Vivemos no tempo dos assassinos, tempo de todos os hinos, e ouvimos dobrar os sinos, quem mais jura é quem mais mente. Vou arquitectar destinos, sou praticamente demente.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
sábado, 27 de dezembro de 2008
2008, os melhores (acho eu)
Mas é assim a vida. Não podemos esperar sentadinhos no sofá que nos caiam nas mãos formas gratuitas (e legais!) de obter o que quisermos da empresa homónima daquela que já patrocinou o Benfica. Mas deixemo-nos de falar de alegrias repentinas. Falemos, isso sim, de música!
Hoje, e visto que este é o meu último artigo de 2008, decidi fazer uma análise mais geral sobre alguns álbuns que saíram este ano. Na impossibilidade de me referir a todos, irei mencionar apenas dois álbuns portugueses e dois estrangeiros.
No que respeita ao panorama nacional, é indiscutível a entrada a pés juntos dos Deolinda com o álbum “Canção ao Lado”. Foram a revelação mais bombástica de 2008, acima de qualquer atentado na Faixa de Gaza, ou de qualquer paulada do Bynia. A lufada de ar fresco que vieram trazer aos nossos ouvidos assenta numa revitalização pós-modernista que a música portuguesa atravessa. O regresso ao passado é trazido por estes músicos com os pés bem assentes no futuro. E tudo isto apenas com duas guitarras, um contrabaixo e uma voz (sublime, diga-se de passagem).
Manel Cruz, com o seu “O Amor dá-me Tesão / Não Fui eu que o Estraguei” transporta-nos para um universo de cassete em que carregávamos no REC e no PAUSE ao mesmo tempo, esperando ansiosamente pela música que queríamos gravar. Ah, e fazíamos figas para que a música não fosse cortada no final por um inadequado compromisso comercial. Manel Cruz recorda-nos esses tempos, essas gravações, os cheiros da aparelhagem, os autocolantes pequeninos que nunca colavam na cassete, o som irritante a rebobinar… E fá-lo de uma forma genial. Não fosse ele um dos grandes músicos portugueses da actualidade.
Lá fora, não posso deixar de referir o regresso tão aguardado dos Metallica. É certo que o tempo não volta atrás, mas se voltasse, gostaria de cá ficar. A banda californiana regressou este ano com “Death Magnetic”, e misturou recordações antigas com saudades futuras. Força, garra, rapidez e virtuosismo, adjectivos que bem poderiam ser sinónimos de Metallica.
Para terminar, gostaria de referir a reedição do concerto dado no Carnegie Hall pelos músicos que ficaram para a história como Buena Vista Social Club. Um regresso que não cansa, mas antes descansa. Com os pés na água quente, um copo com um guarda-chuva espetado numa azeitona e um cachimbo na ponta dos lábios.
Apesar de já ter escrito sobre três dos quatro álbuns que refiro neste artigo, julgo que nunca é demais fazê-lo, até porque pertencem ao meu top de 2008. Em 2009, outros álbuns surgirão, novos sons, novas maneiras de ouvir esses sons, mas, acima de tudo, mais originalidade. Porque, se se quer ser o melhor, não vale a pena ser excelente quando se é igual.
Imagem: DR
Casting Stars
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
DOR CRÓNICACoca-Cola ou Água Benta
Mas para mim, o Natal é como um jogo, mais precisamente um jogo entre o Benfica e o Sporting. São muitos os preparativos, apoiantes, críticos, cânticos, fazem-se promessas… e no final do jogo volta tudo ao ponto inicial. Tal como no Natal. Amorzinho, beijinhos e caridadezinha durante quinze dias e depois passa tudo da validade. As campanhas acabam, os centros comerciais mandam os peluches de volta para o armário, e faz-se um delete de tudo o que é “crianças que precisam de ajuda”.
Mas eu até concordo porque, segundo notícias fidedignas, creio que só há crianças necessitadas nesta altura do ano. Nos outros meses, ninguém precisa de ligar o número-grátis-de-valor-acrescentado-se-faz-favor-a-sua-chamada-é-importante para ajudar pessoas que precisem. Porquê? Porque não há!
