Vivemos no tempo dos assassinos, tempo de todos os hinos, e ouvimos dobrar os sinos, quem mais jura é quem mais mente. Vou arquitectar destinos, sou praticamente demente.
sábado, 30 de junho de 2007
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Diário Furtado apresenta: Balança Comigo!
Diário Furtado: Que comece a música!
Pinto da Costa: Bamos lá ber quem é que sabe dançar, carago!
Filipe Vieira: A ver vamos! A hegemonia do Porto terminou. Mas acredito que me possa vencer, não é qualquer um que já foi casado com uma dançarina profissional.
Pinto da Costa: Se te pisar, avisa, oh Luís Filipe. Tenho os pés muito grandes. É de estar há tanto tempo em pé, sem ninguém para me fazer frente.
Filipe Vieira: Deixa estar que podes é pisar os meus pneus. Já agora, não queres comprar uns? Faço um preço especial.
Pinto da Costa: Um preço especial? Nem se me desses o Mantorras eu aceitava. Já tenho ligações com África que me chegam. Basta o marfim que tanto trabalhinho me tem dado.
Filipe Vieira: Imagino, imagino… Deixemo-nos de valsinhas e vamos dançar um tango. Coloque lá esta rosa na boca!
Sócrates: Sim, mas cuidado que essa rosa tem alguns espinhos! E bem afiados… Ora bem, ninguém falou mal de mim, podem continuar a dançar. Peço desculpa por ter interrompido a espectáculo.
Filipe Vieira: O que vale é que este senhor é do Benfica! Oh senhor Jorge Nuno, não quer comprar um kit de sócio?
Pinto da Costa: Eu?! Sócio dos lampiões? Deve estar a brincar comigo. Primeiro, os meus negócios são todos feitos sem a ajuda de qualquer lampião. Em segundo lugar, os únicos seres que conheço que voam são uns amigos meus. E voam porque eu lhes pago as viagens, senão ficavam em terra, a trabalhar. Por falar nisso, um samba ia mesmo bem. Para além dos tambores, também tem muitos apitos, e eu já estou habituado. Vai um sambinha?
Filipe Vieira: De Felgueiras ou do Rio?
Pinto da Costa: Pode ser de Felgueiras que eu não posso com o rio. Já tentei lá nadar, mas quase me afoguei…
Filipe Vieira: Podemos dançar um samba, sim senhor. Mas tenho a impressão que a sua dança preferida nos próximos tempos será o corridinho.
Pinto da Costa: O corridinho?
Filipe Vieira: Sim, corridinho para trás das grades!
Diário Furtado: A dança chegou ao fim. É altura de ver as pontuações.
Juiz: Eu não vi nada… Não sei onde deixei os óculos… Mas, por mim, podem ser ambos arquivados!
Senhor vestido de negro: A vitória vai claramente para o meu patr… para o senhor Jorge Nuno Pinto da Costa. Tem muita agilidade e é exímio na arte de subor… de dançar!
André Pereira
O Despertar
terça-feira, 26 de junho de 2007
Cortinas negras
Finalistas Comunicação Social
Instituto Superior Miguel Torga
2006 / 2007
Coimbra ouve-se aos poucos. Entranha-se na nossa alma como uma seringa que injecta um qualquer vírus que não nos larga. Antibiótico não existe, e todas as batas brancas que possamos encontrar no hospital nunca nos irão retirar esta epidemia benigna que viaja pelas veias do nosso corpo. Talvez seja esta confusão de palavras que define esta cidade. Talvez seja muito mais que isto, muito mais que qualquer outra definição…
Hoje, olhamos para trás e recordamos com saudade todas as cadeiras da sala de aula, todas as tampas das canetas que roemos por ansiedade, todos os sorrisos que emprestámos sem nunca nos serem devolvidos (outros, porém, vieram como boomerangs direitinhos aos nossos lábios). Letras, números, computadores, teorias, técnicas, folhas, cadernos… Fotocopiámos todo o nosso passado diariamente. Fomos inventando histórias para nos esquecermos do que éramos, fomos realizando desejos para nos inventarmos nessas histórias que mais tarde queríamos esquecer.
