terça-feira, 3 de julho de 2007

Visitar Coimbra

Nunca é demais palmilhar Coimbra com a sola dos nossos sentidos. O cheiro a terra molhada quando chove, o negro dos estudantes numa capa, as mãos numa guitarra que nos ouve, o sabor de uma saudade quando mata… São vários os locais que se podem visitar em Coimbra. Porém, qualquer porta que se abra ou janela que se escancare é vital manter o outro sentido em sentido, o coração. Poderá balançar, manter-se direito, que importância faz? Existe, sente, e também olha.

A história escreveu-se com sonoridades Celtas até ao Séc. II a.C., século marcado pela chegada dos romanos e da qual ficaram até aos nossos dias sinais de uma cultura grandiosa. Coimbra fez-se depois Mourisca e já Almedina era o nome da cidade dentro das muralhas, quando chegou o tempo da afirmação da fé cristã pela Reconquista. As urbes protegiam-se então à volta dos templos e Coimbra, por vontade de D. Afonso Henriques, viu nascer em 1131 o Mosteiro de Santa Cruz e fez-se cidade berço de Reis.

Quinta das Lágrimas

A Quinta das Lágrimas está indissociavelmente ligada a D. Pedro e a Inês de Castro. E apesar de a mais conhecida história de amor dita em Português não ter ocorrido na Quinta das Lágrimas, à época "Quinta do Pombal", algumas das mais belas páginas da literatura portuguesa encarregaram-se de tornar a "Quinta das Lágrimas" o cenário da sorte e do infortúnio dos amores de Pedro e Inês.

No Jardim da Quinta das Lágrimas, há qualquer coisa de indizível, qualquer coisa de poético, qualquer coisa de eterno à sua espera. É lá que encontramos, junto à Fonte dos Amores, gravada numa pedra calcária a mando de Lord Wellington, a estrofe 135 de Canto III dos Lusíadas:

As filhas do Mondego, a morte escura
Longo tempo chorando memoraram
E por memória eterna em fonte pura
As Lágrimas choradas transformaram
O nome lhe puseram que ainda dura
Dos amores de Inês que ali passaram
Vede que fresca fonte rega as flores
Que as Lágrimas são água e o nome amores.


A Quinta das Lágrimas, situada na margem esquerda do Mondego, é fundamentalmente uma área ajardinada em torno do Palácio do Séc. XIX e um bosque situado na encosta a sul. Na propriedade existem duas nascentes que foram compradas pela Rainha Isabel de Aragão para abastecer de água, através de um pequeno aqueduto, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e, naturalmente, o Paço Real, que ficavam ali bem perto. A existência de duas caleiras, que se unem no "Cano dos Amores", permitiam que a água transportasse as mensagens que iam e vinham do Paço Real. Foi também essa água que ficou vermelha após a morte de D. Inês. Na verdade há uma alga chamada Hildenbrandia Rivularis que vive na água doce e é vermelha. O jardim da Quinta das Lágrimas é constituído maioritariamente por espécies exóticas, algumas das quais com mais de duzentos anos.

Parque Verde do Mondego


Situado na margem direita do Rio Mondego, o Parque Verde ocupa uma vasta área, num imenso espaço verde onde é possível encontrar bares, restaurantes e um pavilhão para exposições. Da autoria do arquitecto Camilo Cortesão, é um espaço para apanhar sol, andar a pé, levar os miúdos a passear, comer, ouvir música, ler ou namorar.

Ponte Pedonal Pedro e Inês

A nova Ponte Pedonal e de Ciclovia sobre o rio Mondego liga o Parque Verde do Mondego e a margem esquerda do rio. A meio percurso entre as duas margens, a ponte forma uma praça ponto de encontro ou de descanso – com oito metros de largura.

Jardim Botânico

O Jardim Botânico foi criado em 1772 e integrado no Museu de História Natural instituído pela reforma universitária do Marquês de Pombal.