Voltando ao jogo, de um lado, o Pai Natal, do outro, o Menino Jesus. O Pai Natal é do Benfica, o Menino Jesus é do Sporting. Mas esta é uma observação óbvia até porque, se o Menino Jesus fosse do Benfica seria “Puto Jesus” ou “Catraio Jesus”. Depois, se há equipa que tem meninos no plantel é o Sporting… Já o Pai Natal, para além de se vestir de vermelho e andar desaparecido durante o ano, ainda dá prendas, tal como o Benfica dá aos seus adversários.
No fundo são duas figuras imaginárias que nos trazem doces para a mesa. Apesar de tudo, continuo a acreditar naquele que me dá mais certezas de existir. E como estamos em festa, um brinde ao Natal! Coca-Cola ou água benta, tanto faz…
Quinze
Imagem: DR
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
sábado, 20 de dezembro de 2008
Carlos do Carmo - Fado Maestro
As apresentações são dispensáveis. Apaguem as luzes, recolham o tapete, vendam os tambores… É preferível evitar o Grandioso com risco de ser pequeno demais para este senhor.
Para comemorar os seus 45 anos de carreira, Carlos do Carmo decidiu brindar-nos com um Best Of. Este “Fado Maestro” está dividido em três versões. Na primeira, são recordados fados como “Lisboa Menina e Moça”, “Os Putos”, “Um Homem na Cidade” ou “Canoas do Tejo”. Já a segunda versão é uma homenagem de Carlos do Carmo aos poetas que cantou. “O Cacilheiro”, “Fado Varina” e “Homem das Castanhas” são alguns dos exemplos. Esta edição especial engloba, para além do CD, o DVD Documentário “O Fado de Uma Vida”, realizado por Rui Pinto de Almeida. Neste DVD estão incluídos ainda 10 temas ao vivo, quatro gravados em Frankfurt e os restantes gravados em Lisboa. A terceira versão conta com o CD standard e com o DVD Documentário.
Carlos do Carmo é um homem que canta gerações, que declama saudades e vidas nuas de um sítio real, de uma rua com roupa à varanda, de um largo com duas balizas feitas de pedra. A sua voz é o seu castelo, o seu novelo onde descansa o olhar numa estrela da tarde.
Sobre Carlos do Carmo, João Lobo Antunes escreveu: “A comparação é talvez fútil, mas eu atrevo-me a dizer que Marceneiro cantou os fados de Lisboa, e Carlos do Carmo canta Lisboa em fado. E por isso, quando longe desta cidade eu o ouvia, ele trazia-me sempre naquilo que cantava, a cor, o ruído, o cheiro, a gente, o paradoxo de uma saudade que doía e, ao mesmo tempo, consolava.”
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Simone no meu poema
Hoje tive o extremo prazer de conhecer pessoalmente Simone de Oliveira! A voz, a luta, a raiva, a certeza, a dúvida, o carinho, as lágrimas... Obrigado! Obrigado! Obrigado!
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Eva
domingo, 14 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
Mais um artigo (vá, um remix), mas desta vez para o CS
Artigo completo aqui.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
..
DOR CRÓNICALOL*
Só a sua sonoridade nos leva a fazer aquele som ridículo com a boca tapando-a logo de seguida, enquanto espreitamos pelo canto do olho o alvo do nosso gozo. A própria palavra LOL é difícil de dizer, faz-nos enrolar a língua e expulsar qualquer coisa que tenhamos presa ao céu-da-boca. Mas também para nós portugueses sempre foi difícil transmitir qualquer riso.
Somos umas pessoas tristes. Gostamos de saber que estamos na cauda da Europa, olhamos o chão como se o estivéssemos a decorar para um exame, maldizemos tudo e mais alguma coisa e nunca tiramos a mão do queixo. A não ser quando recebemos uma mensagem! Não somos capazes de sair do sofá para ir dar uma corrida, mas fartamo-nos de fazer exercício todos os dias com os nossos dedos. Todos os dias, todas as horas, todos os minutos! Não digo segundos porque é uma palavra a que não estamos muito habituados. A não ser que só haja duas equipas ou dois países ou duas economias.
