Vivemos no tempo dos assassinos, tempo de todos os hinos, e ouvimos dobrar os sinos, quem mais jura é quem mais mente. Vou arquitectar destinos, sou praticamente demente.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Ah...
Hoje António Guterres faz anos! Nasceu em 1949, portanto faz... Ora bem, nasceu em 1949, estamos em 2009... é fazer as contas!
Tem ou não tem mais encanto?
quarta-feira, 29 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Gaivota
Hoje é colocado à venda o álbum "Amália Hoje". Aqui fica o videoclip do primeiro single, "Gaivota". Eu estive lá!
sábado, 25 de abril de 2009
DOR CRÓNICA
Liberdade
Quem me dera não ser livre. Ter liberdade total para fazer o que me apetece cansa. E tudo o que vá contra os nossos princípios enquanto povo é de condenar. Ser livre é fazer as nossas próprias escolhas, é optar pelo sim ou pelo não, é poder falar ou ficar calado, é ter a possibilidade de dizer a verdade ou de ser Primeiro-ministro.
Mas todas estas opções confundem-nos. Deveria haver uma espécie de “Cartão Dominó” para a liberdade. Continuaríamos a escolher o que quiséssemos, mas dentro de certos limites. Quando era criança, tinha liberdade de atirar pedras aos patos. Sabia que, a seguir, levava logo uma chapada da minha mãe, mas eu atirava na mesma. Dava-me gozo. Não é como agora, em que se atiram medalhas e, em vez de se levar um valente par de estalos, recebe-se o prémio de melhor jogador. Eu tinha prazer em ultrapassar a linha. Hoje em dia não há linhas, não há barreiras… nem patos. Se correr mal, declara-se insolvência.
Há quem diga que a liberdade anda mais à esquerda. Outros à direita. Eu acho que é mais ao menos como o Moita Flores. Está em todo o lado, não faz é o que deveria fazer. Por falar em autarcas, não posso deixar de enviar um grande abraço a esses dois eternos amantes da liberdade que são Isaltino Morais e Avelino Ferreira Torres. Obrigado! Sem o vosso exemplo nunca teria compreendido a expressão “o preço da liberdade”.
Nós, os portugueses, somos livres. E cada vez mais. Basta ver o número de desempregados. Tenho para mim que muito do que é livre é potencialmente mau. Que o diga o Sócrates, com o Caso Free… port. Sinceramente, acho que, mais do que qualquer outra, deveríamos tomar a liberdade do Ambrósio, e pensar nisso.
Mas todas estas opções confundem-nos. Deveria haver uma espécie de “Cartão Dominó” para a liberdade. Continuaríamos a escolher o que quiséssemos, mas dentro de certos limites. Quando era criança, tinha liberdade de atirar pedras aos patos. Sabia que, a seguir, levava logo uma chapada da minha mãe, mas eu atirava na mesma. Dava-me gozo. Não é como agora, em que se atiram medalhas e, em vez de se levar um valente par de estalos, recebe-se o prémio de melhor jogador. Eu tinha prazer em ultrapassar a linha. Hoje em dia não há linhas, não há barreiras… nem patos. Se correr mal, declara-se insolvência.
Há quem diga que a liberdade anda mais à esquerda. Outros à direita. Eu acho que é mais ao menos como o Moita Flores. Está em todo o lado, não faz é o que deveria fazer. Por falar em autarcas, não posso deixar de enviar um grande abraço a esses dois eternos amantes da liberdade que são Isaltino Morais e Avelino Ferreira Torres. Obrigado! Sem o vosso exemplo nunca teria compreendido a expressão “o preço da liberdade”.
Nós, os portugueses, somos livres. E cada vez mais. Basta ver o número de desempregados. Tenho para mim que muito do que é livre é potencialmente mau. Que o diga o Sócrates, com o Caso Free… port. Sinceramente, acho que, mais do que qualquer outra, deveríamos tomar a liberdade do Ambrósio, e pensar nisso.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
O meu 25 de Abril
- Hoje, o jornal Região de Leiria, publica um suplemento sobre o 25 de Abril, com um espaço de comentários para os mais jovens que não testemunharam essa época. Neste sentido, foi-me pedido um artigo sobre esta revolução que mudou Portugal. -
É de opinião comum que o dia 25 de Abril de 1974 marcou uma importante viragem na História de Portugal. O fim do Estado Novo deu origem a um Novo Estado onde a liberdade se assumia como a principal bandeira. Pelo menos, é assim que esta realidade nos chega através dos livros ou das palavras dos nossos pais.
