
Ouvir este cd é pôr a chave na ignição, ajeitar o chapéu de palha, ouvir o ronronar do motor e andar a 30 km/h com a brisa do mar a soprar-nos na cara. Paramos o carro, entramos no café, pedimos uma Cuba Libre (baixinho que não queremos chatices...), e jogamos mais uma partida de xadrez.
A identidade de um povo é reflectida como um espelho pelos artistas que preencheram o palco nesta magnífica noite de 1 de Julho de 1998. Desde o “Chan Chan”, onde abanamos as ancas como autênticos dançarinos (pelo menos mentalmente), passando pelo “Dos Gardenias”, onde fechamos os olhos e imaginamos a nossa cara-metade toda derretidinha a ouvir-nos cantar, este disco duplo transporta-nos para um outro mundo de notas quentes. Todas as outras catorze músicas “apenas” nos tiram os pés do chão e nos fazem comichões na barriga.
"Buena Vista Social Club" recebeu o Grammy de melhor álbum de World Music e é o disco mais vendido da categoria na história. E é por isto e por tudo o mais que não disse que este é um álbum que devemos, não comprar, mas trocar por uns míseros euros na loja mais próxima, não trazê-lo para casa dentro de um saco plástico, mas acompanhá-lo pela mão, não ouvir, mas escutar.
Dos gardenias para ti con ellas quiero decir te quiero, te adoro, mi vida. Ponles toda tu atencion porque son tu corazon y el mio. Dos gardenias para ti que tendran todo el calor de un beso. De esos besos que te di y que jamas encontraras en el calor de otro querer.
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