Com três letrinhas apenas se escreve a palavra LOL. Também se escreve a palavra MÃE, é verdade, mas eu tenho para mim que quando deus inventou esta bonita frase (sim, eu acredito em frases), escolheu a palavra LOL em vez de MÃE, até porque nunca teve nenhuma.
Virando-me agora para a realidade, acho que, mais tarde ou mais cedo, vamos deixar de falar, de rir, de chorar ou até de cantar para o fazermos só com as pontas dos dedos. Se bem que não seria mau de todo. Há duetos de Natal que preferia conhecer apenas por mensagem.
De qualquer das formas, tenho que admitir que LOL é a única palavra de três letras que me faz rir. Ah, e PSD...
* abreviatura da expressão Laughing Out Loud que, na língua de Shakespeare (o Camões inglês com dois olhos), significa “rindo a bandeiras despregadas”
Quinze
domingo, 7 de dezembro de 2008
Americana tinha verme a viver na cabeça
Uma americana foi operada a um tumor na cabeça, mas durante a intervenção cirúrgica os médicos constataram que o que estava junto ao seu cérebro era um verme bem alimentado e não o início de um cancro.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Buena Vista Social Club at Carnegie Hall
Ouvir este cd é pôr a chave na ignição, ajeitar o chapéu de palha, ouvir o ronronar do motor e andar a 30 km/h com a brisa do mar a soprar-nos na cara. Paramos o carro, entramos no café, pedimos uma Cuba Libre (baixinho que não queremos chatices...), e jogamos mais uma partida de xadrez.
A identidade de um povo é reflectida como um espelho pelos artistas que preencheram o palco nesta magnífica noite de 1 de Julho de 1998. Desde o “Chan Chan”, onde abanamos as ancas como autênticos dançarinos (pelo menos mentalmente), passando pelo “Dos Gardenias”, onde fechamos os olhos e imaginamos a nossa cara-metade toda derretidinha a ouvir-nos cantar, este disco duplo transporta-nos para um outro mundo de notas quentes. Todas as outras catorze músicas “apenas” nos tiram os pés do chão e nos fazem comichões na barriga.
"Buena Vista Social Club" recebeu o Grammy de melhor álbum de World Music e é o disco mais vendido da categoria na história. E é por isto e por tudo o mais que não disse que este é um álbum que devemos, não comprar, mas trocar por uns míseros euros na loja mais próxima, não trazê-lo para casa dentro de um saco plástico, mas acompanhá-lo pela mão, não ouvir, mas escutar.
Dos gardenias para ti con ellas quiero decir te quiero, te adoro, mi vida. Ponles toda tu atencion porque son tu corazon y el mio. Dos gardenias para ti que tendran todo el calor de un beso. De esos besos que te di y que jamas encontraras en el calor de otro querer.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Sabes que começou no A
Se soubesse tinha lavado os dentes ou o...
... lembrou-me este
sábado, 29 de novembro de 2008
Deolinda - Canção ao Lado
Deolinda é talvez a banda portuguesa actual que mais raízes vai buscar à nossa música de referência, o fado. A junção perfeita entre as cordas da guitarra e do contrabaixo, aliadas à límpida e assertiva voz de Ana Bacalhau, fazem deste grupo um dos mais promissores do panorama musical português – e por que não dizer que já são uma certeza? Sonoridades como as transmitidas pelos Deolinda são peças de arte que temos de guardar muito bem, limpar com um paninho todos os dias e levar à inspecção nas datas marcadas. Felizmente, e pela maturidade que apresentam, não será necessário todo este cuidado (pelo menos da nossa parte).