Tendo em conta que não vivi esse período, tenho um olhar diferente e menos emocional sobre aquilo que se passou. Do meu ponto de vista, esta Revolução já era algo que se previa, acontecendo quase por obrigação. O Antigo Regime estava fragilizado e, com a queda de Salazar, as coisas nunca mais foram as mesmas.
Esta foi uma revolução que, verdadeiramente, não foi mais do que o apoiar o braço para passar na passadeira. Do outro lado da estrada, avizinhava-se um Portugal melhor, longe do medo, da tortura e da repressão. No entanto, houve sempre a possibilidade, tal como acontece em todas as revoluções, de se criar uma perigosa anarquia. Felizmente, assim não aconteceu. No entanto, “Depois do Adeus” faltou dizer um “Olá” a esta nova era.
Região de Leiria
É de opinião comum que o dia 25 de Abril de 1974 marcou uma importante viragem na História de Portugal. O fim do Estado Novo deu origem a um Novo Estado onde a liberdade se assumia como a principal bandeira. Pelo menos, é assim que esta realidade nos chega através dos livros ou das palavras dos nossos pais.
Tendo em conta que não vivi esse período, tenho um olhar diferente e menos emocional sobre aquilo que se passou. Do meu ponto de vista, esta Revolução já era algo que se previa, acontecendo quase por obrigação. O Antigo Regime estava fragilizado e, com a queda de Salazar, as coisas nunca mais foram as mesmas.
Esta foi uma revolução que, verdadeiramente, não foi mais do que o apoiar o braço para passar na passadeira. Do outro lado da estrada, avizinhava-se um Portugal melhor, longe do medo, da tortura e da repressão. No entanto, houve sempre a possibilidade, tal como acontece em todas as revoluções, de se criar uma perigosa anarquia. Felizmente, assim não aconteceu. No entanto, “Depois do Adeus” faltou dizer um “Olá” a esta nova era.
Região de Leiria
quinta-feira, 23 de abril de 2009
"Há esperanças, só não para nós"
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Só podia...
terça-feira, 21 de abril de 2009
Too late
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Maddie 2 anos depois
Uma especialista norte-americana desenhou o retrato de uma Maddie McCann de 6 anos, mas com aspecto de menina mais velha.
Eu também desenhei. Ficou assim:
sábado, 18 de abril de 2009
Amália Hoje
Pode ser com esta voz que Amália chorará seu triste fado. Um choro de alegria e agradecimento a três vozes que, sob a batuta de Nuno Gonçalves (The Gift), uniram num só canto os vários cantos da diva do fado.
A Sónia Tavares (The Gift), Paulo Praça (Plaza) e Fernando Ribeiro (Moonspell) coube a tarefa de cantar o fado num registo mais pop. Os arranjos de Nuno Gonçalves – muito ao estilo dos The Gift – transformaram a solidão das guitarras numa espécie de “solidão acompanhada” por violinos, percussão, órgão, sintetizador, guitarra eléctrica e outros instrumentos fora do alcance do fado tradicional.
Ouvir a “Gaivota” – primeiro single – na voz da Sónia Tavares acaba por ser algo de tão surpreendente como já esperado. Um paradoxo que nos ajuda a compreender a essência do disco e a extrema versatilidade das músicas cantadas por Amália. A sonoridade triste, pesarosa e abandonada de uma voz e duas guitarras encaixa perfeitamente neste pop cheio e compacto, que, mesmo sorridente, não deixa esconder as lágrimas de um destino cantado.
“Nome de Rua” na voz de Paulo Praça é outra das músicas que surpreende os nossos ouvidos. Mas talvez o maior espanto surja com a imponente prestação de Fernando Ribeiro a cantar o “Grito” e a “Formiga Bossa Nova”. Nada habituado à raiz triste de um fado trinado, o vocalista dos Moonspell empresta o seu poderio vocal a um fado renascido por um pop consagrado.
