quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ontem fui ao coiso

Este espaço começa a assemelhar-se ao Muro das Lamentações, tantas são as vezes que critico. Peço desculpa a pessoas como Gottfried Wilhelm Leibniz, mas, para mim este não é "o melhor mundo dos mundos possíveis". Poderia ser bem melhor, porque o mundo não se restringe a Portugal, muito menos ao Estádio de Alvalade.

E é sobre este recinto desportivo (ou melhor, sobre o que se passou lá) que gostaria de falar. Ontem decidi, em cima da hora, ir ver o jogo Portugal - Dinamarca. Má ideia, André! Não só por termos perdido, mas porque falhei o meu objectivo principal, ouvir o hino. E isto porquê? Porque, como sou português e tenho muitos traços que em certas alturas se evidenciam, cheguei à porta de entrada já o jogo tinha começado. E aqui assumo as minhas culpas. Mas há uma coisa que não compreendo, e continuarei sem compreender durante muitos e muitos anos... Um aglomerado de gente à volta do estádio! Dezenas de pessoas na fila para comprar bilhete e o jogo já tinha começado!!! (Devem só comprar meio bilhete, suponho) E outras tantas (aqui passavam a centena) para entrar no estádio. Já com o bilhetinho na mão, estes seres humanos (entre os quais figurava eu, o Tino, o Pedro e a Raquel) aguardavam que dois seguranças (?) os deixassem passar entre duas grades que davam uma abertura de, nada mais nada menos, um mísero metro.

A entrada foi muito mas muito atribulada o que, sinceramente, não compreendo. Num Estádio criado pelo Tomás Taveira, deveria ser fácil entrar.

Andei uns metros, inseri o bilhete (Plim plim) e surge-me um profissional de segurança que aufere um bom ordenado pago pelos contribuintes e diz-me: "Passe". Disse-me a mim e disse a toda a gente. Esta era a sua função. Dizer "passe" a toda a gente, sem que essa palavra interferisse em nada no decurso dos acontecimentos (bonita expressão, hã?). Ou seja, este senhor estava a trabalhar tanto como aqueles arrumadores de carros num parque de estacionamento vazio.

Mas, passemos ao jogo. Portugal jogou bem, deslumbrou-se, não aproveitou as oportunidades (não é Nuno Gomes?!?!) e teve azar. O arc-íris das bancadas (leia-se "cadeiras pintadas para dar a entender que está muita gente a ver o jogo") serviu para animar o espectáculo, mas nem assim conseguimos sair vitoriosos. No intervalo, lá veio a música da Nelly Furtado, com o bonito refrão "Força! Força!", enquadrado no espírito arquitectónico do estádio, perdão, do campo. Imbuído deste espírito, estiveram também Deco e Nuno Gomes. Se o primeiro joga muito bem de trás para a frente, o Nulo joga melhor de costas para a baliza. E, pronto, apesar de todas estas características, não conseguimos aguentar a pressão.

Ficou provado que, quando é preciso, a Dina marca. Que belo trocadilho! Fernando Mendes, põe-te a pau, hã? (E isto não tem nada que ver com o Taveira!).

Saímos todos cabisbaixo, a chamar nomes ao Queiroz e a maldizer a Vicky. Mas, por um lado, espero que estas minhas visitas ao Estádio de Alvalade continuem a terminar da mesma forma que têm terminado, com a derrota da equipa da casa.

1 comentário:

Anónimo disse...

és terrível! :p