Ouvir Deolinda é fechar os olhos, sentar-se num banco de madeira, colocar o braço sobre a mesa, sentir o copo de vinho moldar-se aos dedos e cheirar umas iscas acabadinhas de fazer. Tudo isto numa tasca antiga, com guitarras penduradas na parede e fotografias de pessoas famosas como forma de auto-elogio do senhor de avental.
Ao longo do disco “Canção ao Lado”, de 2008, os Deolinda apresentam várias músicas que nos provocam o excelente movimento pavloviano de carregar no repeat da aparelhagem. Desde o “Fado Toninho” (primeiro single), passando pelo “Movimento Perpétuo Associativo” (música proposta a hino nacional no site
Os Deolinda cantam um fado que ri, um fado que dança, um fado que usa roupas garridas e as mostra sem qualquer pudor aos velhos da taberna. Com os cotovelos apoiados no parapeito, os Deolinda cantam à janela de uma casa portuguesa, afinam as vozes enquanto limpam o pó do rádio antigo que está junto ao sofá, choram à noite ajoelhados sobre a cama, acordam de manhã cedo para limpar as escadas a assobiar. O melro por vezes muda de gaiola, nem sempre vai lá ter, arma confusão, mas não deixa de tocar ferrinhos e de alegrar a gente que passa na rua.
A voz de Ana Bacalhau é simultaneamente forte e suave, agressiva e calminha. Tanto nos faz encostar à parede como nos dá uma cama para adormecermos (e ainda nos tapa com o cobertor). Pedro e Luís Martins navegam pela madeira dos trastes da guitarra, simulam acordes, inventam notas já criadas. O contrabaixo de Zé Leitão estende a passadeira aos devaneios musicais de qualquer um que queira sonhar.
E assim se constrói uma banda, um conjunto, um grupo, ou lá o que lhe quiserem chamar. Para mim, são geniais, para eles, apenas Deolinda.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Sem portagem, claro
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
CAPUM!
PS- E Bombaim também sofreu algumas explosões.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
DOR CRÓNICACrise
Financeira, económica, política, social. Vivemos assim. Basta escrevinhar qualquer coisa que essa mesma coisa entra logo em crise. É um facto, e não é de hoje. Pelo menos por cá. Perguntem aos vossos avós. "A coisa nunca esteve tão má como agora". O problema é que o "agora" a que se referem é um "agora" que sempre existiu, é um "sempre". São os políticos que não trabalham, o Benfica que não joga nada, a Júlia Pinheiro que fala muito alto, os salários que não sobem, o Mário Nogueira que não corta o bigode. Enfim... coisas que atormentam a vida de qualquer um.
Portugal é um país conhecido não pelos Descobrimentos ou pela Literatura. Já nem os galos de Barcelos dão imagem ao nosso país. Nem o de Ronaldo. O nosso logótipo (qual esfera armilar) deveria ser um saco roto, ou um euro de pés descalços, vá... E digo "logótipo" porque nós funcionamos como uma empresa. Não como uma empresa reputada, mas sim como um BPN, por exemplo. Creditamos as nossas esperanças, compramos acções e nicles. E esse é o nosso principal problema, compramos aquilo que deveríamos fazer, creditamos o que não nos deveria ser urgente. Dá muito trabalho pensar e agir por ímpeto próprio, é muito mais fácil comprar, juntar na carteira todos os talõezinhos e comer um pão-de-leite misto aquecido só um bocadinho, se faz favor. Ah, e um copo de leite morno.
Não há pachorra! Nem dinheiro. Mas a culpa é nossa. Vivemos à sombra de golpes de espada, de taças que levantámos nos anos 60, de textos que pensámos e não sentimos (ou sentimos e não pensámos?) e, acima de tudo, vivemos à sombra do futuro que vamos com toda a certeza conquistar! (A sério, desta é de vez. Deixem-me só arrumar o que o anterior inquilino desarrumou e depois entramos em crescimento).
E assim encaramos mais um ciclo. Porque a vida é feita em espiral. Sempre que damos um passo atrás é para tomar balanço para saltarmos. Pena é que erremos sempre na direcção. Mesmo que seja assistida.