“Amália era muito mais que Fado. Amália era a voz. Mas atrás das letras, do tom triste e melancólico, havia melodias que queriam mais espaço que umas tristes guitarras”, diz Nuno Gonçalves.
Intitulado «Amália Hoje», o álbum terá nove fados imortalizados por Amália Rodrigues e sairá a 27 de Abril pela La Folie e Valentim de Carvalho Multimédia, no ano em que se completa uma década da morte da fadista.
Casting Stars
A Sónia Tavares (The Gift), Paulo Praça (Plaza) e Fernando Ribeiro (Moonspell) coube a tarefa de cantar o fado num registo mais pop. Os arranjos de Nuno Gonçalves – muito ao estilo dos The Gift – transformaram a solidão das guitarras numa espécie de “solidão acompanhada” por violinos, percussão, órgão, sintetizador, guitarra eléctrica e outros instrumentos fora do alcance do fado tradicional.
Ouvir a “Gaivota” – primeiro single – na voz da Sónia Tavares acaba por ser algo de tão surpreendente como já esperado. Um paradoxo que nos ajuda a compreender a essência do disco e a extrema versatilidade das músicas cantadas por Amália. A sonoridade triste, pesarosa e abandonada de uma voz e duas guitarras encaixa perfeitamente neste pop cheio e compacto, que, mesmo sorridente, não deixa esconder as lágrimas de um destino cantado.
“Nome de Rua” na voz de Paulo Praça é outra das músicas que surpreende os nossos ouvidos. Mas talvez o maior espanto surja com a imponente prestação de Fernando Ribeiro a cantar o “Grito” e a “Formiga Bossa Nova”. Nada habituado à raiz triste de um fado trinado, o vocalista dos Moonspell empresta o seu poderio vocal a um fado renascido por um pop consagrado.
“Amália era muito mais que Fado. Amália era a voz. Mas atrás das letras, do tom triste e melancólico, havia melodias que queriam mais espaço que umas tristes guitarras”, diz Nuno Gonçalves.
Intitulado «Amália Hoje», o álbum terá nove fados imortalizados por Amália Rodrigues e sairá a 27 de Abril pela La Folie e Valentim de Carvalho Multimédia, no ano em que se completa uma década da morte da fadista.
Casting Stars
sexta-feira, 17 de abril de 2009
É uma lição
A seis jornadas do final do campeonato, este jogo assumia-se como um ponto crucial para as aspirações de ambos os clubes. Se, por um lado, o Benfica procurava manter-se na luta pelo título, por outro, a Académica pretendia assegurar a manutenção na principal liga do futebol português.
Após uma vitória bastante sofrida na Amadora, o Benfica tinha como obrigação não apenas vencer, mas apresentar um futebol que correspondesse às legítimas expectativas da massa adepta. Já a Académica havia registado uma vitória caseira frente ao Belenenses, fruto de um golo do capitão Nuno Piloto. E foi Nuno Piloto que, a meio da semana, assumiu o leme do confronto com o Benfica, ao dizer que os encarnados “não lutam pelo título”. Quique Flores e sus muchachos reagiram com palavras de vingança e uns pozinhos de magia espalhados pelo balneário que albergava as provocações do academista. Plim Zás Pás. Efeito nulo. As preces não se cumpriram e o Benfica deitou por terra as esperanças (muito remotas) de ser campeão nacional.
Ao longo da época o Benfica tem praticado um futebol regular, sendo que esta regularidade se situa alguns pontos abaixo do razoável. A equipa não funciona como um todo, a falta de fio de jogo é notória e nem os rasgos individuais de determinados jogadores salvaram a época.
Porém, não foi assim que o Benfica se apresentou no sábado passado. Apesar deste recente (?) historial, a equipa encarnada foi persistente e chegou mesmo a praticar um futebol rápido e agradável. No entanto, foi notória a ineficácia nos lances capitais. David Luiz, Cardozo, Aimar ou Reyes foram excelentes exemplos dessa ineficiência.
Já a Académica apresentou-se no Estádio da Luz coerente consigo mesma. Um bloco defensivo bem montado e um elevado espírito de entreajuda. A aposta no contra-ataque era de esperar, tendo em conta o cariz do jogo e os jogadores utilizados por Domingos Paciência. Esta foi a primeira vitória fora da Académica, precisamente um ano depois de ter vencido o Benfica por três bolas a zero, também em Lisboa.