As lágrimas muitas vezes moldaram-nos a face, as maçãs do rosto que hoje, penduradas na nossa árvore de feições, amadurecem lentamente prontas a serem colhidas. Fintámos tristezas, muitas vezes até alegrias, mas vivemos! Sentimos! Aprendemos! Construímos amizades nos pilares de lábios rasgados e olhos de sal. Enfrentámos o nervosismo, as dores de barriga antes dos exames, perfurámos segredos escritos na alma…
E muito devemos a este Instituto! Aos professores que não só nos ensinaram uma mais específica junção de letras e números, como também um maior relacionamento interpessoal que nos faz sentir aquilo que vivemos hoje. Somos homens, mulheres, que olhamos para o passado com a saudade de uma vida que ainda não nos largou. Porém, a saudade, essa velha palavra tão nossa, amarrou as cordas ao nosso peito desde o momento em que olhámos a torre da Universidade, em que contemplámos o Mondego, em que arquitectámos o nosso ninho no Penedo…
A peça terminou. Ouvimos os aplausos, agradecemos ao público e saímos de cena. Nos bastidores, tiramos toda a maquilhagem que nos fez encarnar personagens de contos de fada, de vilões, monstros, príncipes, princesas… O espelho que reflecte o nosso rosto continua o mesmo de há uns anos para cá. Porém, a sua imagem é bem diferente. A nossa cara está mais vincada pelos olhares trocados com os livros. As mãos mais pesadas e experientes pelo folhear das aulas. Os olhos, esses, permanecem os mesmos. Nem um desvio pupilar na menina dos nossos sonhos… E, com um simples pestanejar, ouvimos a guitarra que chora nas nossas paredes cerebrais. Parafraseando Miguel Torga, juntos podemos dizer que “Coimbra é a cidade que temos atravessada no coração”.
Texto: André Pereira
Fotografia: Xé
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Holocausto pode ter sido “vingança” de Hitler contra prostituta
A possibilidade foi apontada pelo psiquiatra Bassem Habeeb, num artigo académico que circulou entre o público de especialistas no encontro mundial do Royal College of Psychiatrists, em Edimburgo. Segundo Habeeb, a doença teria sido transmitida a Hitler após ter tido relações sexuais com uma prostituta judia, em 1908.
À época uma doença incurável, a enfermidade pode levar à loucura, mudanças bruscas de humor e paranóia. "Se a vida de Hitler for analisada pelas lentes de um diagnóstico de sífilis, uma pista leva a outra, até emergir um padrão de infecção progressiva de uma doença que pode ter definido Hitler desde a sua juventude", disse o psiquiatra. Habeeb acrescentou que, embora não se possa afirmar com certeza, existem "amplas evidências" de que o líder nazi, que procurou eliminar os judeus através do Holocausto, era portador de sífilis.
Anotações do diário do médico de Hitler, Theo Morrell, indicaram que o paciente sofria de crises gástricas (de estômago), lesões de pele, mal de Parkinson e mudanças bruscas de humor – sintomas de sífilis, observou o Dr. Habeeb.
Hitler tinha ainda "sintomas de comportamento criminoso, paranóia e mania de grandeza", que poderiam ser interpretados como indicadores de neurosífilis, ou seja, da doença em seu estado avançado. No seu livro, "Mein Kampf" (Minha Luta), Hitler dedica uma dezena de páginas à sífilis, afirmando que a eliminação da "doença de judeus" deveria ser "uma tarefa de toda a nação alemã”.
Historiadores e médicos já haviam apontado a possibilidade de que o líder nazi tivesse sífilis. Mas, segundo Habeeb, ninguém tinha ainda percorrido os sintomas até encontrar uma ligação entre o estado avançado da doença e os traços da personalidade de Hitler que acabaram por ter influência no desenvolvimento do Holocausto.
Habeeb, do Hollins Park Hospital, em Warrington, no Norte da Inglaterra, já conduziu outras pesquisas semelhantes a respeito de líderes mundiais. Numa delas, especulou sobre o grau de influência que possíveis demências avançadas haveriam tido em personalidades políticas mundiais, como o líder soviético Estaline, o ex-presidente americano Woodrow Wilson, e o ex-primeiro-ministro britânico Ramsay MacDonald.
domingo, 24 de junho de 2007
My Funny Valentine
Sweet comic valentine
You make me smile with my heart
Your looks are laughable
Unphotographable
Yet you're my favourite work of art
Is your figure less than greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?
But don't change a hair for me
Not if you care for me
Stay little valentine stay
Each day is Valentine’s day
Is your figure less than greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?
But don't you change one hair for me
Not if you care for me
Stay little valentine stay
Each day is Valentine’s day.
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Jornal Monizcipal - Oh Portela vem à janela!
Sentinela Moura Guedes – Oh Nicolas, mas o senhor Putin não te deu um comprimido para tomares? Parece que ele já o usou várias vezes. Aliás, não há presidente russo que não use e abuse desse comprimido! Mas, desta forma, vamos ter de mudar de jornal. Eu sou a Sentinela Moura Guedes e este é o Jornal Monizcipal!
Santo António regressa a Lisboa para casar lisboetas:
Após longos anos sem visitar a capital, António surgiu com uma nova aparência. Um implante capilar e muitos dias no céu tornaram a sua pele mais morena. Desta vez, não veio nem de burro, nem de Ferrari. Talvez vá de vela.