Quinze
Imagem: DR
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
sábado, 22 de novembro de 2008
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Three blind mice
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
domingo, 16 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Não foi ensaio
Texto: José Saramago
Foto: Pedro Múrias
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Não querendo ser, sendo... Mas não sou!
Esta é uma prova de que a crise financeira já atingiu terras de Sua Majestade. Mas não só! A eleição de Obama teve tanto impacto que agora são os africanos a dar "uma moedinha" aos gentlemen ingleses.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Hoje canto esta música. Por nada, apenas porque sim...
dar-te o mais lindo nome português
podia dar-te um nome de rainha
que este amor é de Pedro por Inês.
Mas não há forma não há verso não há leito
para este fogo amor para este rio.
Como dizer um coração fora do peito?
Meu amor transbordou. E eu sem navio.
Gostar de ti é um poema que não digo
que não há taça amor para este vinho
não há guitarra nem cantar de amigo
não há flor não há flor de verde pinho.
Não há barco nem trigo não há trevo
não há palavras para dizer esta canção.
Gostar de ti é um poema que não escrevo.
Que há um rio sem leito. E eu sem coração.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Zeca Baleiro - Telegrama
Um dos grandes músicos brasileiros.
(e o tuga de bigode e com um lápis na orelha, pois claro!)
domingo, 9 de novembro de 2008
Quem é o Bob?
Em missão radiofónica, lá fui eu ao Parque das Nações recolher informações sobre o único construtor civil que conseguiu encher o Pavilhão Atlântico (se não contarmos com o Tony Carreira que, para além de se vestir como um pedreiro, ainda manda umas marteladas na música portuguesa que até dói...).
As crianças são, obviamente, o público-alvo desta animação, porém eu acho que ainda há muitos adultos a precisar de umas aulinhas no que toca a construção civil.
O tema do espectáculo - a reciclagem - serve de mote a uma história em que vários amigos se juntam para construir uma fábrica direccionada para este mesmo efeito. É verdade, o Bob o Construtor, ao contrário da maioria dos nossos construtores civis, trabalha ao fim-de-semana. O espectáculo tem a duração de duas horas e, ontem e hoje no Pavilhão Atlântico, as sessões dividiram-se pelas 10h30, 14h30 e 18h30. Após cada sessão, o Bob vai beber uma cerveja e comer uma sandocha de presunto. Segunda-feira, o nosso amigo vai até Gondomar (fazer um favorzinho ao Valentim, dizem as más línguas).
Muitas luzes, muitos efeitos especiais e... muita construção, coisa a que já estamos habituados em Portugal.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
A Manuela Ferreira Leite (pelo menos da noite de ontem) do Jazz
A sala estava bem composta e o público entusiasmado com as divagações musicais da banda (um contrabaixo, um baixo/guitarra eléctrico/a e uma bateria compuseram o trio que acompanhou Coleman). O concerto decorreu com a "normalidade" que uma performance de jazz permite, com elevadas doses de improviso e criatividade que me fizeram bater com o pé na cadeira da frente durante todo o concerto.
O jazz é um estilo de música que, como todos os outros, colhe elogios e críticas. Entendo que o Free-jazz (movimento criado por Coleman, após o lancamento do seu álbum "Free Jazz") esteja mais vulnerável a apreciações negativas, tal é o seu afastamento dos cânones da música "tradicional".
Para terminar, gostaria de vos deixar uma frase que Coleman proferiu durante o concerto e me marcou profundamente: "..."
O Parlamento Madeirense Liberta
Diário de Fictícias: Bom dia senhor Jardim!
Herr Jardim: Sieg Heil!
DF: Um deputado do PND chamou-o de fascista. Como comenta?
Herr Jardim: Fascista, eu?! Quem foi o filho da p*ta do porco judeu que me chamou isso?
DF: Bem, o seu nome é José Manuel Coelho.