O Benfica jogou melhor, mandou duas bolas ao ferro e pode-se queixar da equipa de arbitragem. No entanto, tal não apaga a falta de ideias e de objectividade no seu futebol. Já cansa ouvir os responsáveis do Benfica culparem os árbitros pelos maus desempenhos desportivos da própria equipa.
Após uma vitória bastante sofrida na Amadora, o Benfica tinha como obrigação não apenas vencer, mas apresentar um futebol que correspondesse às legítimas expectativas da massa adepta. Já a Académica havia registado uma vitória caseira frente ao Belenenses, fruto de um golo do capitão Nuno Piloto. E foi Nuno Piloto que, a meio da semana, assumiu o leme do confronto com o Benfica, ao dizer que os encarnados “não lutam pelo título”. Quique Flores e sus muchachos reagiram com palavras de vingança e uns pozinhos de magia espalhados pelo balneário que albergava as provocações do academista. Plim Zás Pás. Efeito nulo. As preces não se cumpriram e o Benfica deitou por terra as esperanças (muito remotas) de ser campeão nacional.
Ao longo da época o Benfica tem praticado um futebol regular, sendo que esta regularidade se situa alguns pontos abaixo do razoável. A equipa não funciona como um todo, a falta de fio de jogo é notória e nem os rasgos individuais de determinados jogadores salvaram a época.
Porém, não foi assim que o Benfica se apresentou no sábado passado. Apesar deste recente (?) historial, a equipa encarnada foi persistente e chegou mesmo a praticar um futebol rápido e agradável. No entanto, foi notória a ineficácia nos lances capitais. David Luiz, Cardozo, Aimar ou Reyes foram excelentes exemplos dessa ineficiência.
Já a Académica apresentou-se no Estádio da Luz coerente consigo mesma. Um bloco defensivo bem montado e um elevado espírito de entreajuda. A aposta no contra-ataque era de esperar, tendo em conta o cariz do jogo e os jogadores utilizados por Domingos Paciência. Esta foi a primeira vitória fora da Académica, precisamente um ano depois de ter vencido o Benfica por três bolas a zero, também em Lisboa.
O Benfica jogou melhor, mandou duas bolas ao ferro e pode-se queixar da equipa de arbitragem. No entanto, tal não apaga a falta de ideias e de objectividade no seu futebol. Já cansa ouvir os responsáveis do Benfica culparem os árbitros pelos maus desempenhos desportivos da própria equipa.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Benfica e o Estado Novo
- Um excelente artigo do meu irmão que desmistifica a ligação que se faz entre o Benfica e o Estado Novo -
“O Benfica era o clube do regime!”. Frase esta que já todos ouvimos. Será mesmo que o Benfica era o “preferido” de Salazar? Será mesmo que era este clube patrocinado pelo Estado? Esta ideia correu de tal forma o país que se tornou numa verdade quase absoluta. E, por incrível que pareça, aparece hoje um sportinguista a repor a verdade dos factos.
Começando pelo início, o Benfica era um clube que muito jeito dava ao Estado Novo. Relembrando, este regime vigorou em Portugal entre 1926 e 1974, período que abrange as duas maiores vitórias deste clube lisboeta, a Taça dos Campeões Europeus, nas épocas de 60/61 e 61/62. Ora, todo o protagonismo que o Benfica tinha no panorama internacional nesta altura, bem como a presença do grande Eusébio no seu plantel, fez com que o regime se aproveitasse deste facto para reforçar a sua política ultramarina. Como diria o outro, foi precisamente aqui, que se criou esta suposta ligação, fazendo do Benfica o clube do Estado.
