião aterra é coisa tuga. E eu contra mim falo. Tenho de admitir que, quando vou no meu carro e chego ao destino, também bato palmas, levanto-me, grito “bis”e ainda atiro flores e ursinhos de peluche para cima do tablier. Nos aviões, as pessoas fazem isso porque o piloto conseguiu aterrar bem. No entanto, a mentalidade deveria ser outra. Se o piloto tivesse feito um peão ou qualquer outra acrobacia aí é que se deveria bater palmas. Esta atitude portuguesa só mostra que nós somos um povo que gosta de assistir sentadinho ao espectáculo e, quando terminado, mandar o seu bitaite. Somos uma claque de futebol camuflada por minis e tremoços, cachecóis do Benfica e palitos entre os dentes.

Então? Já acabei! Não estou a ouvir palmas.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A minha noite não usa baton - VI

Olho para o lado e vejo cinco criaturas verdes a saltarem no meu sofá. Não têm mais de 60 centímetros, as orelhas largas que estreitam no topo e dois pés achatados em forma de raquete de ténis. No nariz tinham um funil e em cada orelha um crocodilo bebé pendurado. Ao ombro, cada um tinha um papagaio que, por sua vez, tinha ao ombro um ser humano (mas muito muito pequenino). Olharam-me nos olhos, avançaram com os dedos compridos e pegajosos sobre o meu queixo e franziram o nariz. Naaaaa… não é este!, disse o crocodilo que estava pendurado na orelha esquerda daquele que parecia ser o chefe. Pelo menos era o que dizia o autocolante que tinha colado na testa, “Eu sou o chefe”. De se ter chegado tão perto na busca de informação, senti o hálito do crocodilo… Cheirava a sardinha assada e pernas de ser humano. Não me perguntem qual é o cheiro das pernas de um ser humano, mas depois de ter visto um vestígio de pé entre os dentes do crocodilo, o meu nariz criou todos os cheiros possíveis.

Imagem: Hugo Castro

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Alguém me ouviu

Chorei,
Mas não sei se alguém me ouviu
E não sei se quem me viu
Sabe a dor que em mim carrego e a angústia que se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
Ter coragem de querer
não ceder nem desistir eu prometo
AC Firmino

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Goodbye

E pronto, senhor McCain, até uma próxima!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Finally!!!

“Death Magnetic” é um moderno regresso ao passado. Ouvir Metallica há muito que se tornou um culto, e cds como este ajudam a alimentá-lo. Não falo apenas da genialidade inata dos membros, mas também da fidelidade ao mundo musical que souberam criar. E este seu espaço foi ganho muito cedo, na década de 80, com álbuns tão geniais como “Kill ‘em All”, “Ride the Lightning” ou “Master of Puppets”.

O mais recente trabalho da banda californiana é marcado como sendo o primeiro com Rick Rubin aos comandos da produção. O título do álbum é uma homenagem “a todas as estrelas de rock que já morreram”, como explica James Hetfield. O sucessor de “St. Anger” cumpre a promessa de um retomar da antiga linha musical que tão bem caracterizou a banda. Os solos esquizofrénicos e empolgantes de Kirk, as descargas enérgicas de Lars, os riffs coesos e melódicos de Hetfield e a segurança e virtuosidade de Trujillo fazem lembrar bons velhos tempos.

É um disco que consegue unir o “poder eléctrico” dos primeiros álbuns e o som potente da bateria de “St. Anger”. Quanto às músicas, certamente irão fazer parte do “Imaginário Metallica”. “The Unforgiven III”, “The Day That Never Comes” ou “The Judas Kiss” são apenas alguns exemplos.

O batimento cardíaco que se ouve no início da primeira música serve para nos avisar que os Metallica estão vivos, de saúde e prontos para destruir uns palcos e rebentar umas cordas. É um regresso em grande de uma banda que basta tocar uma nota para provocar pele de galinha. Ou então nódoas negras, depende. E ainda bem!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

domingo, 12 de outubro de 2008

Gasolina Gourmet

"Olhe desculpe... Era só para dizer que gostámos muito do seu sketch." Parabéns Susana e Daniel!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

"Em Chamas"

Peço desculpa pela falta de posts dos últimos dias, mas o trabalho tem-me consumido como o Fernando Mendes consome almoços. No entanto, num dos pequeníssimos intervalos que tenho para a chamada "vida própria", decidi ir ao teatro. E que tempo tão bem gasto. Sinceramente!

