terça-feira, 4 de novembro de 2008

Can he?

Hoje o eleitorado norte-americano irá escolher um novo presidente, Barack Obama ou John McCain. Ainda não escrevi nada no blogue sobre estas eleições e, sinceramente, pouco tenho a dizer que já não tenha sido dito. No entanto, gostaria de seleccionar alguns pontos que me parecem importantes:

- Esta não será uma decisão fácil porque, qualquer que seja o escolhido, não terá nas suas mãos apenas o destino dos Estados Unidos mas, “também”, o destino do mundo.

- Obama parece ser o candidato em melhor posição para ocupar a Casa Branca. Pelo menos, é o que a Comunicação Social transmite.

- Os candidatos têm comprado “espaço” nos meios de comunicação social para poderem divulgar os seus projectos políticos. Haver a possibilidade de comprar “prime times” para fazer propaganda política é uma falha num sistema democrático (o mais consolidado do mundo), no entanto, não é o principal problema. Este acaba por ser o facto de o dinheiro investido em ambas as campanhas ser fornecido por empresas privadas. E, qualquer que seja o vencedor, sê-lo-á, em parte, graças aos dólares da Microsoft ou da Hensley & Company, entre muitas outras. Como “não há almoços grátis”, mais cedo ou mais tarde o Mister President terá de retribuir, com juros, o apoio que lhe foi dado. O que, numa democracia, não é nada aconselhável.

- Se a Europa pudesse votar, aliás, se o Mundo pudesse votar, Obama venceria com larga vantagem. No entanto, os norte-americanos têm um self muito próprio o que, sinceramente, me provoca algum receio.

- Os norte-americanos pretos ainda não são considerados totalmente norte-americanos, mas sim afro-americanos. Esta designação pode ser fatal na altura de ir às urnas, levando os norte-americanos a “xenofobizar” o voto, escolhendo um “não-preto”. Infelizmente, a realidade é esta e o racismo ainda está muito presente nos Estados Unidos. Por outro lado, não entendo tanto alarido de um preto ser Presidente dos Estados Unidos. Se for pela cor da pele, os norte-americanos puros tinham a pele vermelha, e não branca.

- Quanto a John McCain irá carregar, quer queira quer não, o legado de George W. Bush, o que seguramente não será fonte de grande admiração. Lutou no Vietname, foi herói de guerra e tem uma vasta experiência política. Porém, o seu aspecto velho, acabado e prestes a ter um AVC não recebe grande simpatia por parte do “eleitorado” europeu.


- Nós europeus olhamos para Barack Obama como uma espécie de salvador que, finalmente, nos libertará do cheiro a pólvora. É inteligente, bonito, simpático, tem carisma, postura e incorpora literalmente um espírito de mudança. As questões do Iraque, Afeganistão e o conflito Israelo-árabe são as que mais nos preocupam. Nestes casos específicos, Obama recebe o nosso apoio. Porém, a nível interno tudo se torna diferente. Não porque passemos o voto para McCain, mas sim porque não sabemos muito bem o que cada um defende. Melhor dizendo, sabemos, mas não estamos dentro do país para saber quais as suas verdadeiras necessidades.

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