Herr Jardim: Ah, o 387-928 do Barracão F. Sacana... Desde que lhe arranquei o cabelo para fazer atacadores nunca mais foi o mesmo...
DF: O quê?! Mas... mas... isso não é nada democrático! Isso é macabro e...
(ouve-se um tiro e um grito mudo)
Herr Jardim: Ora bem, vamos cá ver isto.... (pegando numa folha de papel) Tanto dinheiro? Tenho de mudar para o gás natural....
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Yes
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Can he?
- Esta não será uma decisão fácil porque, qualquer que seja o escolhido, não terá nas suas mãos apenas o destino dos Estados Unidos mas, “também”, o destino do mundo.
- Obama parece ser o candidato em melhor posição para ocupar a Casa Branca. Pelo menos, é o que a Comunicação Social transmite.
- Os candidatos têm comprado “espaço” nos meios de comunicação social para poderem divulgar os seus projectos políticos. Haver a possibilidade de comprar “prime times” para fazer propaganda política é uma falha num sistema democrático (o mais consolidado do mundo), no entanto, não é o principal problema. Este acaba por ser o facto de o dinheiro investido em ambas as campanhas ser fornecido por empresas privadas. E, qualquer que seja o vencedor, sê-lo-á, em parte, graças aos dólares da Microsoft ou da Hensley & Company, entre muitas outras. Como “não há almoços grátis”, mais cedo ou mais tarde o Mister President terá de retribuir, com juros, o apoio que lhe foi dado. O que, numa democracia, não é nada aconselhável.
- Se a Europa pudesse votar, aliás, se o Mundo pudesse votar, Obama venceria com larga vantagem. No entanto, os norte-americanos têm um self muito próprio o que, sinceramente, me provoca algum receio.
- Os norte-americanos pretos ainda não são considerados totalmente norte-americanos, mas sim afro-americanos. Esta designação pode ser fatal na altura de ir às urnas, levando os norte-americanos a “xenofobizar” o voto, escolhendo um “não-preto”. Infelizmente, a realidade é esta e o racismo ainda está muito presente nos Estados Unidos. Por outro lado, não entendo tanto alarido de um preto ser Presidente dos Estados Unidos. Se for pela cor da pele, os norte-americanos puros tinham a pele vermelha, e não branca.
- Quanto a John McCain irá carregar, quer queira quer não, o legado de George W. Bush, o que seguramente não será fonte de grande admiração. Lutou no Vietname, foi herói de guerra e tem uma vasta experiência política. Porém, o seu aspecto velho, acabado e prestes a ter um AVC não recebe grande simpatia por parte do “eleitorado” europeu.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
sábado, 1 de novembro de 2008
Casamentos bi
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
A Guerra de 1908
"Cheguei à guerra eram sete horas da manhã... Estava a guerra ainda fechada."
Hoje tive o privilégio de estar a menos de dois metros deste Senhor! Obrigado...
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
De livre vontade!
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Entrevista a Pedro Tochas
Como nasceu o gosto pela comédia?
É difícil apontar um dia em específico, mas as coisas tornaram-se mais claras para mim quando tinha dezanove anos. Estava numa festa de Natal e havia palhaços e música. Para alegrar ainda mais o ambiente, decidi fazer algumas brincadeiras e uns malabarismos. As pessoas gostaram e eu não mais parei. Fiz festas para os amigos, para as crianças, nas feiras e, com o tempo, fui adquirindo a minha independência nesta área. Mais tarde, fui estudar teatro para Inglaterra, deixando para trás o curso de Engenharia Química que estava a tirar em Coimbra.
Como é actuar na rua?
É bastante diferente de actuar num teatro ou numa sala, por exemplo. A interacção com o público é muito maior e, no meu caso, sinto-me muito mais “artista” desta forma. Eu escolho uma rua, de preferência com algum movimento, e faço o meu papel. Passear pelo mundo de mochila às costas é espectacular e romântico.
Por onde já andaste?
Já actuei em dezassete países, incluindo Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Estados Unidos, Escócia, Inglaterra e Suécia. Porém, o meu sonho é actuar no Japão.