Portela é uma das localidades propostas para construção do novo aeroporto:
Após ter construído castelos de areia na sua própria cabeça, Mário Lino mostrou-se disposto a analisar qualquer outro estudo sobre a localização do novo aeroporto, inclusive a opção Portela. Desta forma, o ministro espera que a Portela venha à janela, nem que seja para sentir o calor insuportável deste deserto de ideias.
Presidente do Governo Regional da Madeira afirma que Portugal tem deficit de democracia:
Após ter sido eleito por maioria absoluta, Alberto João Jardim assumiu, esta semana, o cargo de presidente do Governo Regional da Madeira. Na cerimónia de tomada de posse, o senhor Jardim afirmou que “Portugal tem deficit de democracia”. Não podia concordar mais com esta afirmação e com a altura em que foi feita. Aliás, nada melhor que um bom conselho acompanhado de um melhor exemplo.
Joe Berardo entende que “o Benfica é um lar da terceira idade”:
O empresário madeirense, que pretende adquirir 100 por cento das acções da SAD do maior clube português, afirmou que o Benfica é um clube com jogadores em fim de carreira, o que não favorece a aquisição de títulos. “Como é possível pertencerem ao plantel jogadores que já foram campeões pelo Benfica? Só podem ter uma idade bastante avançada! E muito, muito boa memória!”, afirmou.
Pinto da Costa foi constituído arguido no caso “Apito Dourado”:
É uma surpresa, não só para o país, como para todo o mundo! Jorge Nuno já recebeu palavras de apoio dos seus amigos sicilianos. Por seu lado, Valentim Loureiro não vai a julgamento pelo jogo Naval-Chaves. Das duas uma: ou o major venceu a batalha naval, ou encontrou as chaves para fugir.
André Pereira
O Despertar
quinta-feira, 21 de junho de 2007
A miséria do meu ser
Do ser que tenho a viver,
Tornou-se uma coisa vista.
Sou nesta vida um qualquer
Que roda fora da pista.
Ninguém conhece quem sou
Nem eu mesmo me conheço
E, se me conheço, esqueço,
Porque não vivo onde estou.
Rodo, e o meu rodar apresso.
É uma carreira invisível,
Salvo onde caio e sou visto,
Porque cair é sensível
Pelo ruído imprevisto…
Sou assim. Mas isto é crível?
Fernando Pessoa
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Fumo passivo pode matar bebés
Quando o organismo assimila a nicotina, a cotinina é produzida pelo próprio corpo e é responsável por “digerir” a molécula. O estudo afirma que as mães fumadoras seriam a principal causa dessa alta concentração de cotinina na urina das crianças, porém os pais também podem causar efeito expressivo. Somente nos EUA estima-se que morram mais de seis mil crianças por fumo passivo.
Fonte: Smoke Free Warwickshire
terça-feira, 19 de junho de 2007
Carteiro - Correio Azul
Quantas vezes não gostaríamos de falar com pessoas que nos parecem inalcançáveis? Quantas vezes não nos sentimos revoltados por não podermos fazer ouvir a nossa voz? Quantas vezes não sonhámos fazer publicamente uma declaração de amor? Todas estes desejos podem ser, finalmente, realizados. Envie-nos a sua palavra, a sua frase, o seu texto e nós mostraremos ao mundo o que vai na sua alma. Seremos um pombo-correio, voando nas asas do céu, sem qualquer gaiola que nos possa aprisionar.
Correio Azul
Uma das cartas que chegou ao nosso armazém é dirigida ao Sumo Pontífice. Não falamos de Bento XVI mas sim de Pinto da Costa que, para além de assumir o cargo de Papa, é ainda Presidente do Futebol Clube do Porto. Em baixo, podemos ver o texto que se encontrava nesta carta dourada e sem remetente:
“Salvé Senhor Presidente! Podemos proceder à escolha do campo, deseja cara ou coroa? Ah, desculpe, esqueça o que escrevi, é o hábito. Antes de mais, queria agradecer-lhe, por escrito (já não se pode confiar no telefone, tenho medo das escutas) tudo aquilo que tem feito por mim e pela minha família. O seu bom-nome ecoa nas paredes do meu iate, e a sua dignidade faz-me acreditar cada vez mais em Deus. De momento, deitado sobre a areia de Copacabana vejo, ao longe, um monumento que me faz lembrar o Senhor Presidente, de braços abertos para os mais desfavorecidos. Espero que continue a apostar no meu trabalho. Sem mais de momento, Amén! PS: Os meus três colegas de profissão mandam cumprimentos.”