O Jardim é uma ilha dentro da cidade, mas é, sem sombra de dúvida, o seu valor científico que o torna incomparável. Além de conter espécies raras no resto do país, é internacionalmente reconhecido pelos vastos estudos que tem realizado sobre a flora. Existem árvores originárias de todo o globo, graças ao micro-clima deste espaço, o que torna um passeio no Botânico uma volta ao mundo mesmo ao alcance dos nossos pés.

Universidade de Coimbra

A história da Universidade de Coimbra remonta ao século seguinte ao da própria fundação da nação portuguesa, dado que a Universidade foi criada no século XIII, em 1290.

A Universidade de Coimbra é um dos principais destinos turísticos portugueses. Todos os anos visitam o Paço das Escolas cerca de 200 mil turistas das mais diversas proveniências.

A Universidade de Coimbra constitui um referencial incontornável do imaginário ligado à própria ideia de Universidade, com a sua Academia – a maior do país – as suas oito Faculdades, dezenas de centros de investigação, um Instituto de Investigação Interdisciplinar, estruturas de fomento do empreendedorismo e de ligação ao tecido empresarial, um estádio universitário, vários museus, o Teatro Académico de Gil Vicente, o Jardim Botânico e das melhores estruturas de apoio a estudantes (residências, restaurantes universitários, bares, salas de estudo, centros de convívio, entre vários serviços).

Sé Velha

A Sé Velha é um dos edifícios em estilo românico mais importantes de Portugal. A construção da Sé começou depois da Batalha de Ourique (1139), quando Afonso Henriques se declarou rei de Portugal e escolheu Coimbra como capital do reino. Na Sé está sepultado D. Sesnando, Conde de Coimbra.

Sé Nova

Situa-se no Largo da Feira perto da Universidade de Coimbra. Originalmente, a Sé Nova foi a Igreja do Colégio dos Jesuítas (Colégio das Onze Mil Virgens), que se haviam instalado em Coimbra em 1541. A igreja começou a ser construída em 1598, seguindo um projecto dos jesuítas de Portugal.

Em 1759, estes foram banidos de Portugal pelo Marquês de Pombal e, em 1772, a sede episcopal de Coimbra foi transferida da velha Sé românica para a espaçosa igreja jesuíta.

Igreja Santa Cruz

Em 28 de Julho de 1131 a pedra fundamental da igreja é lançada por D. Afonso Henriques e benzida por D. Bernardo. Não resta quase nada desta primeira construção.

Em 1507, após a visita de D. Manuel I, quando se deslocou a Compostela, o templo e as dependências conventuais sofreram grandes remodelações que só terminaram no reinado de D. João III.

A construção da actual fachada e do abobadamento geral – corpo e capela-mor – da igreja são executados de 1507 a 1513. O túmulo de D. Sancho fica também no tramo central da Igreja em frente do túmulo de D. Afonso Henriques e é coevo do daquele rei.

Penedo da Saudade

O Penedo da Saudade é um parque e miradouro da cidade de Coimbra, construído em 1849, de onde se avista a parte oriental da cidade até ao rio Mondego, a Serra do Roxo e a Serra da Lousã.

Ligado à cultura coimbrã e à sua academia, neste espaço pode-se encontrar entre uma vegetação diversificada, inúmeras placas comemorativas de eventos ligados à vida académica, além de poesias de alunos. A mais antiga data de 1855.

A "Sala dos Cursos" e a "Sala dos Poetas" são dois espaços de visita obrigatória.

André Pereira
O Despertar

4 comentários:

Anónimo disse...

as algas vermelhas podem explicar melhor? se fazem favor?!

que blogue horrivel

André Pereira disse...

Tenho por hábito responder sempre a todos os comentários, mas, sinceramente, não entendi este. Lamento, podia repetir?

Marco disse...

Para quem está em vias de visitar Coimbra dá umas dicas porreiras. Falta umas indicações dos arredores...

Anónimo disse...

Ola Boa tarde

Eu gostava de saber se todos os locais a visitar tem entrada gratuita ? pois estou a pensar visitar a cidade de coimbra em Junho com cerca de 300 crianças dos 6 ao 15 anos ..e procuro locais interessantes e gratuitos

Obrigado

cristina
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cristina.s@portugalmail.com