Vivemos no tempo dos assassinos, tempo de todos os hinos, e ouvimos dobrar os sinos, quem mais jura é quem mais mente. Vou arquitectar destinos, sou praticamente demente.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Na caixa torácica, entre os pulmões
Suplico-te para que voltes. Regressa à tua pintura, ao cheiro que nunca deixaste, aos lençóis que nunca mandei lavar. Traz tudo contigo. Os livros, os brincos, as roupas, os sapatos... Sinto saudade do cheiro da nossa caixinha de música. Cheirava a malmequer misturado com Beethoven. E o luar mantém-se para ti. Dá-te luz para que não tropeces nas caixas que deixo no corredor. Já contava com a tua chegada há muito tempo. Traz tudo contigo. Até mesmo a mão que agora seguras, o corpo que agora desejas, os lábios que agora mordiscas. Se te lembrares de mim, basta uma rosa junto à fotografia. Não foi de ciúme. Não foi de cobardia. Foi de amor.
2 comentários:
Que texto . . .
Muito giro , gostei bastante !
Parabéns está verdadeiramente lindo ;)
« - Olha-te ao espelho e pensa em mim. Por favor?
- Porquê?
- Quero que me vejas em ti.
- E tu, vês-me em ti?
- Vejo-te-me, mas quero ver-me-te. »
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