André Pereira
segunda-feira, 18 de junho de 2007
II Festa da Música anima Coimbra
À semelhança do que sucedeu no ano passado, a Rua Pinheiro Chagas, da Alliance Française, situada nas traseiras da Escola Secundária José Falcão, estará encerrada ao trânsito automóvel num período entre as 16horas e as 24horas do próximo dia 21, quinta-feira, durante as oito horas que prometem ser de festa e muita música.
O programa ainda é provisório – uma vez que poderá conhecer alterações a qualquer hora, sobretudo com a integração de mais algum participante –, no entanto, mais de duas dezenas de grupos irá actuar. Estão confirmadas as participações de um grupo de alunos do Jardim-Escola João de Deus, o Grupo de Flautas e Danças Regionais do Externato João XXIII, a Orquestra da Escola de Música do Colégio de S. Martinho, a Escola de Guitarra do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), a Escola de Dança Ritmo Latino, o Combo Jazz Sítio de Sons, a Orquestra de Cordas do Conservatório Regional de Coimbra, dirigida por Jacinto Neves, o Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, com o maestro Paulo Bernardino, o Conjunto de Cordas do Conservatório de Música de Coimbra, com o maestro João Ventura, a Sociedade Filarmónica de Vila Nova de Anços, o Orfeon Académico de Coimbra, o Duo de Fagotes do Conservatório de Música de Coimbra, o grupo de rock-jazz Dérive, a Classe de Percussão do Conservatório de Música de Coimbra, o Ensemble de Saxofones do Conservatório de Música de Coimbra, o grupo de rock Cabra Cega, um recital de canto e piano do Conservatório de Música de Coimbra e a companhia Encerrado para Obras, com um espectáculo inteiramente dedicado à canção francesa.
No início dos anos 80 do século XX, os franceses decidiram dar forma a um evento a que chamaram Festa da Música. De então para cá, sobretudo a partir do Ano Europeu da Música, assinalado em 1985, o projecto cresceu e multiplicou-se um pouco por toda a Europa e países francófonos. Este projecto global faz com que no mesmo dia, à mesma hora, todo o mundo de língua francesa se una numa só que transcende todas as existentes, a música. Alain Didier, director da Alliance Française de Coimbra, sente-se feliz por trazer para Coimbra, pela segunda vez, este evento, que já se realiza há um quarto de século em França e que já tem a sua expressão em muitos países do mundo, dos quais consta agora Portugal, para festejar o solstício de verão, um São João antes da hora.
O vereador da cultura da Câmara de Coimbra Mário Nunes, também presente na conferência de imprensa que apresentou o programa, realça a importância cultural da Festa da Música, afirmando que “Coimbra deve-se sentir orgulhosa por estas iniciativas.”
A manifestação popular que se verificará na próxima quinta-feira é gratuita e está aberta a todos os cantores e músicos, amadores ou profissionais, que desejam actuar nesta festa e que é acessível, todos os anos, a milhões de pessoas. Mistura todos os géneros musicais e dirige-se a todos, tendo como objectivo popularizar a prática musical e familiarizar o público para todas as expressões musicais.
André Pereira
O Despertar
sexta-feira, 15 de junho de 2007
Cimeira dos T0 em Alcochete
Porém, em Portugal, realizou-se uma cimeira semelhante. O ponto essencial foi o futuro do nosso país. Em que situação nos encontramos, como estamos economicamente, quais as perspectivas de emprego, entre outros assuntos. Tendo em conta o local onde esta foi realizada, a cimeira teve o nome de T0. De seguida, podemos ver os principais pontos defendidos por cada elemento:
Cavaco Silva
“Excelentíssimos portugueses! O dia 10 de Junho foi um dia muito importante para todos. Eu sei que falo lentamente e que a minha voz é parecida com a do Olavo Bilac, mas não adormeçam! Ainda tenho muitos assuntos que gostaria de referir. Um deles é o excelente desempenho que este governo tem tido. Outro é a questão do primeiro emprego dos jovens. Para terminar, gostaria de falar da magnífica actuação do Engenheiro, perdão, do Senhor Sócrates enquanto Primeiro-Ministro.”
Marques Mendes
“Eu não concordo com esta decisão do governo em fazer esta cimeira! Nem concordo com o sítio onde está a ser realizada! Nem concordo com a construção do aeroporto. Aliás, não concordo com nada… Mas, daqui também não vejo muitas soluções… só sapatos…”
Mário Lino
“O Governo vai estudar Alcochete como alternativa à Ota para a construção do novo aeroporto nacional. Depois de sabermos que na Ota estão camelos, decidimos virar-nos para Alcochete onde há ainda mais animais, pelo menos um pato e vários leões. O pato costuma defender a baliza dos reis da selva. Assim, matamos dois coelhos de uma cajadada.”