Teatro da Comuna

Depois do enorme sucesso em Londres no Bush Theatre e no The New Ambassadors Theatre (West End), "Em Chamas" chegou a Portugal pelo Teatroesfera.

Trata-se de uma peça 'peça brilhante e inventiva' da dramaturga inglesa Charlotte Jones, 'um trabalho original que mistura o passado e o presente, o humor e a dor, a compaixão e a ironia; uma escrita forte, poética e letalmente divertida'.

Para ver de 8 a 26 de Outubro de 2008, no Teatro da Comuna em Lisboa. Em Chamas de Charlotte Jones - Encenação de Rui Luís Brás

Com: Manoela Amaral, Paula Sousa, Paulo B., Peter Michael, Suzana Farrajota, Teresa Faria.
Horário: 4ª feira a sábado – 21h30 e domingo 16h00.
Preço dos bilhetes: normal 10,00€; com desconto: 7,50€ - 4ª e 5ª feiras: bilhete único a 5,00€

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Afinal tem couro cabeludo!

Hoje o José Mota fez uma exibição de se lhe tirar o chapéu.

(Foi a piada mais parva de que me lembrei)

Obrigado!

Com que voz chorarei meu triste fado?

Para descontrair...

A neutron [neutrão] goes into a bar and asks the bartender, “How much for a beer?” The bartender replies, “For you, no charge.”

domingo, 5 de outubro de 2008

A coisa pública

Lamento, mas tendo em conta a raiz da palavra "República", é esta senhora que me vem logo à ideia.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Não houve tempo para mais

Dinis Machado
(21-03-1930 - 03-10-2008)

«“Contavam-se histórias do Ângelo”, disse Austin, acendendo um cigarro, ”que ele era, segundo a expressão que Molero diz ter recolhido em fonte idónea, danado para a porrada. Que uma vez, isto contava o Zeferino Torrão de Alicante, e o Chinês que vendia gravatas confirmava com a cabeça, o Ângelo ia a passar no Largo do Navegante, três ciganos daqueles que vendiam fazenda para fato meteram-se com ele, bem, dizia o Zeferino, não queiram saber, um dos ciganos sacou de uma navalha de ponta e mola, o Ângelo enfiou-lhe a navalha no buraquinho que as pessoas têm ao fundo das costas, e isto com uma rapidez que já está, ao segundo cigano torceu-lhe o braço até dar estalido, e o Padeirinha que o vê às vezes, diz que ele ficou sempre com o braço ao contrário, dava um bom policia sinaleiro, ao terceiro cigano deu-lhe uma tal cabeçada na testa que ele ficou toda a vida com os olhos tortos, há-de estar a olhar para a ponta do nariz até ir para a cova.

Mister DeLuxe sorria. “sempre houve o culto da desordem um pouco por toda a parte”, disse ele, “isso já vem do fim dos tempos”. “o Zeferino”, continuou Austin, “dizia que tudo se tinha passado com uma rapidez que já está, nem tenho bem a certeza de como tudo aconteceu, dizia ele aos mirones que pediam pormenores, ora deixem cá ver, deixem cá puxar pelo bestunto, é pena não se poder passar tudo outra vez ao ralenti, bem, um dos ciganos foi pelo ar, e o outro foi logo a seguir antes do primeiro ter caído, quase chocaram os dois a cinco metros de altura, tenho a impressão que eles foram outra vez atirados ao ar antes de chegarem ao chão, não tenho bem a certeza, lembro-me bem é da cabeçada em salto de prancha, uma coisa linda, eu estava a olhar e tudo acabou de repente com uma rapidez que já está, fiquei só com uma ideia, não houve tempo para mais.»
O que diz Molero
Dennis McShade

É isto

Para os benfiquistas, é um dos melhores jogadores da equipa. Para os do Sporting, é um trivela de pé esquerdo que é para aprenderem. Para os do FC Porto, é um ex-jogador do Arsenal.