Nada mais errado, posso dizer. E há uma série de factos que o comprovam. O Benfica, num país em que não existia democracia, era conhecido pelas suas altamente concorridas e entusiásticas assembleias-gerais bem como pela eleição livre dos seus dirigentes, em que o povo (porque o Benfica, e bem, é conhecido como o clube do povo) podia expressar livremente as suas ideias e ambições. Mais posso dizer. Não querendo criar aqui um novo rumor, mais ligações podemos fazer ao FC Porto e ao Sporting CP com o Estado Novo do que com o SL Benfica. Vejamos que o antigo estádio das Antas foi inaugurado dia 28 de Maio de 1952 e o antigo campo do Sporting era conhecido como o Campo 28 de Maio, data esta que era comemorativa do golpe de estado que pôs fim à 1ª República e que deu origem ao Estado fascista. Este campo foi posteriormente ocupado pelo Benfica e renomeado Campo 5 de Outubro.
Outras importantes referências podem ser feitas a factos que refutam completamente qualquer ligação das Águias ao regime. O facto de bandeiras do Benfica terem sido usadas em vez das então proibidas bandeiras da antiga União Soviética em manifestações populares após a vitória dos aliados na II Guerra Mundial é um exemplo bastante elucidativo. O silenciamento do antigo hino do Benfica “Avante pelo Benfica!”, a proibição de usar a palavra “vermelhos” para fazer referência ao clube nos jornais ou até mesmo o facto de 64% dos campeonatos ganhos pelo Sporting terem sido ganhos com Salazar no poder, são factos que não podemos deixar passar.
Não sendo o meu objectivo dizer qual era, ou se havia, o clube preferido do Estado Novo, há mais duas situações que eu penso serem importantes. A primeira é o facto de o Benfica ter sido obrigado a jogar a final da Taça de Portugal em casa do seu adversário (Vit. Setúbal) apenas um dia após ter jogado a final da Taça dos Campeões Europeus em 1961. A segunda é uma situação que ocorreu na época de 1954/55 em que o Benfica, apesar de ter sido campeão nacional, não foi indicado para ir à Taça dos Campeões Europeus, tendo sido preterido em favor do Sporting, uma vez que esta era uma decisão das autoridades nacionais.
Independentemente de eu ser um fervoroso adepto leonino, sou ainda maior adepto da liberdade e da verdade. Parece-me inquestionável agora que o Benfica não só não era o “Clube do Regime”, como era um clube que lutava contra o regime e é injusto que se pense o contrário num país em que tanto se lutou pela Liberdade.
Pedro Pereira
Quinze
“O Benfica era o clube do regime!”. Frase esta que já todos ouvimos. Será mesmo que o Benfica era o “preferido” de Salazar? Será mesmo que era este clube patrocinado pelo Estado? Esta ideia correu de tal forma o país que se tornou numa verdade quase absoluta. E, por incrível que pareça, aparece hoje um sportinguista a repor a verdade dos factos.
Começando pelo início, o Benfica era um clube que muito jeito dava ao Estado Novo. Relembrando, este regime vigorou em Portugal entre 1926 e 1974, período que abrange as duas maiores vitórias deste clube lisboeta, a Taça dos Campeões Europeus, nas épocas de 60/61 e 61/62. Ora, todo o protagonismo que o Benfica tinha no panorama internacional nesta altura, bem como a presença do grande Eusébio no seu plantel, fez com que o regime se aproveitasse deste facto para reforçar a sua política ultramarina. Como diria o outro, foi precisamente aqui, que se criou esta suposta ligação, fazendo do Benfica o clube do Estado.
Nada mais errado, posso dizer. E há uma série de factos que o comprovam. O Benfica, num país em que não existia democracia, era conhecido pelas suas altamente concorridas e entusiásticas assembleias-gerais bem como pela eleição livre dos seus dirigentes, em que o povo (porque o Benfica, e bem, é conhecido como o clube do povo) podia expressar livremente as suas ideias e ambições. Mais posso dizer. Não querendo criar aqui um novo rumor, mais ligações podemos fazer ao FC Porto e ao Sporting CP com o Estado Novo do que com o SL Benfica. Vejamos que o antigo estádio das Antas foi inaugurado dia 28 de Maio de 1952 e o antigo campo do Sporting era conhecido como o Campo 28 de Maio, data esta que era comemorativa do golpe de estado que pôs fim à 1ª República e que deu origem ao Estado fascista. Este campo foi posteriormente ocupado pelo Benfica e renomeado Campo 5 de Outubro.