Justiça
“Não estou a conseguir ver bem… Este meu problema de visão anda a matar-me. Mas, por aquilo que (não) vejo, o nosso país está no bom caminho! Aliás, a menina foi raptada, escondida, morta ou vendida e a culpa não é dos pais. Obviamente que a culpa é da Polícia Judiciária! Só um cego é que não vê isso. Ai, onde é que eu meti os óculos escuros? E o meu cão-guia, onde está?”
André Pereira
O Despertar
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Poesia Netilografada
“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.” Foi com esta frase que um dia, Carlos Drummond de Andrade, um dos vultos da literatura brasileira, definiu a poesia. O sentimento está em cada um de nós, falta apenas pegar nas nossas duas mãos, colocar os dedos em posição e acertar de forma convincente em cada letra do teclado.
Amr é fg k ard s/ s ver
Amr é fg k ard s/ s ver;
É frida k dói e ñ s sent;
É 1 contntamnto dscontnt;
É dor k desatina s/ doer;
É 1 ñ kerer + k bm kerer;
É solitário andr p entre a gent;
É nc cntentar-s d cntent;
É cuidar k s ganha em s perdr;
É kerer tar preso p vontad;
É servir a kem venc, o vencdor;
É ter c/ kem ns mata lealdad.
Ms cm causar pod seu favor
Nos corações humanos amizad,
S tão contrário a si é o mm Amr?
Luiz d Camões
terça-feira, 12 de junho de 2007
Vapores de álcool
José Luís Peixoto
Cemitério de Pianos
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Rex Bowling abre em Cantanhede
Após nove meses de “gestação”, o “Rex Bowling” foi inaugurado. A data escolhida foi o dia 5 de Junho. Este novo complexo desportivo está localizado no bairro de Santo António, junto aos estaleiros da Câmara Municipal de Cantanhede.
Tendo o bowling como actividade âncora, este espaço oferece um elevado manancial de actividades a todos os que o pretendam visitar. O público-alvo envolve toda a família, e tem uma área que abrange não só a região centro como todo o território nacional.
“Este complexo não é só para Cantanhede, mas para todo o país, e espero pôr a minha cidade na rota dos grandes acontecimentos”, refere Carlos Cantarinho, orgulhoso da obra que um dia sonhou executar e agora está praticamente concluída.
O maior complexo de bowling nacional ocupa uma área coberta de 2.000 metros quadrados, e possui dois parques de estacionamento para mais de 1.000 viaturas. Dividido em dois pisos, este espaço tem capacidade para cerca de 1.500 pessoas.
No piso superior, saltam à vista 10 pistas de bowling profissional com as medidas adequadas à realização de competições. Este compartimento inclui mesas de apoio para os jogadores e para o público, quatro ecrãs plasma e ainda um balcão exclusivo para os praticantes desta modalidade, onde podem adquirir o calçado apropriado.
Este espaço possui, ainda, um bar e um palco onde se pode proceder à realização de concertos com bandas da região e de todo o país.
As cores “quentes”, as palmeiras, as oliveiras e os balcões revestidos a palha transmitem um ambiente tropical e bastante acolhedor. Carlos Cantarinho revela que a intenção da decoração é de proporcionar um “ambiente relaxado”.
Ainda no primeiro piso, há espaço suficiente para dar um passo de dança, numa das pistas, acompanhado de uma música cantada em karaoke por um amigo. Se preferir, pode apreciar a música sentado numa das confortáveis cadeiras da esplanada.
Descendo alguns degraus, encontramos um espaço bastante amplo, com inúmeras actividades à disposição dos visitantes. Oito mesas de snooker, 10 computadores com ligação à Internet, jogos de setas, simuladores de jogos e uma pista de carros telecomandados animam este piso. Podemos ainda encontrar mesas de pingue-pongue, matraquilhos, quatro ecrãs plasma e um balcão em forma de pino de bowling. Para os mais pequenos, há também um local onde é possível brincar.
Na cerimónia de inauguração, Carlos Cantarinho mostrou-se bastante feliz com a “concretização de um sonho”, agradecendo a todos os que estiveram envolvidos directa ou indirectamente neste projecto, com especial atenção para o presidente da Câmara de Cantanhede. Na festa inaugural, estiveram ainda presentes empresários de bowling espanhóis e alemães.
Apesar do “forte investimento”, o ex-emigrante não se mostra arrependido. Antes pelo contrário. “Será um sucesso!”, assegura. “O Rex Bowling é um espaço válido para a região de Cantanhede e para todo o distrito de Coimbra”, conclui.
