sábado, 25 de abril de 2009

DOR CRÓNICA
Liberdade

Quem me dera não ser livre. Ter liberdade total para fazer o que me apetece cansa. E tudo o que vá contra os nossos princípios enquanto povo é de condenar. Ser livre é fazer as nossas próprias escolhas, é optar pelo sim ou pelo não, é poder falar ou ficar calado, é ter a possibilidade de dizer a verdade ou de ser Primeiro-ministro.

Mas todas estas opções confundem-nos. Deveria haver uma espécie de “Cartão Dominó” para a liberdade. Continuaríamos a escolher o que quiséssemos, mas dentro de certos limites. Quando era criança, tinha liberdade de atirar pedras aos patos. Sabia que, a seguir, levava logo uma chapada da minha mãe, mas eu atirava na mesma. Dava-me gozo. Não é como agora, em que se atiram medalhas e, em vez de se levar um valente par de estalos, recebe-se o prémio de melhor jogador. Eu tinha prazer em ultrapassar a linha. Hoje em dia não há linhas, não há barreiras… nem patos. Se correr mal, declara-se insolvência.

Há quem diga que a liberdade anda mais à esquerda. Outros à direita. Eu acho que é mais ao menos como o Moita Flores. Está em todo o lado, não faz é o que deveria fazer. Por falar em autarcas, não posso deixar de enviar um grande abraço a esses dois eternos amantes da liberdade que são Isaltino Morais e Avelino Ferreira Torres. Obrigado! Sem o vosso exemplo nunca teria compreendido a expressão “o preço da liberdade”.

Nós, os portugueses, somos livres. E cada vez mais. Basta ver o número de desempregados. Tenho para mim que muito do que é livre é potencialmente mau. Que o diga o Sócrates, com o Caso Free… port. Sinceramente, acho que, mais do que qualquer outra, deveríamos tomar a liberdade do Ambrósio, e pensar nisso.

Quinze

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