segunda-feira, 29 de março de 2010

Parabéns, senhor Rui Costa

Hoje Rui Costa fez 38 anos. O dia foi longo e a homenagem que posso fazer a este senhor transporta demasiadas coisas para ser feita em meia dúzia de minutos. Por isso, recordo um texto que escrevi na noite do seu último jogo de futebol.

A Deus:

Hoje as emoções misturam-se. Lágrimas andam de mãos dadas com os sorrisos rasgados de orelha a orelha e a dor deixa marcas de baton nas faces rosadas da alegria. Cá fora, a chuva escolhe outro sítio para cair. Pedaços de água e sal escorrem pela epiderme de milhões de rostos agradecidos. O pouco espaço existente no chão é, subitamente, inundado por labaredas molhadas. Nem nuvens, nem estrelas, nem mesmo o sol ou a lua se dignam a aparecer. É uma despedida alegre, um regresso triste, um turbilhão de sustenidos e bemóis numa pauta de Chopin.

O mundo veste-se de vermelho. Um vermelho-sangue derramado pela multidão. Essa que um dia viu nascer um menino. Não era mais que isso. Ainda hoje o é. Basta olhar nos seus olhos para perceber que ainda brinca com uma bola de trapos num campo sem medida, sem linhas ou barreiras. Um simples rectângulo universal pisado por um génio com asas nos pés. E toda esta magia digna de um Houdini sem cartola terminou hoje, ao som das batidas nervosamente aceleradas de um coração ecuménico.

Hoje, sem um consentido aviso prévio, o Maestro desampara milhões de corações num ritmo andante. Obrigado por todas as alegrias que me deste, por todas as tristezas que partilhámos, por tudo! De todos os jogadores que tive oportunidade de ver jogar, Rui Costa foi o melhor de sempre. Não me despeço de um génio alado porque a própria palavra “adeus” transporta a sua identidade.

"Eles lá darem darem, mas cá levarem!"


Foi a frase mais bonita que ouvi na noite do jogo, proferida por um filósofo das palavras que circulava o estádio empurrado por uma multidão de cachecóis vermelhos. "Zé Manel", chamemos-lhe assim, é o sábio anónimo que une a técnica do futebol e a táctica da vida. É ele o cidadão comum, mas ÚNICO!, que cita Platão e bebe uma mini, que ouve Chopin e insulta o árbitro, que chora de saudade e arrota depois de uma bifana. Zé Manel, permitam-me que assim o trate, é por si que vou ao futebol, é por si que escrevo, é por si que existo. Obrigado!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Benfica vs WWE

O Benfica venceu ontem de forma categórica o Futebol Clube do Porto. Sem espinhas. Nada a acrescentar. Nada mais a dizer sobre esta vitória limpa e justa. Perdão, justíssima. Grande Jesus. Enorme espírito de grupo. Gigante Benfica. Quanto a futebol, estamos arrumados.

Agora gostaria de falar do Porto. Primeiro, não percebo o "Futebol" de "Futebol Clube do Porto". Quem pratica aquilo deveria estar no Boxe Clube do Porto ou no Porto Wrestling Federation. Nunca numa modalidade chamada futebol.

Para chegar a esta conclusão, bastou-me existir e assistir aos jogos de futebol. Mas ontem - como todos os dias são dias de esperança - decidi esperar que o Porto soubesse perder e aplaudisse os vencedores. Errado. Aliás, que estupidez a minha. Às vezes até parece que sou dos Super Dragões. Eles que, uma vez mais, fizeram um excelente jogo nas estações de serviço da A1 e A2. Bananas para estes energúmenos.