Para além do dinamismo que pretende trazer a esta região do país, Carlos Cantarinho sente-se feliz por ter criado 16 postos de trabalho.
Quanto ao horário de funcionamento, o “Rex Bowling” está aberto todos os dias, das 11h até às 4h. Porém, às sextas-feiras, sábados e domingos o horário de fecho altera para as 6h. Não são cobradas entradas e não há um consumo mínimo obrigatório.
Carlos Cantarinho pretende, desta forma, proporcionar bons momentos de diversão. Com apenas 18 anos, Carlos Cantarinho saiu de Cantanhede rumo à Suíça, em busca de melhores condições de vida. Hoje, com 39 anos, regressa à terra que o viu nascer para concretizar um sonho que foi cimentando enquanto esteve emigrado.
“É um regresso bastante feliz”, afirma com um brilho nos olhos. A pista está preparada, os dedos agarram a bola. Inicia-se, agora, a corrida na área de arremesso. Contrariando a nossa memória auditiva, colocamos os “feet on approach” e lançamos a bola pela pista… Agora, resta esperar por um strike.
André Pereira
domingo, 10 de junho de 2007
Tu...
sábado, 9 de junho de 2007
À Espera do Fim
Sobrevivendo à bebedeira e ao comprimido
Vou dizendo sim à engrenagem
E ando muito deprimido
E é difícil encontrar quem o não esteja
Quando o sistema nos consome e aleija
Trincamos sempre o caroço
Mas já não saboreamos a cereja
Já houve tempos em que eu
Tinha tudo não tendo quase nada
Quando dormia ao relento
Ouvindo o vento beijar a geada
Fazia o meu manjar com pão e uva
Fazia o meu caminho ao sol ou à chuva
Ao encontro da mão miúda
Que me assentava como uma luva
Se ainda me queres vender
Se ainda me queres negociar
Isso já pouco me interessa
Perdemos o gosto de viver
Eu a obedecer e tu a mandar
Os dois na mesma triste peça
Os dois à espera do fim
Tu tens fortuna e eu não
Podes comer salmão e eu só peixe miúdo
Mas temos em comum o facto de ambos vermos
A vida por um canudo
Invertemos a ordem dos factores
Pusemos números à frente de amores
E vemos sempre a preto e branco o programa
Que afinal é a cores.
Se ainda me queres vender
Se ainda me queres negociar
Isso já pouco me interessa
Perdemos o gozo de viver
Eu a obedecer e tu a mandar
Os dois na mesma triste peça
Os dois à espera do fim
Só à espera do fim!!!
Letra: Jorge Palma
Fotografia: Graça
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Las Chávez del Poder
Ajudante – É isso, é isso!
Jornalista – Ah sim, perdão! Estamos em Caracas! Não viemos cá procurar a pequena Maddie nem fazer nenhum “sic(k)” directo que tanto tem resolvido. Também não viemos para falar com o presidente... (é interrompido violentamente)
Encapuzado – Presidente?!?! Presidente?!?!
Jornalista – Desculpe... Excelentíssimo Senhor Ilustre Magnífico Presidente Hugo Chávez.
Encapuzado – Ah, assim está mejor!
Jornalista – Peço imensas desculpas! Estamos a ser muito bem tratados neste magnífico país, onde todas as liberdades são defendidas com unhas e dentes, especialmente a liberdade de imprensa!
Nacional:
O Primeiro-Ministro português deslocou-se à Rússia para um encontro com Vladimir Putin. Ambos trocaram acusações, acabando mesmo pela ameaça de Putin em direccionar os mísseis nucleares para a Europa. Sócrates reagiu de forma positiva, até porque ficou claramente explícito que não somos alvos.
Internacional:
Good morning Vietnam! Fidel Castro está mais próximo do regresso. Cada vez com melhor aparência, o eterno revolucionário encontrou-se com o presidente do partido comunista do Vietname. Consta-se que houve troca de charutos e de bombas de napalm. Hasta siempre!
Desporto:
Os jogadores Anderson e Nani foram transferidos para o Manchester United! Nuno Gomes conseguiu marcar um golo... no computador. Simão Sabrosa já consegue tocar com os pés no chão quando está sentado à mesa. Paulo Bento chateou-se com o cabeleireiro e fez um corte radical, risco ao meio... A cadela de José Mourinho já é idolatrada por todos os seus amigos caninos. Aliás, disse mesmo que seria, de certeza, a cadela do ano, eleita pela revista “Time (to bark)”. Ah, e já me esquecia, parece que uma rapariga que se chama Vanessa... Fernandes venceu a etapa de Madrid da Taça do Mundo de Triatlo, alcançando uma inédita sequência de cinco vitórias consecutivas na mesma prova, e a sua 16ª na sua carreira.