Qual foi o espectáculo mais marcante?
Foi, sem dúvida, na Escócia. Todos os anos, em Edimburgo, se realiza o maior (e, na minha opinião, o melhor) espectáculo do mundo de artistas de rua. Actualmente, são 800 os espectáculos diários. Na primeira vez, estava a fazer interrail e, chegado à estação de Edimburgo, deparei-me com um grandioso espectáculo. “Um dia hei-de actuar aqui”, pensei. Passados alguns anos, aconteceu.
De todos os locais onde actuaste, terás certamente bastantes histórias para contar…
Sim, lembro-me de, na Nova Zelândia, quando terminei o meu espectáculo, um miúdo de cinco anos ter vindo ter comigo: “You are a cool clown!”. Fiquei sem palavras. Foi um dos maiores elogios que recebi, ainda para mais vindo de uma criança.
Ouves muitas críticas?
Eu trabalho para o público. Se as pessoas não gostam, não trabalho para ninguém. Reconheço que o meu trabalho suscita amor/ódio, mas eu gosto disso porque odeio indiferença. Admito que as pessoas possam não gostar do espectáculo, mas podem ter a certeza de que eu dou sempre o meu melhor.
Normalmente tem-se a ideia de que os comediantes são pessoas muito tristes… Isso é verdade?
Comigo é claramente mentira. Sou tão alegre no palco como o sou fora dele. A diferença é que o ritmo que coloco em cada actuação é alucinante. E, como é óbvio, não transporto essa energia para o meu dia-a-dia. Acho que, se o fizesse, não aguentaria muito tempo.
Como é o teu processo de criação?
Como criador, dá-me gozo fazer coisas diferentes, mas é um processo bastante doloroso. Preciso de ter um deadline, para sentir pressão.
O que te faz rir?
A vida, as pequenas coisas… Tento ver o mundo de um ponto de vista positivo. Hoje ainda nada me fez rir. Mas ajudei um senhor a comprar o bilhete do metro. Ele ficou contente e eu também. Não é só o rir, mas também o sorrir.
E o que te faz chorar?
Não há nada que me faça chorar, mas fico triste com muitas situações… O momento que o nosso país atravessa não é de muitas alegrias, por exemplo. Quando alguém me questiona sobre Portugal eu respondo que é um bom sítio se não tiveres problemas de saúde ou problemas legais. É necessário que o sistema legal funcione com maior rapidez. A justiça em Portugal é muito lenta.
Gostavas de fazer papéis dramáticos?
Penso que seria uma experiência curiosa. Se bem que optaria por fazer papéis mais ligeiros, em séries ou cinema. Já o teatro não é algo que esteja dentro dos meus planos.
Já tens um longo percurso profissional, mas tornaste-te “conhecido do público” com os anúncios da Frize…
Sim, foi um anúncio marcante para mim. Mas há pessoas que avaliam o meu trabalho apenas por essa “gota de água” no mar que é todas as outras coisas que faço.
No “Programa da Maria”, tinhas o teu quarto a preto e branco. Terminado o programa, gradualmente deixaste a televisão. Foste à procura de cor?
Não (risos), eu sempre tive cor. Mas encaro a televisão como um meio para passar o meu trabalho e não como um fim.
Quem são os teus ídolos?
Em Portugal, sem dúvida, o Herman José e o Raul Solnado. A nível internacional, venero Charlie Chaplin, Daniel Keaton e Dave Gorman, entre muitos outros.
No próximo dia 6 de Novembro vais actuar no Teatro José Lúcio da Silva (TJLS), levando a palco o espectáculo “Já tenho idade para ter juízo”. Esse título reflecte mesmo o que sentes?
Muita gente me faz essa pergunta, mas na verdade não sei responder. Para quem anda pelo mundo inteiro de mochila às costas a pedir esmola… (risos). Em relação ao espectáculo, espero que as pessoas vão de espírito aberto e ouçam a minha mensagem. Este é o espectáculo mais positivo que já escrevi em toda a minha vida e vou entregar-me de corpo e alma. Só espero levar mais gente ao TJLS do que o futebol leva ao estádio.
