segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Gato Preto - Edgar Allan Poe

"Não espero nem peço que se dê crédito à história sumamente extraordinária e, no entanto, bastante doméstica que vou narrar. Louco seria eu se esperasse tal coisa, tratando-se de um caso que os meus próprios sentidos se negam a aceitar. Não obstante, não estou louco e, com toda a certeza, não sonho. Mas amanhã posso morrer e, por isso, gostaria, hoje, de aliviar o meu espírito. O meu propósito imediato é apresentar ao mundo, clara e sucintamente, mas sem comentários, uma série de simples acontecimentos domésticos. Devido às suas consequências, tais acontecimentos me aterrorizaram, torturaram e instruíram. No entanto, não tentarei esclarecê-los. Em mim, quase não produziram outra coisa senão horror, mas, em muitas pessoas, talvez lhes pareçam menos terríveis que grotesco. Talvez, mais tarde, haja alguma inteligência que reduza o meu fantasma a algo comum, uma inteligência mais serena, mais lógica e muito menos excitável do que, a minha, que perceba, nas circunstâncias a que me refiro com terror, nada mais do que uma sucessão comum de causas e efeitos muito naturais."

Neste livro, o génio de Edgar Allan Poe transporta-nos a um patamar assustadoramente real do que pode ser o mundo de terror. Como a rotineira relação com um gato se pode transformar num simples filme a preto e branco, à excepção da cor do sangue vivo que escorre pelas paredes da casa.

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