André Pereira
O Despertar
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Tratado de Tordesilhas
quarta-feira, 6 de junho de 2007
domingo, 3 de junho de 2007
Li no jornal que há Ota hipótese
Ora bem, continuando… Estamos com alguma turbulência devido às rajadas de vento que se aproximam pela nossa direita. Já agora, peço-vos que confirmem se as portas estão bem fechadas. Muito obrigado! A nossa hora prevista de chegada será às 17h31, porém não sabemos se podemos aterrar. Por um lado, ainda não temos confirmação da existência de um aeroporto lá em baixo e, por outro, os funcionários saem do serviço às 17h30. Logo, não saberemos se podemos aterrar em segurança ou se vamos ter de nos despenhar contra qualquer coisa.
A temperatura na cidade de destino é elevadíssima. Estão previstos cerca de 40º à sombra, portanto não se esqueçam dos chinelos, dos turbantes e da carta de condução.
Passageiro – Carta de condução?!
Piloto – Escuto… Sim, senhor passageiro, a carta de condução para conduzir camelos. Espero que se tenham informado acerca do vosso destino de férias.
Passageiro – Mas, se vai estar assim tanto calor, não é melhor levar água?
Piloto – Escuto… Ora aí está uma pergunta extremamente estúpida! Ali em baixo, apesar de ser um deserto, água é o que não falta. Pelo menos, há pessoas especializadas no assunto, provenientes do centro urbano, para meter água.
Passemos agora às regras de segurança! Atenção às hospedeiras de bordo porque parece que vamos ter mesmo de ir contra qualquer coisa… A gasolina está a acabar…
Hospedeiras – Se sentirem que o avião está a cair a pique, sem qualquer rumo certo que não o chão, não entrem em pânico e façam o favor de colocar estas máscaras de oxigénio. Se sobreviverem ao embate, podem sempre utilizá-las para se protegerem das armas químicas que estão escondidas no gabinete do presidente do Futebol Clube do Porto. É que agora não há ninguém para acender o cigarro. Por isso, o melhor é prevenir. Por falar em FC Porto, o apito que têm ao peito pode ser a vossa salvação. Qualquer um que teve o privilégio de o usar conforme o combinado, teve direito a viagens para destinos, esses, de sonho! Tenham um resto de uma boa viagem, e até qualquer diiiiiiiiiiiiiaaaaaaaaa….
PS – Podem-se sempre salvar! É fácil, é como encontrar um trevo na bossa de um camelo! Tem é de ser um trevo de quatro folhas…
André Pereira
O Despertar
sábado, 2 de junho de 2007
A um adulto
André Pereira
sexta-feira, 1 de junho de 2007
Por entre pulos e avanços
“É uma criança bonita de riso e natural. Limpa o nariz no braço direito, chapinha nas poças de água, colhe as flores e gosta delas e esquece-as. Atira pedras aos burros, rouba as frutas dos pomares e foge a chorar e a gritar dos cães.” O seu nome é Alberto e viaja lentamente pelos seus montes cerebrais, verdes de sonhos, brancos de pureza. Olha o infinito com as costas moldadas a uma macieira, roendo calmamente o fruto proibido que lhe permite saborear toda e qualquer paisagem como contempla o seu rebanho.
Hoje comemora-se o dia mundial da criança. Todos os desenhos animados ganham vida, os carros, as casas, os livros transformam-se em doces e até os adultos sorriem. O mundo hoje é dos pequeninos, das grandes vidas de palmo e meio que, por joelhos esfolados e lábios de chocolate, fazem acontecer a vida à sua própria maneira.
Hoje é dia de acordar de madrugada para ver os desenhos animados, dia de vestir o fato de super-herói e salvar uma cidade inteira, dia de chegar a casa a rir, a chorar de alegria! Dar um chuto numa bola, pedalar até ao infinito, cair num monte de areia, rebolar pelo jardim, andar de baloiço, subir a um escorrega, cantar, pentear uma boneca, construir aldeias de legos… É tempo de viver verdadeiramente, sem preocupações nem mentiras adultas. É tempo de encher um copo de nada, que é tudo! É tempo de fazer voar milhões de papelinhos de todas as cores com toda a inocência e ingenuidade que possamos encontrar dentro de nós.
Joana tem seis anos e gosta muito de ser criança. No entanto, há coisas que ela não compreende nos adultos. Mesmo assim, vive feliz na alegria que emana dos seus olhos azuis que, por vontade ou coincidência, têm a mesma cor do reflexo do mar.