Outras importantes referências podem ser feitas a factos que refutam completamente qualquer ligação das Águias ao regime. O facto de bandeiras do Benfica terem sido usadas em vez das então proibidas bandeiras da antiga União Soviética em manifestações populares após a vitória dos aliados na II Guerra Mundial é um exemplo bastante elucidativo. O silenciamento do antigo hino do Benfica “Avante pelo Benfica!”, a proibição de usar a palavra “vermelhos” para fazer referência ao clube nos jornais ou até mesmo o facto de 64% dos campeonatos ganhos pelo Sporting terem sido ganhos com Salazar no poder, são factos que não podemos deixar passar.
Não sendo o meu objectivo dizer qual era, ou se havia, o clube preferido do Estado Novo, há mais duas situações que eu penso serem importantes. A primeira é o facto de o Benfica ter sido obrigado a jogar a final da Taça de Portugal em casa do seu adversário (Vit. Setúbal) apenas um dia após ter jogado a final da Taça dos Campeões Europeus em 1961. A segunda é uma situação que ocorreu na época de 1954/55 em que o Benfica, apesar de ter sido campeão nacional, não foi indicado para ir à Taça dos Campeões Europeus, tendo sido preterido em favor do Sporting, uma vez que esta era uma decisão das autoridades nacionais.
Independentemente de eu ser um fervoroso adepto leonino, sou ainda maior adepto da liberdade e da verdade. Parece-me inquestionável agora que o Benfica não só não era o “Clube do Regime”, como era um clube que lutava contra o regime e é injusto que se pense o contrário num país em que tanto se lutou pela Liberdade.
Pedro Pereira
Quinze
I am Sam
Simplesmente genial! Um excelente filme que está agora a passar na RTP1. Pena passar só a estas horas...
domingo, 12 de abril de 2009
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Tremido
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Million Dollar Lips - Golden Pearl
Grande concerto no Music Box. São portugueses, lançaram ontem o primeiro álbum e, de certeza, que serão muito e bem falados nos próximos tempos. Ei-los!
terça-feira, 7 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
domingo, 5 de abril de 2009
sábado, 4 de abril de 2009
Pearl Jam - Ten
Dezoito anos depois, um dos melhores álbuns de sempre volta às estantes comerciais. O primeiro disco dos Pearl Jam “Ten” regressa com vários extras. Versões de concertos em vinil, cadernos de apontamentos de Eddie Vedder e Jeff Ament e uma nova remistura do álbum pelo produtor Brendan O’Brien são alguns dos doces. Mas aplausos, de pé!!!, para a edição em DVD do MTV Unplugged.
“Even Flow”, “Alive”, “Black” e “Jeremy” vagueiam num mar de tantas preciosidades que até se torna um crime não comprar esta box. Nela, está abrigada parte de uma vida que, graças aos rebeldes de Seattle, se confunde com a de muitas gerações. São sonoridades que marcaram a década de 90 e ainda hoje são escutadas com a mesma garra e entrega da primeira vez.
Falar de Pearl Jam é adocicar as palavras com grunge, sapatilhas e cabelos desgrenhados. É sentar-se num banco descontraidamente alto, sorrir timidamente para o microfone e soprar-lhe livres frases de rua.
Eddie Vedder, Jeff Ament, Matt Cameron, Mike McCready e Stone Gossard oferecem-nos, assim, uma excelente prenda de Páscoa. Até poderia ser uma amêndoa, mas dada as surpresas que contém, é mais um ovo de chocolate, e Kinder!
Casting Stars
“Even Flow”, “Alive”, “Black” e “Jeremy” vagueiam num mar de tantas preciosidades que até se torna um crime não comprar esta box. Nela, está abrigada parte de uma vida que, graças aos rebeldes de Seattle, se confunde com a de muitas gerações. São sonoridades que marcaram a década de 90 e ainda hoje são escutadas com a mesma garra e entrega da primeira vez.
Falar de Pearl Jam é adocicar as palavras com grunge, sapatilhas e cabelos desgrenhados. É sentar-se num banco descontraidamente alto, sorrir timidamente para o microfone e soprar-lhe livres frases de rua.
Eddie Vedder, Jeff Ament, Matt Cameron, Mike McCready e Stone Gossard oferecem-nos, assim, uma excelente prenda de Páscoa. Até poderia ser uma amêndoa, mas dada as surpresas que contém, é mais um ovo de chocolate, e Kinder!