O Ruben Micael começou o "jogo" logo aos 20 segundos. Minutos depois foi o Bruno Alves. Depois foi o Raul Meireles. Minutos depois foi o Bruno Alves. Seguiu-se o Miguel Lopes. Minutos depois foi o Bruno Alves. Fernando. Minutos depois foi o Bruno Alves. Cristian Rodríguez. Minutos depois foi o Bruno Alves. Minutos depois foi o Bruno Alves. Minutos depois foi o Bruno Alves. Minutos depois foi o Bruno Alves. Minutos depois foi o Bruno Alves. Minutos depois foi o Bruno Alves. E estou a ser benevolente porque vi o jogo pela televisão, o que me impediu de estar sempre de olho no Bruno Alves. Mas uma coisa é certa. Se eu estivesse sempre de olho nele, o certo era ficar com o olho negro. Sinceramente não sei o que dizer da conduta deste animal. E peço desculpa ao meu cão por o estar a incluir na sua categoria. O Bruno Alves parece um animal raivoso que espuma pela boca sempre que vê um jogador… sempre que vê um… sempre que vê. Ponto. Eu até duvido que ele veja. Pelo modus operandi, deve lá ir pelo cheiro. A frustração que vai dentro daquele animal com formato humano é tanta que nem há espaço para a massa encefálica.

sábado, 20 de março de 2010

Bullying? Qual bullying?


Os putos que levam porrada na escola só se deixam ficar se não tiverem um pai como este.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Dar sangue


"Homossexuais podem dar sangue. Só não podem dizer que o são", notícia do Público. Aqui está um sketch sobre o tema. Escrito por mim, interpretado por Miguel Raposo e Francisco Areosa.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Lei do vinho



Eis o porquê da Lei da Rolha (min. 2:15).

sexta-feira, 12 de março de 2010

É ou não é?

O Eduardo Sá é o André Sardet com mais 20 anos.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Going Deep with Kassem G


Como fazer bom humor pode ser tão simples.

domingo, 7 de março de 2010

La la la

A Maddie foi vista a cantar num coro no Canadá. Nada que me surpreenda. Sempre desconfiei que ela tinha jeito para utilizar a boca.

quinta-feira, 4 de março de 2010

quarta-feira, 3 de março de 2010

Festival da canção mal cantada


Hoje a televisão pública nacional deu a conhecer parte dos artistas que se propõem representar o nosso país no próximo Festival da Eurovisão. A pergunta que se coloca é: Porquê?

Por que diabos se dá espaço televisivo a músicos cheios de nada? Nem música, sequer. Que, curiosamente, é aquilo que se avalia neste festival.

Apagam-se notas musicais e acrescentam-se frases de amor. Daquelas lamechas, clichés e sem sentido. Rimam, isso é o mais importante. A partir daí, qualquer coisa serve.

Não estava à espera de ouvir grandes composições esta noite. Aliás, estava mesmo a contar com um desfile de diarreia musical. E, neste ponto, este espectáculo não me desiludiu.

O que me surpreendeu foi a utilização dos microfones e dos instrumentos musicais apenas como objectos de decoração. O playback (aquilo que nos permite encantar, mesmo não sabendo cantar nem sequer assobiar) foi o grande intérprete da noite. E, mesmo ele, esteve mal. Porque as vozes que se ouvem são as vozes que o simulam em palco. Quando é assim, não há muito a fazer.

Será que uma guitarra eléctrica dá o mesmo som se não estiver ligada a um amplificador? Não há fios a ligar o órgão a uma fonte de energia? E o saxofone? Não precisa de um microfone que transmita o som para a televisão?

Quem percebe minimamente de música considera o playback um insulto, uma agressão! Quem não percebe ouve e não liga. Mas os festivais da canção são para as pessoas que percebem de música ou para as pessoas que não percebem? Se for para estas últimas, então sim, este Festival da Canção é o espectáculo perfeito. Se for para o outro tipo de pessoas então deixem-me ir ali puxar o autoclismo.

A semi-final de hoje terminou com uma mensagem de apoio para a Madeira. Eu preferia enviar uma mensagem de apoio para o Festival da Canção. Isso sim, uma tragédia.

NOTA: Ao longo dos próximos dias, conto dar a minha opinião sobre algumas actuações. E prometo não utilizar a palavra "bacana".