A seu lado, brinca Simão. Um olhar meigo e dócil invade, sem aviso prévio, qualquer outro que não coloque trancas na porta. Mas assim é bom, é saudável, faz-nos sentir cada vez mais pequeninos e recordar aquela que um dia já fomos. Com oito anos, Simão vive enamorado com a sua consola de jogos portátil. As mãos sujas de terra dão lugar aos pequenos dedos que, numa eficácia hábil e imperceptível, constroem mundos dentro de uma pequena caixa de jogos.
O dia mundial da criança celebra-se anualmente no dia um de Junho. Após a Segunda Guerra Mundial, as crianças de todo o mundo enfrentavam imensas dificuldades, desde a deficiente alimentação à escassez de cuidados médicos. Para agravar, os pais tinham pouco dinheiro. Uma das soluções foi retirar os filhos da instrução escolar e fazer com que eles ajudassem em casa, trabalhando de sol a sol. Mais de metade das crianças europeias não sabia ler nem escrever.
Já em 1950, e perante esta situação de pobreza, a Federação Democrática Internacional das Mulheres propôs às Nações Unidas que se comemorasse um dia dedicado a todas as crianças do mundo.
Dessa forma, os Estados Membros das Nações Unidas reuniram-se e propuseram o primeiro dia de Junho como Dia Mundial da Criança. Houve, assim, o reconhecimento de que as crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social, necessitam de cuidados e atenções especiais, precisam de ser compreendidas, preparadas e educadas de modo a terem possibilidades de usufruir de um futuro condigno e risonho.
Em 1989 foi elaborada, pelas Nações Unidas, uma Convenção sobre os Direitos da Criança, que teve em consideração, entre outros elementos, o teor indicado na Declaração dos Direitos da Criança, adoptada em 20 de Novembro de 1959, pela Assembleia Geral desta Organização, que dizia que “a criança, por motivo da sua falta de maturidade física e intelectual, tem necessidade de uma protecção e cuidados especiais...”.
A ONU reconheceu também que “em todos os países do mundo há crianças que vivem em condições particularmente difíceis e a quem importa assegurar uma atenção especial, tendo devidamente em conta a importância das tradições e valores culturais de cada povo para a protecção e o desenvolvimento harmonioso da criança e a importância da cooperação internacional para a melhoria das condições de vida das crianças em todos os países, em particular nos países em desenvolvimento.” Esta declaração é tão importante que em 1990 se tornou lei internacional.
O distrito de Coimbra comemora este dia de forma muito especial. Hoje, às 10h30 e 14h30, e com o apoio do Exploratório, Centro Ciência Viva de Coimbra, a companhia de teatro “Encerrado para Obras” apresenta no jardim do Exploratório (Casa Municipal da Cultura) a peça “Clones e Clowns”. A peça, criada por aquele grupo, ilustra uma temática extremamente actual e controversa – a clonagem – que se inscreve no tema dominante do novo Exploratório, “Ciências Básicas & Saúde”. A entrada é gratuita e destina-se a todos, crianças, jovens e adultos.
Por sua vez, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra celebra este dia através de actividades pedagógicas e lúdicas pensadas para os mais novos. O programa é diversificado e os vários ateliês são dirigidos a alunos do ensino pré-escolar e do 1º e 2º ciclo do ensino básico. Esta nova iniciativa pretende ser, segundo o Museu, “um instrumento de divulgação e interpretação de fenómenos científicos”, uma vez que aprender significa também recortar, pintar, desenhar, modelar e… brincar, numa palavra. É um pouco tudo isso que o Museu da Ciência propõe nos quatro ateliês temáticos que preparou para o Dia da Criança. Os meninos entre os quatro e os sete anos vão ficar a conhecer todas as características dos astros ao construir o “seu” sistema solar, com plasticina e outros materiais. E será que já sabem como o homem conquistou o ar e o espaço? Nada mais fácil com os OVIS (Objectos Voadores Identificados) do Museu: aviões a jacto, helicópteros e foguetões já não terão segredos para o jovem público, no fim da sessão de hoje.
Aos mais velhos (entre os sete e os 12 anos) serão propostos desafios ainda mais aliciantes, como descobrir quais as cores escondidas na tinta de um marcador, perceber o que compõe a luz branca ou saber como se acende uma lâmpada. As cores e a electricidade são dois fenómenos científicos de relevo que costumam suscitar a curiosidade das crianças.
Está na hora de ir deitar. Ouve-se, bem ao longe, uma música que cai do céu estrelado, flutuando no seu chapéu amarelo… O dia chega ao fim, e as palavras que saíram em cambalhotas pelas pontas dos meus dedos, transformam-se em leves bemóis que te sussurram ao ouvido: “Boa noite, sonhos lindos. Adeus, e até amanhã!”
A criança que pensa em fadas
A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as coisas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em algum ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.
Fernando Pessoa
André Pereira
O Despertar