quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Na Palma do Coração

E assim, com um simples pestanejar de olhos, debruçou-se sobre a tão presente ausência e pensou... e sentiu... Todos os livros que folheava e flores que cheirava traziam-lhe à memória os seus curtos e lisos cabelos a caírem-lhe sobre o rosto de menina. Mais tarde, quando mergulhava sobre a cama, não prometia visitá-la em sonhos, adormecendo apenas com ela no pensamento. Demorava a entregar-se ao sono mas o inconsciente era algo que nunca compreendera e, talvez por isso, tivesse um certo receio em atravessá-lo durante a noite. De manhã, ao acordar, uma leve brisa inundava o seu quarto, passando-lhe ao de leve pela barba de três dias. Levantou-se, esfregou os olhos com a ponta dos dedos e, ainda meio a dormir, arrastou-se até à casa-de-banho. Dez minutos bastaram para que saísse de lá a cantar, enrolado na sua toalha azul. Vestiu-se, ao som de Jorge Palma, e preparou-se para sair.

André Pereira

2 comentários:

Anónimo disse...

Simplesmente BELO!
Beijinhos.

MeSGa disse...

Oi, gostei da forma que vc escreve.