Sendo de Avelar (Ansião), sentes algo de especial ao actuares em Leiria?
Sim, será uma actuação perto de casa. Gosto das pessoas de Leiria e tenho uma boa relação com o Académico, que já me contratou para alguns eventos.
Quem é o Pedro Tochas?
É um artista de rua comediante performer, por esta ordem. Artista de rua sempre em primeiro lugar, uma vez que actuar na rua é a melhor sensação do mundo. Adoro o que faço e tenciono fazer isto até aguentar. Trabalhando, não trabalho. O meu hobbie e a minha profissão são a mesma coisa.
Que conselho podes dar aos jovens que te vêem como ídolo?
Se descobrirem alguma coisa que vos dá prazer e satisfação pessoal, agarrem-na e não deixem que ninguém nem nada se meta à frente. Acreditem em vocês! Falo em qualquer área. Se gostam do processo e do fim, óptimo. Se optam apenas pelo fim, talvez não valha a pena.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Ontem
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Dos gardenias
Em 1996, o músico Ry Cooder fez uma das viagens mais úteis da humanidade. Foi a Cuba e, juntamente com Wim Wenders, deu a conhecer ao mundo "Buena Vista Social Club".
Obrigado!
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Pensemos senhor...
Então? Já acabei! Não estou a ouvir palmas.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
A minha noite não usa baton - VI
Imagem: Hugo Castro
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Alguém me ouviu
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Finally!!!
O mais recente trabalho da banda californiana é marcado como sendo o primeiro com Rick Rubin aos comandos da produção. O título do álbum é uma homenagem “a todas as estrelas de rock que já morreram”, como explica James Hetfield. O sucessor de “St. Anger” cumpre a promessa de um retomar da antiga linha musical que tão bem caracterizou a banda. Os solos esquizofrénicos e empolgantes de Kirk, as descargas enérgicas de Lars, os riffs coesos e melódicos de Hetfield e a segurança e virtuosidade de Trujillo fazem lembrar bons velhos tempos.
É um disco que consegue unir o “poder eléctrico” dos primeiros álbuns e o som potente da bateria de “St. Anger”. Quanto às músicas, certamente irão fazer parte do “Imaginário Metallica”. “The Unforgiven III”, “The Day That Never Comes” ou “The Judas Kiss” são apenas alguns exemplos.
O batimento cardíaco que se ouve no início da primeira música serve para nos avisar que os Metallica estão vivos, de saúde e prontos para destruir uns palcos e rebentar umas cordas. É um regresso em grande de uma banda que basta tocar uma nota para provocar pele de galinha. Ou então nódoas negras, depende. E ainda bem!
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
domingo, 12 de outubro de 2008
Gasolina Gourmet
"Olhe desculpe... Era só para dizer que gostámos muito do seu sketch." Parabéns Susana e Daniel!
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
"Em Chamas"
Teatro da Comuna
Depois do enorme sucesso em Londres no Bush Theatre e no The New Ambassadors Theatre (West End), "Em Chamas" chegou a Portugal pelo Teatroesfera.
Trata-se de uma peça 'peça brilhante e inventiva' da dramaturga inglesa Charlotte Jones, 'um trabalho original que mistura o passado e o presente, o humor e a dor, a compaixão e a ironia; uma escrita forte, poética e letalmente divertida'.
Para ver de 8 a 26 de Outubro de 2008, no Teatro da Comuna em Lisboa. Em Chamas de Charlotte Jones - Encenação de Rui Luís Brás
Com: Manoela Amaral, Paula Sousa, Paulo B., Peter Michael, Suzana Farrajota, Teresa Faria.
Horário: 4ª feira a sábado – 21h30 e domingo 16h00.
Preço dos bilhetes: normal 10,00€; com desconto: 7,50€ - 4ª e 5ª feiras: bilhete único a 5,00€