Casting Stars
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Bocas Juniores
quinta-feira, 2 de abril de 2009
O Firme Soldado de Chumbo
Era uma vez vinte e cinco soldados de chumbo, todos irmãos, porque tinham sido todos feitos da mesma colher de cozinha. Tinham armas aos ombros e olhavam em frente, muito elegantes nos seus uniformes encarnados e azuis. — Soldados de chumbo! — foi a primeira coisa que ouviram neste mundo, quando levantaram a tampa da caixa onde estavam. Um rapazinho tinha dado esse grito e batido as palmas; tinham-lhos dado como prenda de anos, e ele colocou-os em cima de uma mesa. Os soldados eram todos iguais uns aos outros — excepto um, que só tinha uma perna; fora o último a ser moldado e já não havia chumbo que chegasse. No entanto, mantinha-se de pé tão bem como os outros que tinham duas pernas, e é ele o herói desta história.
Hans Christian Andersen
(2 Abril 1805 - 4 Agosto 1875)
Conto completo aqui
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Origem do Dia das Mentiras
Há muita gente que não sabe, mas o dia das mentiras teve a sua origem em Portugal. Estávamos no ano de 1963. Salazar ocupava o poder e o nosso pais encontrava-se “orgulhosamente só”. A Guerra Colonial alongava-se no tempo e o clima era de crescente desilusão. Aos que ficavam em Portugal, valia a eleição de Manuela Moura Guedes como a criança mais bonita de Portugal (no concurso “O Petiz Feliz” apresentado por Júlio Isidro) e a 13ª conquista do título de futebol por parte do Sport Lisboa e Benfica.
No dia 1 de Abril, e após uma noite de folia e excessos em virtude destes dois factos marcantes, Vítor Júlio (na altura Agente Secreto da PIDE) resolveu dirigir-se ao escritório de Salazar para uma reunião que ele disse ser “de máxima importância”. Estiveram reunidos durante cinco horas. O teor da conversa mantém-se um mistério. No entanto, nas horas que se seguiram, correu o rumor de que o Benfica havia perdido o título conquistado para as mãos do Sporting Clube de Portugal. O povo reagiu em massa e, por entre cartazes e megafones, José Joaquim (um dos manifestantes) subiu à árvore mais alta do Parque Eduardo VII e gritou: “O Sporting campeão? Só pode ser mentira…”
A frase ficou na boca de Portugal e as suas palavras gravadas na 14ª árvore à esquerda de quem sobe. É a 14ª uma vez que o algarismo 1 se refere ao dia e o algarismo 4 se refere ao mês. Esta árvore continua a ser, ainda hoje, um símbolo de vitória e alegria para os benfiquistas – que, aliás, todos os anos comemoram a data com uma grelhada mista junto à árvore – e um motivo de humilhação e tristeza para os simpatizantes leoninos. E assim nasceu o Dia das Mentiras!
No dia 1 de Abril, e após uma noite de folia e excessos em virtude destes dois factos marcantes, Vítor Júlio (na altura Agente Secreto da PIDE) resolveu dirigir-se ao escritório de Salazar para uma reunião que ele disse ser “de máxima importância”. Estiveram reunidos durante cinco horas. O teor da conversa mantém-se um mistério. No entanto, nas horas que se seguiram, correu o rumor de que o Benfica havia perdido o título conquistado para as mãos do Sporting Clube de Portugal. O povo reagiu em massa e, por entre cartazes e megafones, José Joaquim (um dos manifestantes) subiu à árvore mais alta do Parque Eduardo VII e gritou: “O Sporting campeão? Só pode ser mentira…”
A frase ficou na boca de Portugal e as suas palavras gravadas na 14ª árvore à esquerda de quem sobe. É a 14ª uma vez que o algarismo 1 se refere ao dia e o algarismo 4 se refere ao mês. Esta árvore continua a ser, ainda hoje, um símbolo de vitória e alegria para os benfiquistas – que, aliás, todos os anos comemoram a data com uma grelhada mista junto à árvore – e um motivo de humilhação e tristeza para os simpatizantes leoninos. E assim nasceu o Dia das Mentiras!
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